Há dez anos, Vasco Pulido Valente entre outras coisas perguntava:
"Como é possível pedir aos partidos de uma democracia liberal que festejem uma ditadura terrorista em que reinavam "carbonários", vigilantes de vário género e pêlo e a "formiga branca" (como lhe chamavam) do jacobinismo? Como é possível pedir que uma cultura política assente nos "direitos do homem e do cidadão" preste homenagem oficial a uma cultura política que perseguia sem escrúpulos (e, às vezes (às Vezes?) , matava) uma extensa e indeterminada multidão de "suspeitos" (anarquistas, anarco-sindicalistas, monárquicos, moderados e por aí fora)? Como é possível ao Estado da tolerância e da aceitação do "outro" ir de repente mostrar o seu respeito por uma ideologia cuja essência era a erradicação da Igreja Católica?”.
Claro que é possível e, como se vê cada vez mais desde 2015 com este António (Afonso) Costa, o ataque/ assalto despudorado à máquina do Estado e mesmo o assalto a algumas estruturas Europeias onde existem uns lugares apetitosos a serem ocupados por nacionais, assalto que parece ter aplausos entusiásticos em Belém, tudo prossegue com o esmero e superior mestria vertidos no cardápio socialista/ carbonário/ mafioso, ao melhor estilo de terrorismo de Estado, mas agora com laivos democráticos. E sempre com um execrável sorriso, e patético acenar de cabeça com máscara envergando ou não blusão militar.
Concretamente e por exemplo, no que respeita à questão de nomeação de novo presidente para o Tribunal de Contas, pessoalmente e como regra, concordo que não deve ser encarada a renovação de mandatos seja onde for na máquina do Estado, a não ser em casos muito excepcionais e em que todos percebem a sua razoabilidade.
Da maneira como as coisas andam a passar-se, devia cair do céu uma lei impedindo recandidaturas nos orgãos de soberania.
No caso do Tribunal de Contas, como cidadão comum não descortino nenhuma razão excepcional que justificasse haver renovação do presidente que estava.
Mas, por outro lado, também não tenho dúvidas que o actual “Afonso” Costa o queria ver corrido porque o cessante presidente não se cansou de chamar à atenção para coisas perigosas o que muito irritou o presente PM.
Por outro lado, ainda, é para mim inaceitável para dizer o mínimo, que estes senhores todos de todas as cores que, estando em posições de chefia como ministros, secretários de Estado, dirigentes das mais diversas instituições do Estado, publicamente se pronunciem constantemente sobre tudo e mais alguma coisa, em vez de cumprirem os seus deveres, calados, exararem os seus relatórios pareceres e despachos e dirigi-los a quem de direito, ou seja, fiscalizarem, sem passar coisas para os jornalistas, pedindo ou não para serem entrevistados.
António Costa é matreiro que não me engana.
O decisão da substituição no TC devia ter sido conhecida muito antes, porventura um mês antes, para não haver a legitima dúvida de se tratar de uma vingança/ ajuste de contas.
O inquilino em Belém, ontem ao fim da tarde disse publicamente que não sabia de nada, noite fora, depois de, acho eu, se conluiar com Rio e Costa, nomeia o agora empossado. Que processo mais estranho e que justificações e retóricas mais esfarrapadas. E que triste discurso.
Quanto a Marcelo Rebelo de Sousa, o seu discurso na posse do novo presidente do TC, leiam-no bem, é esclarecedor.
Se esclarecimento para o cimo da pirâmide ainda era preciso.
Desgraçados de nós.
AC
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