sábado, 17 de novembro de 2018

COMO as COISAS se DEVEM PASSAR
Muitos cidadãos, 99,9 %, não percebem nada do que se passa à frente do respectivo nariz. Anestesiam-se com o futebol e as telenovelas nas TV. É violenta a afirmação? Talvez, mas olhem à realidade sem facciosismos, clubites. Por exemplo, qual o real objectivo por trás das greves? Por exemplo, porquê o apoio do BE e PCP, foi mesmo afastar PSD do poder? Claro que serviu para isso, mas a longo prazo?
 Ah......sou exagerado.........ok,...... fiquem com a vossa, que respeito, repito, respeito mesmo quando discordo 100%, eu fico com a minha, ......vamos aguardar uns tempos pelos factos, para ver quem tem razão.
Vamos a 2 casos que me contaram no passado.

1º CASO - havia um senhor que numa fase final da sua vida profissional foi mandado estar numa determinada região, onde imperava um tratante malicioso, dos maiores malandros à superfície da terra. Por razões da vida profissional, de vez em quando o tal senhor era solicitado para ir conversar no gabinete do tal tratante, em audiência formal; tal como na primeira vez, quando ao tratante foram apresentados cumprimentos de cortesia (pois, ainda que sendo ambos, o senhor e o tratante servidores do Estado não havia hierarquia formal entre eles), sempre que havia audiência formal, à saída lá estavam os "merdia" locais sempre alertados pelos serviços do tratante. 
Disseram-me que o tal senhor nunca se esqueceu da instituição que com muito orgulho integrava, e que nunca se deixou entalar, embora o tenham tentado várias; disseram-me, também, que de cada vez que as TV ou jornais tentavam encontrar mazelas e procurar apoucar a instituição a que o tal senhor pertencia, nunca o conseguiram, pois eram confrontados com legislação factual (por outras palavras, era-lhes sempre atirada à cara toda a legislação, com o maior respeito mas frieza profissional) onde estava por exemplo bem explícita a responsabilidade da instituição que o tratante dirigia. 
Por outras palavras, o tal senhor e as suas equipas sempre trataram de trabalhar, sempre colaboraram com os poderes locais como era exigível, sempre cuidaram de tudo por que eram responsáveis, e nunca se amedrontaram com o tratante. 
Tratante, que parece por aí continuar com o seu pedantismo saloio e bacoco, imitando as habilidades de outrem. 

2º CASO - Havia um senhor que nunca se curvou perante a autarquia onde vivia e sempre cumprimentou e respeitou a autarca presidente. Anos atrás, e na sequência de intempéries violentas, sobrevieram danos no telhado da garagem do tal senhor, não propriamente por causa da intempérie, mas mais porque árvores na via pública a isso levavam em primeiro lugar. Adicionalmente, na frente do prédio onde o tal senhor residia, as enormes árvores estoiravam cada vez mais com os passeios, devido ao crescimento das raízes, provocando quedas em pessoas sobretudo idosas. 
O tal senhor, macaco fino, tudo documentou fotograficamente, incluindo quedas de pessoas mesmo nas barbas das suas janelas. A sogra do tal senhor foi uma das vítimas. 
Encurtando, a presidente autarca foi verbalmente informada da urgência em resolver as situações. 
Passados três meses, nada acontecendo, seguiu longa carta com aviso de recepção, a que se seguiu outra, quatro meses depois, mais dura, e já com indicação clara de preparativos de recurso aos tribunais, não só mas sobretudo por causa das quedas das pessoas.
Não tinha passado mês e meio, as árvores afectando as garagens começaram a ser cortadas e arrancadas, e as da frente do prédio foram muito desbastadas, e os passeios descascados para cortar as raízes. Os passeios voltaram a estar direitos, a presidente autarca e o tal senhor continuaram a cumprimentar-se com a maior das naturalidades.

Onde quero chegar?
Quem trata dos assuntos de acordo com a lei, quem defenda sempre  a organização em que esteja inserido e respeite a hierarquia respectiva, sem submissões tolas e sem, portanto, admitir desconsiderações,  quem respeita os poderes públicos mas saiba exactamente as responsabilidades de cada um e, acima de tudo, tenha coluna vertebral e não seja sabujo e não rasteje, pode ter certamente ao longo da vida algumas ou várias chatices, pois encontramos sempre pela frente uma cambada de tratantes com tendências para abuso de poder, mas a experiência diz que, quem está bem seguro e conhecedor da lei, quem é intelectualmente honesto e prudente, quem trabalha como lhe é exigível, não tem dissabores trágicos. 
Trata do que tem de tratar, sabe o que é e de onde se retiram os interesses nacionais, mas não se arroga a mais do que lhe é devido.
Por idade, por qualificações, por função, ciente da passagem transitória por cargos, onde nunca se é DONO. 

Estou agora a reparar, escrevi para aqui uma série de coisas sobre a vida de uma pessoa que conheci, e vem-me à cabeça que alguém ao ler isto possa sorrir e possa pensar que estou a fazer comparações com certas aberrações do presente. 
Não, gosto apenas de contar historietas.
AC

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