Portugal . . . . como tem sido o país nos últimos 30 anos?
Quem mais tempo o tem (des)governado?
Não há (opinião pessoal, naturalmente) Democracia real, verdadeira,
- sem que os titulares dos órgãos de soberania e os cidadãos respeitem verdadeiramente a Lei Primeira (CRP), as leis e os símbolos nacionais que são, a Bandeira Nacional e o Hino Nacional,
- sem que TODOS interiorizem que se deve servir a sociedade e não, servirem-se dos cargos e dos postos de trabalho,
- sem partidos políticos,
- sem comunicação social livre e independente, e NÃO encapotadamente SUBORDINADA a ideologias,
- sem sindicatos que defendam os trabalhadores em vez de servirem partidos políticos,
- sem instituições que cumpram de facto o seu papel,
- sem reguladores SÉRIOS e verdadeiramente independentes, que se oponham aos desvarios de governos e aos escandalosos e exorbitantes preços dos bens essenciais nomeadamente, alimentação, habitação e energia,
- sem associações,
- sem respeito pela língua, cultura e tradições portuguesas,
- sem um sistema de justiça digno desse nome,
- sem se respeitar a opinião de outrem, concorde-se ou discorde-se,
- sem a igualdade entre todos, homens e mulheres, e a proteção das crianças.
Os portugueses, como todos os cidadãos à superfície terrestre, são todos feitos da mesma "MASSA". TODOS.
Mas é importante ter presente a realidade da vida.
Se somos todos da mesma massa, não vimos todos de berços iguais. Todos nascemos da barriga das mães. Os berços são diferentes.
E em Portugal, como aliás por toda a superfície terrestre, o indispensável é que todos devemos ser iguais perante a Lei.
Sem discriminações.
A todos, os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais.
A todos, é devida a dignidade da pessoa humana.
A todos, se deve garantir os direitos, as liberdades fundamentais, e o respeito pelos princípios de um Estado de Direito Democrático.
Para todos, se deve promover, VERDADEIRAMENTE, o bem-estar, a qualidade de uma vida digna, os direitos económicos, sociais, culturais e ambientais, e assegurar o ensino e a valorização permanente.
Respeito, SEMPRE, a opinião de outrem.
A minha é de que sempre houve e sempre haverá classes sociais, e sempre existirão tons de pele diferentes, e seguidores e defensores de fé e religião diferentes.
Mas tudo o que listei acima é que, se respeitado verdadeiramente, faz com que possamos TODOS conviver dignamente, com respeito pelo outro e pelas diferenças naturais da vida.
E por isso discordo, como sempre discordei, do texto do Art. 1º da Constituição da República Portuguesa de 1976 aprovada em 2 de Abril desse ano - Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na sua transformação numa sociedade sem classes.
Respeito, SEMPRE, a opinião de outrem.
Mas adoro, verdadeiramente, a coerência dos defensores daquele articulado - sem classes - e vê-los por exemplo no Palácio Galveias em Lisboa, em apresentações de livros e outros eventos.
É lindo aí ver a ausência de classes, desde as que têm passado a vida em Estrasburgo e Bruxelas, vários das portas giratórias, vários e várias das promoções de festivais no CCB à borla, os selectivamente desmemoriados e desmemoriadas, as que visitam os bons restaurantes e alojamentos de 5 estrelas, as que assiduamente passam noites e noites a conviver com os concidadãos dos bairros periféricos das grandes cidades, e um longo etc. Enfim, as "bolhas".
Pessoalmente prefiro o articulado do actual Art. 1º - Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
E lamento que, ao longo dos 11 artigos dos Princípios Fundamentais, se refira o Estado sem nunca explicitar o que é e quem o materializa.
E, creio, também por esta ausência, MUITO convenientemente, os titulares dos órgãos de soberania estejam sempre - o Estado para aqui e para ali - sendo que mais as esquerdas quando no poder usam - o Estado - mas quando na oposição é o governo que não faz isto e aquilo.
Creio que, também por isso, estamos no estado em que estamos.
Que 2025 não seja adverso.
António Cabral
Sem comentários:
Enviar um comentário