domingo, 15 de julho de 2018

PORTUGAL,   ORGÃOS de SOBERANIA,   INSTITUIÇÕES,
PR,  PM,  MDN,  FA,  CEME,  EXÉRCITO,  TANCOS,

e, talvez, uma descomunal pouca vergonha, ou não?? 
Lê-se no "sítio" da Presidência da República (o sublinhado a bold vermelho é da minha responsabilidade) - O Presidente da República reafirma, de modo ainda mais incisivo e preocupado, a exigência de esclarecimento cabal do ocorrido com armamento em Tancos.
E tem a certeza
de que nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos Portugueses, dos resultados dessa investigação. Que o mesmo é dizer o apuramento dos factos e a eventual decorrente responsabilização.

Primeira constatação, o PR tem a certeza. Oh Sr Presidente, desculpe, não me leve a mal, posso rir-me? 
Segunda Constatação neste vergonhoso processo: o ministro Azeredo Lopes, continua a manter a confiança total no general CEME, o comandante/ Chefe do Exército Português.
Terceira constatação: Este CEME está à frente do Exército creio que há um pouco mais de 2 anos, e logo a seguir a Tancos suspendeu uns coronéis e ainda hoje creio não ter sido encontrada norma estatutária que sustentasse essa decisão no plano jurídico; talvez por isso, segundo os jornais, mantivesse a confiança neles apesar de os suspender!!! Parece, entretanto, que alguns desses então suspensos, estarão agora a caminho do generalato, coisa certamente muito fácil de entender!
Quarta constatação: pelo que se lê por aí, se calhar algum do material relativamente ao qual há mais de um ano se gritou ...aqui  d'el Rei........ poderá continuar................ algures.
Quinta constatação: a ligação entre polícias várias, a entreajuda, a colaboração, a coordenação com o MP, continuam a ser uma marca de Portugal.
Sexta constatação: a pouca vergonha, a descarada ausência de vergonha na cara, continuam a ser outra grande marca nacional.
Do que até agora se vem falando, que concluir da actuação dos responsáveis máximos na estrutura do Estado?
Sétima constatação: parece que o inefável deputado do CDS que normalmente manda umas bocas sobre defesa nacional aventa a hipótese de se constituir uma comissão parlamentar de inquérito. 
A base parece ser a disparidade entre realidades e o que Exército informa. Ora aqui está mais um bom motivo de risota, por dois motivos: a história da comissão mas sobretudo até o que parece ser a espoleta da coisa. Só para rir.

REALIDADES
Antes de ir a certos factos que creio correspondem a realidades no terreno, deixem relembrar uma coisa de 1971, Guiné Bissau, e outra sobre exercícios militares de certa escala.
Campos de minas. Do que me lembro de ouvir, pois na Guiné cumpri uma comissão de serviço num navio da Marinha de Guerra, para o final da guerra, o problema dos campos de minas defensivos em redor de acampamentos/ quartéis no interior da então província ultramarina era um dos dramas a enfrentar por quem chegava para render camaradas de armas. Em teoria, a entrega de comando pressupunha, desde o início da guerra, levantamento do campo de minas e a colocação de outro pelos novos responsáveis, sendo elaborado um novo mapa de localização. Com o passar dos anos, e incremento da guerra, o que se terá passado na esmagadora maioria dos aquartelamentos, é que mais nenhum campo foi levantado e apenas colocadas mais algumas minas no exterior do campo anterior desenhado no mapa. Assim não houve incidentes por levantar campos de minas próprios. 
Resultado: a certa altura, em muitos casos, já não se sabia com certeza a 100‰ a localização exacta da totalidade das rotas livres de acesso ao aquartelamento. Com as funestas consequências que ocorreram posteriormente.

