domingo, 8 de setembro de 2024

(Republico postal com vários anos)

A CENSURA
Existiu.
Desde sempre.

Já não existe, dizem os ingénuos, os tontos, os que não ponderam sobre o que se passa no seu País, à sua volta. 
E dizem também os que sabem perfeitamente que existe alguma disfarçada censura. Às vezes até pouco disfarçada.

"Ah,....eu não me meto em política". 
Como se, por exemplo, ir ao supermercado e não tirar certas coisas da prateleira porque os cêntimos não chegam, não seja isso exactamente POLÍTICA. A vida das pessoas.

A censura existe, continua.
Existe na "bloga".
E não me refiro à parte em que, e muito bem, se não publicam comentários soezes. 

Claro que, "avançarão os espertalhaços de trazer por casa" e que muitas vezes são alguns dos "cheios de princípios e moral e ética", a "caixa de correio estava tão mas tão cheia que não se conseguiu ver tudo"!!!!!

Existe no Governo, neste e nos anteriores, e não é preciso dar exemplos.
Existe nas TV.
Existe nos jornais, quer com a não publicação de cartas civilizadas mas em contramão com os sistemas externo e interno, quer com a não publicação de artigos desde que não sejam de amigalhaços como daqueles "independentes" (???) civis e militares que estão nas primeiras filas de congressos a aplaudir freneticamente.
A razão mais invocada - o texto ultrapassa o limite máximo de caracteres. Mas depois vai observar-se as lengalengas de certos senhores e é caracteres que nunca mais acaba.

"Ah, mas censura era no tempo da PIDE". Era, e asquerosa, e violenta.

Hoje, a violência vem com vaselina na ponta para, imagino eu, ver se dá a sensação de que não existe, não dói. Mas entra na mesma.

Enfim, uma sociedade cada vez mais saudável, cheia de futebol, de comentadores filósofos seja de bola seja de política, uma sociedade cheia de festivais de Verão repletos de barulho, selfies e provavelmente droga, festivais a encher os bolsos de uns quantos. 
Uma sociedade cheia de Twits que depois de vomitados os autores e autoras logo os apagam ou pedem desculpa, ou ficam calados a ver se a bronca passa. 

Uma sociedade cheia de incêndios, sempre e cada vez mais com greves, com temas fracturantes, enquanto as fracturas verdadeiras se dão é nas aldeias, em muitas vilas, em franjas das cidades, na raia, no interior despovoado.
Enfim, mas há que não perder a esperança.
AC

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