sexta-feira, 30 de setembro de 2016

INTERIOR de PORTUGAL CONTINENTAL
DESPOVOAMENTO - ou despovoação, é o acto ou efeito de despovoar ou seja, tornar desabitado. Despovoado, é um lugar ermo. Mas neste desgraçado País, e particularmente com os jornalistas da casa em que uma maioria são jornalistas da treta (também não admira olhando a certas professoras que têm/tiveram), é sempre atirada a palavra "desertificação". Indo a dicionário, por exemplo Editora 7ª edição, desertificação é acto ou efeito de desertificar, e desertificar é tornar desértico, transformar em deserto, desarborizar e, de facto, também aparece a palavra despovoar. Mas desertificar, desarborizar, creio que tem mais a ver com árvores e florestas do que com pessoas, ao contrário de despovoar (povo, certo?).
Quem sou eu para estar a dar palpites acerca da língua, adiante.
Indo ao que me traz aqui, esta manhã ouvi no carro que andará para aí no ar uma intenção de pagar mais 1000,00 € a médicos que se desloquem para o interior. Boa intenção.
É uma boa intenção povoar o interior, sobretudo depois de muitas décadas de ordenamento territorial desastroso, já vigorando no início do século XX, e acelerado depois do 25 de Abril. 
Sim, porque pelas auto-estradas teoricamente há ida e volta mas, se para lá de uma linha de 40/ 50Km da costa não há indústria, serviços, comércio, turismo a sério, acelera-se apenas a saída para mais perto do litoral.
Subsidiar o emprego no interior (estou a lembrar-me do distrito de Castelo Branco que conheço bem) é sempre outra ideia a poder passar pelas cabecinhas de certa gentinha.
Mas, se olharmos por exemplo ao que se passa nos concelhos de Penamacor,  Castelo Branco,  Idanha-a-Nova, podemos ficar com uma ideia mais clara das dificuldades actuais. O velho ditado de cortar a árvore versus obter a floresta é bem actual.
E então se olharmos à propaganda que certos autarcas insistem em fazer..................
Além disso, e só olhando a médicos, os especialistas (por exemplo cardiologistas) não podem ficar grudados no interior, tem que se arranjar um programa em que eles com regular periodicidade se desloquem aos grandes hospitais (Lisboa, Porto, Coimbra) para aquela coisa "simples" que é não perderem a mãozinha (ex: operações para colocação de pacemaker). Enfim, detalhes vários, que Galambas e quejandos nunca equacionam, seja a propósito de médicos, indústria, comércio, etc.
Aguardemos, com muita paciência.
AC

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