A PROPÓSITO DE AUTARCAS
Uma das maiores estrelas do momento parece ser o sr Alves por causa de, entre outras coisas, uns escassos 300 000,00 euros que alguns se atreveram a ver nisso qualquer coisa anómala.
- fazer contracto com empresa feita de repente para o dito contracto,
Por outro lado, as autoridades andam outra vez em "cima" de Isaltino de Morais o qual diz que é tudo sobre uma coisa de 2018 e, devemos nós deduzir?, "peanuts" ou, à Catroga, "pintelhos".
Por outro lado ainda, estão em sarilhos mais uns autarcas lá muito para cima, como em sarilhos andaram uns e andam outros de Juntas de Freguesias.
Para já não falar de um ou dois ou três ou quatro que andam há anos a fugir, amparados sempre pelos mesmos de colarinho branco. Por exemplo ali pela Beira-Baixa!
Até já me aconteceu estar sossegado no meu restaurante favorito em Castelo Branco e ver entrar um muito conhecido figurão de voz melíflua e óculos e camisinha de colarinho branco!
Em suma, se for bem investigado, há décadas que, por isto ou por aquilo, vários autarcas andam a dar péssima imagem do que é o poder autárquico. Muitos acabam por conseguir mais ou menos safar-se, ou não ser engavetados, mas alguns pagam. Poucos!
Mas há muita porcaria.
Sim, o poder autárquico ou melhor, o poder local (Título VIII da CRP) foi, na minha opinião naturalmente, uma das boas "aquisições" do regime em que gosto e quero viver.
As autarquias locais têm património e finanças próprios (nº1, Art. 238º, CRP). Mas sobre as autarquias há tutela administrativa e que consiste designadamente em verificar o cumprimento da lei por parte dos órgãos autárquicos, e é exercido nos casos e segundo formas previstas em lei (nº1, Art. 242º, CRP).
Ora, para além da pouca vergonha inerente a muitas criaturas que se julgam deuses nas terras por onde foram eleitos, creio que ao longo de décadas não tem havido fiscalizações às autarquias, sérias, fortes, rigorosas, aleatórias.
É aliás sintomático andar a ser noticiada a existência de várias câmaras municipais encalacradas em dívidas muito para além do que as regras legais determinam /autorizam. É o regabofe à portuguesa. Como sempre.
Razões? Serão várias, mas uma das principais é a questão da alimentação dos partidos, o carreirismo, o nepotismo, o amiguismo. O caso do sr Alves é muito claro, pois por mais de uma vez foi ajudante de Costa. E ainda tem a lata de dizer na inacreditável entrevista que há perseguição porque é de Caminha, quando ele tem passado boa parte da vida em Lisboa. Enfim.
Como em tudo, há bons e maus autarcas, nas Câmaras, nas Juntas de Freguesia, nas Assembleias Municipais, nas Assembleias de Freguesia.
Mas, para lá do escabroso caso presentemente mais na berlinda, o que pensar de uma "encomenda" que atribuiu há poucos anos umas largas dezenas de milhares de euros a uma inarrável associação para organizar um Carnaval e agora quer ver se consegue quase triplicar essa verba para a mesma inarrável e caricata associação tratar de preparar o Carnaval 2023?
Eles julgam-se os donos das terras, reis e senhores, e que o dinheiro é deles.
Sim, poder local, mas com regras e fiscalização dura.
Claro, se fizessem isso, ai coitadinhos dos partidos!
AC
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