ESTRATÉGIA, GRANDE ESTRATÉGIA, PAROLOS
Nos primeiro anos da democracia, nomeadamente uns tempos depois do PREC derrubado, CRP aprovada e em vigor, órgãos de soberania a funcionar, regime a estabilizar, normalidade democrática a andar, foi curioso ver tantos e algumas a acorrer aos cursos no Instituto de Defesa Nacional. Formaram-se vagas de auditores no IDN.
Uns trutas que durante alguns anos andaram pela AR, pela política, pelos governos mas, a pouco e pouco foram para os negócios, para as sinecuras, fundações, etc.!
Os tempos correram e, opinião pessoal naturalmente, o tipo de auditores mudou muito.
Como se verifica de há muito, há na Tugolândia uma proliferação enorme em aplicar o termo estratégia a tudo e mais qualquer coisa.
O governo AD, por exemplo, e pelo que se lê por aí, antes de cair na AR, andou a mudar de "estratégia" (?!?!?) para ver se se safava.
Estratégia não é sinónimo de importante.
De cada vez que ouço e ouvia certas personagens como Costa falar de estratégia para isto e para aquilo, até me doíam os ouvidos.
Séculos e séculos antes, o "estratego" liderava a condução geral da guerra, mas não era forçosamente militar.
Creio que Carl von Clausewitz pode ser considerado como o primeiro grande e consistente estudioso no plano estratégico, sem ofensa para Sun Tsu.
Há a sua famosa diferenciação entre os diferentes níveis de condução de uma guerra.
A grande estratégia, a estratégia superior.
E recordando Adriano Moreira que (opinião pessoal naturalmente) sempre pugnou para que houvesse um CONCEITO ESTRATÉGICO NACIONAL alternativo/superior ao super prolixo Conceito Estratégico de Defesa Nacional (CEDN), sempre louvado por muitos e por certos sectores, e onde só falta referir as horas a que os titulares dos órgãos de soberania se devem deitar (como se vê não é necessário), a realidade é que os "senhores e senhoras" continuam a fingir que Portugal não é pequenino na dimensão geográfica, mas com mar imenso sob sua jurisdição, com recursos relativamente escassos, e muito dependente em recursos e níveis vários.
E, portanto, nada se prepara, nada preparam.
Incompetência, complacência, corrupção, ausência de rumo, ingredientes na política nacional.
Prioridades na acção do Estado? Isso é que era bom!
Mas, claro, e como sempre, admito estar completamente enganado!
Aguardemos os próximos capítulos.
AC
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