Estava em tribunal o assunto/ processo relativo ao "cambão" entre os bancos.
Não é preciso ter estudos especiais para perceber que, se um mesmo produto custa sempre exactamente o mesmo independentemente do lugar onde se procura comprar, é legítimo pensar que se calhar há alguma combinação entre quem vende o mesmo produto, pois o que seria natural era detectar-se alguma concorrência, algum ligeiro desfasamento de preços.
O caso dos combustíveis é um dos mais curiosos e bem definidores do estado do nosso país no plano em que estou a falar.
Tirando às vezes um ou outro posto de combustíveis em grandes superfícies, ao longo das auto-estradas é sempre a mesma marmelada. Aqueles anúncios antes de 8 Km de cada área de serviço, sempre com os mesmos preços, bem o demonstram.
Bom, mas olhando a outros produtos lá foi instaurado um processo, e lá foram a tribunal, os maiores bancos naturalmente, com a CGD à cabeça, diz-se.
E, surpresa das surpresas, ou nem tanto, pelo que se lê por aí parece ter ficado claro e provado em tribunal que havia dados limpinhos incriminatórios de cartel bancário.
Então, a decisão havida perante os factos foi.................nada decidir, e chutar a coisa para o tribunal Europeu. Como diria o Pessa, e esta hein?
Portanto, com este pedido ao tribunal do Luxemburgo, o tal tribunal que tem a celeridade típica da maioria dos tribunais em Portugal, a probabilidade de prescrição do caso é bastante elevada, não vos parece estimados leitores?
E, mauzinho como sou, arrisco dizer que por causa de uma "pequenina cartelização bancária sem importância", era só o que faltava vir alguém atrever-se a condenar a banca e designadamente a CGD, o banco que bem se pode dizer - é o banco do Estado.
Não estou a ver alguém aqui em Portugal atrever-se a condenar uma instituição sobre a qual, ao longo dos anos, PSD e PS (o arco centrão) sempre dominaram, umas vezes mais escandalosamente, outras menos.
E nisto tudo há explicações acessórias para este muito curioso desfecho, para este empatar jurídico, legal naturalmente, mas tão curioso, oh, tão curioso.
É só recordar a evolução de certas decisões e modificações no âmbito do ministério da dita Justiça. Neste pântano, nada acontece por acaso.
AC
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