terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

SAÚDE  e...............H O S P I T A I S

Das diferentes infra-estruturas de saúde naturalmente que os hospitais têm uma posição e papel determinantes, inigualável. Com esta situação que nos desgraça e vai a caminho de um ano, tenho-me debruçado sobre diferentes áreas no plano da assistência, no plano do direito à protecção da saúde até porque, como mais de uma vez aqui confessei, as circunstâncias da minha vida ditaram que eu pudesse vindo a ter desde 1970 até hoje um certo acesso a informação quanto, a infra-estruturas de prestação de cuidados médicos, medicamentos, farmácias, centros de saúde, problemas de carreiras de médicos e de enfermeiros e de outro pessoal, ordens profissionais.

O hospital de Sta Maria foi inaugurado em 27 de Abril de 1953. A escola de enfermagem que lhe foi depois agregada ficou pronta em 1972. O hospital de S. João no Porto foi inaugurado em 24 de Junho de 1959. O hospital Beatriz Ângelo ficou pronto em 19 Janeiro de 2012. O hospital de Vila Franca de Xira ficou pronto em Março de 2013. O hospital de Cascais ficou pronto em 2010.

Por várias e diferentes razões familiares e de amigos muito chegados, conheci bem o que era o anterior hospital em VFX. Conheci bem o que até 2010 havia em Cascais, no extinto da Marinha, no ex-Cuf Infante Santo, no ex-Liga dos Amigos dos Hospitais. Conheço certas áreas nos hospitais de, Sta Maria, no actual de VFX, no actual de Cascais, no Curry e Cabral, Egas Moniz, Espírito Santo em Ponta Delgada,  Capuchos, Sta Marta, Pulido Valente, Cuf Descobertas, Castelo Branco, Champalimaud, Luz em Lisboa, Lusíadas em Lisboa, Setúbal, e Outão.

Que dizer da necessidade de construção equilibrada (no que se refere a disseminação pelo território) de novas unidades hospitalares? Há quanto tempo marcam passo colocações a concurso para novas unidades hospitalares?

Para comparação, no estrangeiro conheci alguma coisa de, um hospital em Oostende, Bélgica, e um em Norfolk, EUA.

Tenho uma noção razoável do nosso SNS que não apenas os hospitais, mas quero focar-me nos hospitais e no pessoal. E neste conhecimento coloco sempre um "filtro" para "limpar" o que pudesse toldar as minhas apreciações, filtro para limpar algum atendimento que pudesse resultar de conhecimentos, ou familiares nas instituições.

Mais uns que outros, sempre os hospitais viveram atulhados de gente que, num país a sério e com uma organização a sério uma parte não acabaria nas urgências, seria adequadamente atendida/ tratada nas infra-estruturas de nível inferior, centros de saúde designadamente.

Num país a sério, governado seriamente, e como define a CRP, haveria uma harmonia e coordenação entre o prioritário SNS e as unidades de saúde de natureza privada. E num país a sério as unidades "centro de saúde" estariam adequadamente distribuídas pelo país e, num país a sério, o problema do despovoamento de zonas do país teria sido encarado e mitigado há décadas, o que não aconteceu antes nem depois do 25 de Abril.

Num país a sério, não teríamos médicos espanhóis a semanalmente dar consultas em certas aldeias da raia. Conheço duas.

Num país a sério, as condições de trabalho para médicos e enfermeiros e outro pessoal na área da saúde não seriam muito diferentes entre zonas do interior e as existentes nas 4 maiores cidades do país. Refiro-me aos meios de diagnóstico e outras especificidades e ás condições para ter uma vida familiar razoável nas diferentes regiões. 

Naturalmente, e por exemplo, ter moderno equipamento de ressonância magnética em todas as vilas e cidades era capaz de ser um disparate mas, e quanto a muitas outras coisas menos "pesadas" em tecnologia? E as condições para ter família? É razoável ou mesmo adequado que um cardiologista aceite ser colocado num hospital no Alentejo e para aí concorra apenas se puder deslocar-se frequentemente a Lisboa para "manter a mão" quanto a colocação de "pacemakers"? E se lá não houver outro? Ou só mais um?

E que dizer sobre os vencimentos? E que dizer da situação de muito pessoal que trabalha no SNS ou só de manhã ou até meio da tarde, e depois pega nos privados? E que dizer das carreiras?

E que dizer da luta titânica desenvolvida anos atrás (já acabou?) por certas classes médicas relativamente a profissionais estrangeiros ou a profissionais portugueses formados no estrangeiro? E que dizer da quantidade de médicos a ocupar lugares administrativos na malha imensa e burocrática do SNS?

O SNS, tal como definido na CRP só deve continuar e melhorar. Não exactamente como as esganiçadas berram, "contratem" mas, tratando de resolver os inúmeros problemas existentes e de que procurei muito superficialmente lembrar apenas alguns. Nada fácil, quando há décadas que a maioria dos problemas se arrasta, por culpa de todos, TODOS, e não se resolve agora de um dia para o outro.

Desde logo carreiras e vencimentos, o que implica um aumento de despesa brutal. Nunca se quis enfrentar isto. Tal como na segurança social, em que a manutenção de lares sem receberem o aval da segurança social significa o não co-financiamento dessa mesma segurança social logo, poupança!.

Sempre a empurrar com a barriga.

Uma coisa é certa, nesta questão da saúde, em hora de aflição, é muito importante e quase sempre decisivo ter muita sorte, como aconteceu com o meu cunhado mais velho por altura do Natal passado. Ah, e tendo médico amigo no sistema (hospital etc.,) faz toda a diferença. É a realidade.

António Cabral (AC)

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