quinta-feira, 9 de julho de 2020

A  CENSURA  
Houve o "lápis azul" no tempo do António das botas e do sucessor Caetano, creio que com nuances ao longo dos anos isto é, penso que alturas houve em que a censura foi mais dura ou mesmo muito dura e, em outras poucas ocasiões, ligeiramente condescendente. 
Estou a lembrar-me, por exemplo, que em algumas revistas no Parque Mayer algumas brejeirices tinham por trás leves referências a questões desse tempo. E passaram.
No presente, um presente que leva já vários anos, quer no nosso País quer lá por fora, que a censura se vai tentando impor, através de minorias aguerridas, através de governantes com pele de democratas mas cérebro de déspotas que não gostam de ser contrariados, e através de (POR AGORA) mansos policiamentos das mentes, dos discursos, e das opiniões.
Mas estes democratas da treta, particularmente os que mais nada têm feito na vida do que mamar à conta do orçamento do Estado  ou à conta dos negócios com amigalhaços, ou à conta das portas giratórias, ou à conta do nepotismo, preparam-se para dar novos passos. É aliás giríssimo observar demonstrações patéticas a dizer que certas pessoas trabalharam sim senhor. Tomam-me e a todos por tolos?

Naturalmente, naturalmente para mim, a liberdade de expressão, a liberdade de opinião, a crítica, tudo com claro respaldo constitucional, não deve cair no insulto soez, no ataque pessoal descabido, não deve extravasar as normas mínimas que os códigos estabelecem.
Ainda assim, estas coisas têm dias. Para uns quantos protegidos do sistema a história recente demonstra que é possível atentar contra personalidades da vida pública e nada acontecer. Estou a lembrar-me de Miguel Sousa Tavares ter chamado "palhaço" a Cavaco Silva e isso ter sido considerado perfeitamente normal e natural e dentro das liberdades acima referidas. Potencial insulto = arquive-se.

Com a história das redes sociais e, na minha opinião naturalmente, com a pouca vergonha de se autorizarem os anonimatos ainda que haja possibilidades técnicas de chegar a autores escumalha, a desbragada linguagem, os insultos etc. em tudo o que é caixas de comentários aumentaram exponencialmente.
Mas, por outro lado, existem blogues que eu designo de sérios, e através deles se conhecem muitas das pouca vergonhas que grassam no nosso desgraçado País.
Existem também e felizmente alguns, mas poucos, jornalistas que eu designo por decentes, que apontam poucas vergonhas, incoerências, colocam a nu muitos políticos e as suas vergonhosas propagandas e inações. Políticos de todas as cores.
Nos dias recentes, até aparecem os defensores encartados de Centeno ao ponto de pedirem listas alternativas a ele.
Será por exemplo difícil distinguir entre as qualidades pessoais e técnicas do professor Mário Centeno que lhe reconheço indiscutivelmente, e as considerações ao nível político que decentemente equacionem da justeza ou não da sua nomeação para governador do BdP?
Pessoalmente, tenho ligeiras dúvidas sobre todo esse processo.
Mas não estou a atacar nem as qualidades nem as capacidades nem menos ainda o carácter do professor Centeno. Conjecturo apenas sobre o processo, sobre as decisões de António Costa.

Mas é exactamente aqui que reside a minha preocupação.
António Costa e outros da sua estirpe (na minha profissão enfrentei casos desses e não verguei por muito elevada que fosse a antiguidade de quem me pretendia amolgar) não gostam nem aceitam ser contrariados. Daí talvez aquela porventura infeliz comparação que em tempos correu por aí, entre ele e a cascavel.
À esquerda, sempre com um mamar doce aparecem estes policiamentos e censuras. À direita existem também uns quantos arautos da censura democrática!!!!

Com esta treta do discurso do ódio preparam-se para mansamente controlar tudo o que lhes desagrade. Aguardemos para saber que mais coisas um destes dias a filha do papá terá para dizer aos portugueses.
Lamentavelmente, a esmagadora maioria dos portugueses são de uma bovinidade atroz, como tudo o que se vem passando nos últimos meses mais uma vez confirma "ad nauseum”.
O chiquinho do CDS, os dois Andrés, as Catarinas, o tio Jerónimo, Rio, Costa e Marcelo e "tutti quanti” dizem e fazem o que lhes apetece e dão cabo da nossa vida, e os portugueses na sua esmagadora maioria parecem andar apavorados com o que se passa no Benfica e etc. 
Desgraçado Portugal mas, sobretudo, desgraçados de nós cidadãos comuns de coluna vertebral.
AC

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