segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

MORTOS.   CEMITÉRIOS.   A VIDA

Realidade da vida terrena, nascemos, vivemos, morremos um dia por, acidente inesperado, doença prolongada, de muito velhinho.

Realidade da vida, muito dolorosa. Pessoalmente já passei por muitas destas situações, funerais, de amigos, de pessoas da minha profissão, de muitos familiares (primos, tios, sogros, pai, irmão mais novo).

Funerais, cerimonial para mim sempre arrepiante e, no mais directo, extremamente doloroso, como foi particularmente o caso do meu irmão, dadas as circunstâncias, e por ser mais novo que eu.

Vem isto a propósito dos mortos, naturalmente mas, particularmente, do inerente cerimonial que requer a maior dignidade, dignidade que depende também muito das circunstâncias e das infra-estruturas dos cemitérios. 

E a propósito, enfatizar também de que, nestas alturas dolorosas se pode bem avaliar quem é verdadeiramente amigo, genuíno, inteiro, desinteressado (e eu não esqueço, concretamente no caso do meu irmão, quem da nossa profissão lá esteve).

Depois do funeral terminado, cada um vai para suas casas. E passarão anos. Particularmente nas campas, um dia as ossadas estarão desligadas. Passadas décadas, campas haverá de que os serviços desconhecerão a ligação familiar. Etc.

São actos ou movimentos mortuários a, Exumação, a Cremação, a Inumação e a Transladação. E, em consequência, um cemitério para além de dever ser um local de silêncio, bem ordenado e cuidado, requer determinadas infra-estruturas/ capacidades como por exemplo, um ossário municipal, um crematório que creio uma grande parte dos concelhos não dispõe. No caso de Lisboa, conheço (infelizmente dois locais de cremação.

Tudo isto para dizer que também nesta área tenho a sensação de que  algo deve ser melhorado. Naturalmente, as circunstâncias de despovoamento de grande parte do país torna este assunto porventura mais complexo no que se refere a meios em cada concelho. 

Uma coisa tenho por certa, é nossa obrigação, dos vivos, honrar os mortos e, para os honrar também na área mortuária e de cemitérios há muitos locais/ cidades onde me parece que as coisas deviam funcionar de modo diferente. 

É uma questão genérica, não tenho de apontar nomes, não quero, pois também sei que as coisas não são fáceis "lá dentro" das autarquias mas, é mais uma área da nossa vida onde estou convicto de que muitos dos meus concidadãos não presta a atenção devida. 

(o signatário, a tratar da parte superior do jazigo de família, Monsanto)
AC

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