O Presidente da República pediu na passada 4ª Feira que seja prestada “a justiça devida” às Forças Armadas, dando-se prioridade aos recursos humanos efetivos e ao seu estatuto, com “atenção equiparável” à que foi dada às magistraturas. Palavras que foram proferidas na cerimónia comemorativa do 102.º aniversário do Armistício da Grande Guerra, do 99.º aniversário da Liga de Combatentes e do 46.º aniversário do fim da Guerra do Ultramar. Foi junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Lisboa.
É conhecido o estado lastimoso para que sucessivos governos atiraram as Forças Armadas sob o silêncio dos sucessivos PR que, para disfarçarem, a espaços foram tendo umas tiradas grandiloquentes, estado que se tem agravado a cada ano que passa. Cada governo, cada PM, cada ministro da chamada defesa nacional tem sido pior que o antecessor. O actual ministro Cravinho jr tem conseguido ser ainda mais "brilhante" que os antecessores, tarefa que é sempre difícil mas ele está a conseguir.
Quanto a Marcelo parece que está a acordar agora. Mas, só agora, porquê agora, quando se sabe de tudo o que se passa muito antes do início do seu mandato, por exemplo, com o Arsenal do Alfeite que uma patética criatura afirmou estar a dobrar o Bojador, com a lei de programação militar, com os submarinos, com certos aspectos na Força Aérea, com a escassez de pessoal designadamente no Exército, com a rotação vertiginosa de pessoal para ir a missões no estrangeiro, etc.? Enquanto a pouca vergonha orçamental alastra em algumas forças de segurança.
Há anos que vem tudo nos OCS, no esbracejar cada vez mais angustiado das associações militares, etc. etc. Se até eu sei disto, caramba sr PR Marcelo Rebelo de Sousa, porquê agora de repente, no fim do mandato? Não me venha dizer que mais vale tarde do que nunca.
Eu tenho uma explicação, é que se calhar há cada vez mais militares a escreverem-lhe para a sua casa militar ou mesmo directamente a si, e cada um deles é um voto! Das Forças Armadas às várias forças de segurança são muitas dezenas de milhares de votos, pois é preciso contar também com as famílias destes sucessivamente mal tratados na sociedade política. Ou estou a ser injusto?
AC
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