sábado, 9 de novembro de 2019

CURDOS
A propósito dos curdos, a propósito da recente operação militar norte-americana contra Abu Bakr al-Baghdadi deixando curdos ao abandono, lembrei-me de várias coisas, da geopolítica a diásporas.
Diáspora é um termo que normalmente não coloca problema algum por exemplo em relação aos judeus mas, olhando a outros grupos étnicos ou religiosos, torna-se difícil fazer uma clara distinção entre migrações e diáspora, ou entre minorias e diáspora.
Um dos aspectos importantes neste tipo de análise, e na procura de definição abrangente de diáspora, é o factor tempo.
É usual falar-se da diáspora de judeus, arménios, ciganos, negros, chineses, indianos, gregos, libaneses, palestinianos, vietnamitas e coreanos. Quanto aos curdos nunca se fala em diáspora.
Os curdos são uma das maiores minorias étnicas no mundo, sem Estado. Os números vão de 25 a 30 milhões, e uma parte enorme dessa gente anda no Sueste da Turquia. Erdogan nunca gostou, como aliás os seus antecessores.

Andarão outros na Síria, no Iraque, na Arménia. Do ponto de vista religioso sabe-se que neles coexistem tendências várias do Islão e, aparentemente, até outras crenças.
Os curdos sofreram os efeitos da implosão do antigo império Otomano, e daí para cá andam sempre em bolandas.
E a Turquia em particular nunca lhes deu descanso.
Os curdos, como muitos outros povos, sofreram e sofrem as consequências das múltiplas intervenções ao longo dos anos sempre na mira dos interesses de fora, de outrem.
É a vida, como diria o outro.
AC

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