Quanto a exercícios terrestres de certa envergadura, ao que me dizem, e me parece fazer algum sentido, é que é difícil mais tarde acertar os registos de paióis com o material efectivamente gasto. Sim, porque não se pára a "guerra" para fazer contas aos milhares de munições disparadas até aí, ás dezenas ou centenas de potes de fumo utilizados, ás centenas de granadas de morteiros gastas, etc.
Se a esta realidade se juntar, porventura, malvadez de algum encarregado de paiol, parece possível imaginar que os registos e as existências contadas num dado momento não coincidam. 
Se então se acrescentar a isto um acumular de anos, numa dada altura as diferenças podem ser muito relevantes. Uma coisa é descontar um carregador de G-3, outra, muito material ao fim de 10 anos, por exemplo.
Se, em cima disto, de repente, o súbito rigor de alguém que chega de novo para assumir um cargo e não aceita as diferenças acumuladas / encontradas, e participa formalmente o facto, temos então uma bronca de todo o tamanho.
Irreal, ou real? Discrepâncias? Roubo? Desvio? Tudo, provavelmente.

Que factos, que realidades?
> o que acima indiquei,
> o não aceitarem (não é difícil perceber quem)  contar com clareza estas coisas às pessoas, falar abertamente (nas lojas e banca não há as quebras?) com o potencial argumento da salvaguarda da imagem de uma inegável importantíssima instituição/ pilar do País; mas, pergunto, continuar neste caminho, mais de um ano depois, não será desastroso, não será mais um erro monumental, e mais uma violenta agressão para a imagem do Exército e Forças Armadas (FA) e de difícil recuperação?
> o ministro da tutela (MDN) e naturalmente o PM e o PR continuam a manter a total confiança no general CEME. 
É lá com eles, não faço nem tenho de fazer apreciações sobre o senhor general. 
> outra realidade é o que rodeia o processo, do roubo/ desaparecimento (??), envolvendo a Polícia Judiciária, a GNR, o MP, a Polícia Judiciária Militar, e não sei quem mais (o SIS anda nisto?). 
Mas Marcelo diz ter a certeza de que desta teia não advirá mal, perdão, prejuízo!!!!!!!!!!!!!

Portanto, que para mim é tudo muito estranho é, como por exemplo suspender-se oficiais e manter a confiança neles. Por exemplo a GNR de Loulé ser alertada sobre onde estaria certo tipo de material, etc, e é um ETC enorme, quilométrico.
Mas é para mim evidente que, depois da palhaçada promovida pelo BE e logo comprada por este governo geringôncico numa história para mim pouco clara, e que levou à rápida demissão do anterior chefe do Exército, repito, é por demais evidente, que os, PR, PM e MDN tentarão tudo mas mesmo tudo para aguentar o actual CEME, ainda por cima havendo semanalmente o acumular de casos que gradualmente chegam ao conhecimento público. 
Os sintomáticos casos sucessivos sobre recursos humanos indiciam, ou parecem indiciar, uma podridão de anos. 
Marcelo deve ler essas notícias e rumores. Anda calado.
Casos que, o DN por exemplo, se queixa ás claras de que faz perguntas e o Exército fica-se em copas. Interessante também que, pareceu-me, a própria Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) não querendo comentar as coisas que estão a vir a público não deixou de confessar um lacónico desabafo acerca de eventuais situações pontuais e um certo mal-estar!!!
Aliás, nisto tudo é muito sintomático que Marcelo tenha ido há pouco a uma importantíssima unidade do Exército e não tenha à saída falado aos jornalistas. 
Não é muito curioso? 
A mim parece-me curiosíssimo o esforço que ele deve ter feito para não sorrir e falar para as câmaras TV.
A terminar, lembro-me de o PR ter sido citado dizendo - ....."Foi muito útil e importante em termos informativos a vinda cá. É completamente diferente ter a noção distante e outra coisa é vir ao terreno"..........."também ocasião para apoiar a investigação em curso e apoiar e incentivar aquilo que venham a ser os passos seguintes na investigação"........e tem de se apurar tudo, de alto a baixo, até ao fim, doa a quem doer".
Como já passou mais de um ano sobre o caso Tancos, como parece que doeu um "POUCACHINHO" em baixo e nada em cima, e como agora vejo a nota que reproduzi no início do "post", declaro-me um cidadão totalmente feliz, descansado, informado, confiante, tranquilo!!!
Assim é que é bonito, as instituições a funcionar, os titulares de orgãos de soberania e demais chefias de instituições diversas cumprindo o seu papel, e sem nunca lhes crescer o nariz!
Lembro-me agora que foi salvo erro a Cavaco Silva que chamaram palhaço
Há coisas curiosas no meu desgraçado País.
António Cabral (AC)

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