A PROPÓSITO do PAÍS com MAR IMENSO
Portugal congeminou o tratado de Tordesilhas.
Mesmo hoje, ido o império, o País tem água que nunca mais acaba.
Está em curso o processo do pedido de alargamento da plataforma continental.
Estou a referir-me apenas ao Oceano Atlântico onde sobre parte enorme Portugal como Estado tem determinadas jurisdições.
Não me refiro, evidentemente, à agua imensa que cá dentro se mete, resultante das desgraças das sucessivas governações.
Vem isto a propósito do passar em revista muita coisa, recente e dos últimos anos, coisas que me interessam, relacionadas com o mar, com a economia azul, com o que são hoje as marinhas, mercante, de pesca, e de guerra, e os portos nacionais.
Passo em revista, e não me larga uma certa tristeza, quase angústia, pelo estado de tudo isto, num País que desde sempre se diz de marinheiros mas que, essencialmente, continua a dar mostras de ser um País de banhistas e manhosos as mais das vezes.
Nos últimos dias vi uma notícia mencionando um político americano com ascendência portuguesa e um potencial negócio de navios de guerra.
Desconheço fundamentos, veracidade, possibilidades.
Uma coisa tenho por certa, do que fui lendo ao longo de anos.
Um País com fortes interesses no mar e sobre o mar, deverá ter entre outras coisas, visões de médio e longo prazo e nada condizentes com a gestão de merceeiros que tem existido nas últimas décadas. E refiro-me há muitas décadas, não apenas 40 anos.
Entre as visões para um tal país, a definição de uma estratégia marítima e de uma estratégia naval. Nada de coisas aos repelões.
A marítima tendo a ver com o espaço marítimo, nas suas múltiplas vertentes.
A naval relacionada com unidades navais, com bases navais, com estaleiros de construção e de reparação navais, e outros apoios.
Esta coisas são complexas e requerem muito espaço para estruturadamente serem abordadas.
O meu ponto a propósito, por exemplo, dessa recente notícia supra indicada, é chamar à atenção para o estado de coisas, quanto à Marinha de Guerra, à marinha mercante, à marinha de pesca, aos portos, e estratégias (???) que obviamente continuam a não existir com princípio, meio e fim. Sempre tudo aos repelões.
Como dizia o "outro, pantanoso", é olharem bem para todos esses sectores e fazerem as contas.
Mas, como sempre, devo ser eu que estou completamente enganado.
António Cabral (AC)
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