quarta-feira, 12 de junho de 2019

COMO OS VIGARISTAS ACTUAM
A esmagadora maioria dos portugueses, aliás, a esmagadora maioria das pessoas no mundo, acreditam que os bebés chegam de Paris no bico da cegonha. 
Nem sequer sabem o que se deve fazer ao bico da cegonha, mas eu explico, sacudir e meter para dentro do pijama!!
A maioria dos seres humanos deixa-se levar com muita pinta.
Por isso os vigaristas proliferam, prosperam. Por isso as sucessivas eleições dão o que dão.
A Tugolândia é, porventura, um dos locais onde existem mais "believers" , onde os trapaceiros e os velhacos sobrevivem mesmo depois de fazer as piores coisas, designadamente aos seus concidadãos, naturalmente sempre vestidos de uma capa de anjos e servidores denodados e entregues de alma coração e carteira à causa pública.

A maioria da maltosa desconhece como as coisas se fazem.
E é tão simples, sobretudo num desgraçado País onde se teceu uma malha jurídica que permite a maior impunidade aos vigaristas de alto coturno.
Já o disse e repito, em breve teremos de começar a indemnizar essa canalha que nos estropia há décadas.

Sabem como se faz?
Com testas de ferro. Usando as facilidades que o mundo contemporâneo construiu no plano tecnológico e financeiro.
Com conversas directas sem testemunhas, seja a tratar de certas negociações de Estado ou mesmo indo directo ao assunto, tipo - quanto me cabe a mim - que ganho com isso - ou mesmo - o meu primo contacta-o.
E, depois, quando existe a necessidade de formalizar algumas coisas, sabe-se do assunto, mas autoriza-se verbalmente a alguém de confiança mas não se participa depois na reunião da decisão.
Se for preciso, dá-se despacho redondo, a lápis sobretudo, para mais tarde, se for necessário, retocar ou alterar.
Ou até, como recurso em desespero, mandar ir buscar um determinado documento comprometedor para o destruir.

Claro que há sempre algum atrevido, como eu, que lixa o esquema.
Claro que mesmo a lápis é perigoso dar despacho, pois há sempre um Cabral que vai logo à fotocopiadora e o lápis passa a tinta.
Ou que tira mesmo cópias do documento, não vá o original ser desencaminhado por chefe subserviente e pressuroso a pensar na promoção futura.
E estamos nisto.

Uns patetas que, tendo servido como escravos embora tenham também engordado, chegam mais tarde a dizer coisas que, evidentemente, devem ter acontecido como explicam mas esquecem que mais valia estarem calados por falta de provas a apresentar.
São apelidados de canalhas maledicentes.

Não, não são, mas são sobretudo uns patetas que se esquecem agora quão instrumentais se calhar foram no passado. 
Parecem esquecer as teias jurídicas que envolvem escritórios e a maltosa que há décadas, roda entre, cargos públicos e privados, entre banca e orgãos de soberania, entre fornecer pareceres jurídicos e construir legislação que levam a assinar pelos eleitos, e havendo sempre ao longo dos anos a cuidada nomeação da pessoa certa para as diversas estruturas, no sistema de justiça, nas forças armadas, nos serviços de informação, nos media, nos reguladores, para os orgãos de soberania. 
Desgraçado País.
AC

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