segunda-feira, 2 de junho de 2025

JOSÉ  SÓCRATES
OCS, JUSTIÇA, POLÍTICA, ELEIÇÕES, PS, COSTA, PNS

Chamaram-me à atenção de que José Sócrates deu uma entrevista ontem. Recomendaram-me ver a entrevista por ter alguns aspectos interessantes. 

A tecnologia permite andar para trás, fui ver.

Respeito, SEMPRE, as opiniões de outrem. 
Depois, concordo ou discordo.

Concedo que a relativamente longa entrevista teve momentos interessantes ou, pelo menos, curiosos, quase divertidos. Opinião pessoal, naturalmente.

Se percebi bem, a entrevista estava acordada para se abordarem apenas temas da política nacional. Mas mais para o final, o entrevistador entrou no caso que levou à prisão de Sócrates e ao processo Marquês, e ele anuiu, e aí se mostrou mais ou menos como de costume.

Na minha opinião, exceptuando o caso Marquês onde se agastou mas num tom menos agressivo do que lhe é conhecido, nos outros temas e para mim naturalmente, esteve quase sempre calmo.

Saliento portanto os temas, justiça, juízes, eleições, António Costa, Marcelo, Pedro Nuno Santos, regresso ou não à política, candidatura presidencial (dele no passado, e Janeiro 2026), reformas, partido socialista, geringonça.

JUSTIÇAJUÍZESMP - referirei nos outros tópicos também este tema. O seu cavalo de batalha. Pelo menos numa coisa tem razão, 11 anos e estamos nisto?

Mas devia ter vergonha de referir certas coisas. Se, infelizmente (é a minha opinião) a legislação em vigor permite recursos atrás de recursos, pedidos sucessivos para afastar o juiz X ou Y, isso não são manobras dilatórias?

Eu também tenho certas dúvidas, por exemplo quanto a escolhas. Mas escolhas só são criticáveis quando as coisas lhe correram mal? Sempre que foram favoráveis, as escolhas já foram catitas?

ELEIÇÕESDe certa forma elogiou Montenegro, ressalvando o caso 
da empresa. Depois falou nas derrotas do PS, 2015, 2024, 2025. Lá veio à baila o MP, o/a PGR, o sistema judicial, a escolha de juiz, etc.

Para a derrota de António Costa em 2015 Sócrates e a sua situação contribuíram? Talvez, um pouco.

Mas porque não reconhecer que, apesar de coisas perfeitamente parvas (que sempre aqui tenho referido) o governo do PSD mostrou capacidade em vários domínios e resolveu o bicudo problema que herdou de Sócrates, e isso foi suficiente para a maioria relativa?

A derrota em 2024 e a história dos dois parágrafos foram sobretudo a melhor oportunidade para o então PM se pirar.

Quanto à derrota em 2025 não creio, sinceramente, que o estúpido (opinião minha) anúncio de que PNS ia ter também uma "preventiva" fosse a razão principal da estrondosa derrota do PS.

ANTÓNIO COSTAAtirou mesmo violentamente contra António Costa. E muito claramente, para militar perceber como creio se diz na tropa, foi buscar a célebre cena do Reino Unido acerca de quem entra pela porta dos fundos.

Deixou bem claro como considera o seu outrora ministro.

E creio que muito justamente lembrou o trabalho sujo a que habitualmente Costa se tem dedicado ao longa da vida lembrando o conluio com Marcelo. 

MARCELO REBELO DE SOUSADeliciosa a frase juntando Marcelo e Costa  “aliança manhosa e escondida” . Quanto a Marcelo destratou-o com uma pinta enorme. Aliás com inteira justiça, é a minha opinião.

PEDRO NUNO SANTOS - Quanto a este seu protegido do passado 

de certa maneira Sócrates defendeu-o. Recordo isto.

REGRESSO À POLÍTICAparece-me evidente que há pelo menos 10 anos pensava candidatar-se a Belém, não precisava da confissão dele; afirmou não ponderar candidatar-se agora. 

PRESIDENCIAIS - deixou claro que não votará em ninguém dos anunciados, votaria Vitorino. Mas o que para mim foi mais curioso é que em relação a Gouveia e Melo afirmou claramente que - os senhores (OCS) não gostam dele porque querem é um que vocês gostem, que vocês manipulem.

E bem a propósito recordou De Gaulle - e as suas queixas, de só haver “os políticos que os jornalistas querem”. 
Eu também tenho a sensação de que os OCS, os jornalistas (chefes e subordinados) e os proprietários dos OCS, não querem quem não controlem.

REFORMAS - neste plano ainda bem que ele lembrou o investimentos público havido nos pouco mais de oito anos de governo (???) António Costa, e incrivelmente inferior ao investimento público verificado nos anos de aperto da Troika. 

Falou em reformas da segurança social ou no computador Magalhães na educação. Claro que tocar no facilitismo na educação iniciado por ele e a sua Lurdinhas . . . 

Referiu as energias renováveis e lembrou o TGV acerca do que, de facto, se compararmos o nosso inqualificável atraso com o que se passa em Marrocos para já nem falar de Espanha . . . . 

PARTIDO SOCIALISTARelativamente ao partido diz que se teve de defender, ao longo dos últimos 10 anos, também do PS. E, por diversas vezes, referiu e riu-se do facto de no PS vários destacarem repetidamente apenas a necessidade de refletir sem, verdadeiramente, fazer uma reflexão séria. 

GERINGONÇADisse que, se fosse líder do PS, não teria feito a geringonça porque “vigoravam regras não escritas de que quem tivesse mais votos, governava”. E ficou a saber-se que ele em 2009 tentou uma geringonça, mas à sua esquerda todos lhe deram com os pés.


Entrevista curiosa. Pena que o jornalista não lhe tivesse s apertado os calos. Por exemplo, a PT, Ricardo Salgado, golden share, etc.

António Cabral

Sem comentários:

Enviar um comentário