Vou socorrer-me dos termos em inglês.
Não há muitos anos dizia-se que "Sunnis" seriam cerca de 85 % de todos os "Muslims", enquanto "Shi'ites" seriam cerca de 15 %.
É sabido que no mundo do Islão não morrem propriamente de amores uns pelos outros. Diria mesmo, há uma extraordinária "fraternidade".
Do que julgo saber, do que aprendi anos atrás, Irão, Turquia e Arábia Saudita são os três países que procuram a liderança mundo Islâmico e, creio, depois de ter decapitado o exército Turco e mandado às ortigas o trabalho de Ataturk laicizando a Turquia Erdogan aspira a ser o grande líder.
No meu tão maltratado país, o jornalismo caseiro cada vez mais cheio de "primas donas e serventuários" liga pouco ou nada à maioria das coisas que se passam no país e são de extrema importância, idem para o que se passa na vertente externa. Interessa a espuma dos dias e entreter a malta desviando dos problemas que se arrastam décadas.
Refiro-me concretamente aos movimentos diplomáticos de Erdogan a tentar mediar a questão da guerra em solo da Ucrânia e, sobretudo agora a sua ida à Arábia Saudita. Creio não estar enganado se disser que é sabido que Ankara e Riad disputam o controlo dos "Sunnis".
E a este propósito, não sabendo exactamente como se passam hoje as coisas pois a "coisa" é muito dinâmica, lembro-me que dentro dos "Shi'ites" havia várias divisões e nomeadamente: "Imanites", "Alaouites", "Ismalites", Ibadites. E dentro dos "Ismalites" existirão pelo menos, "Druze", "Nizarites" / "Contemporary Ismalites".
Quando o "Profeta" faleceu (632) colocou-se a questão da sucessão. Shi'ites, alguma forma parece poder dizer-se que o seu início se deve à oposição da "ordem" então existente, oposição ao poder político de então. Nos Shi'ites, o papel dos clérigos é decisivo cabendo-lhes interpretar a doutrina e ensinar e treinar a comunidade.
Cerca de 90 % de Shi'ites serão "Imanites", estando estes espalhados pelo "Iran", "Iraq", "Bahrain", "Lebanon", "Afeghanistan", "Paquistan" e em várias das repúblicas da ex-URSS.
"Druze" existirão no, "Lebanon", "Syria", "Israel", "Jordan".
"Ibadites" existirão no, "Oman", Zanzibar", "Djerba".
"Nizarites" existirão no, "Lebanon", "Syria", "Oman", "Pakistan", "Afeghanistan", "Turkistan".
"Alaouites" existirão no, "Lebanon", "Syria", Turkey".
Por aqui se pode avaliar quão "fácil" é lidar com estes problemas de unidade religiosa (!!) a que se somam os interesses geopolíticos.
Interessante. Mas o jornalismo tuga alheado.
AC
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