dizem que morre um Fuzileiro de vez em quando mas,…
Esta sequência de palavras ouvi-as em Bissau da boca de quem na altura era responsável pela Marinha lá quando na manhã de 30 de Outubro de 1971 me apresentei. Era o início de tempos que não esqueço.
Antes desta "extraordinária" (??) sequência de palavras e depois do meu - dá-me licença - da praxe, recebi uma primeira frase e mais curta - então vão regressar a Lisboa.
EU e o que comigo iniciava nesse dia o cumprimentos de 21 meses pela Pátria nem sabíamos bem o que pensar, retorquimos apenas - não, acabámos de chegar. E lá ouvimos a seguir a frase em título sobre a "guerra"
Lembrei-me disto, deste passado que me marcou, a propósito das guerras que por aí alastram. E a propósito de um texto recente de um homem que muito considero e que a propósito da guerra coloca interrogações sobre o modo como reagem muitas pessoas à guerra, às guerras. Muitas vezes ou a maioria das vezes, com uma certa indiferença.
A menos que comecem a estoirar engenhos perto da sua área de conforto!
Por cá, por exemplo, a nível de partidos políticos, esgrimem um certo palavreado com o PCP e BE acerca da pancadaria na Ucrânia. Mas é basicamente folclore para "épater les Bourgeois".
Por cá, por exemplo, a nível de partidos políticos, esgrimem um certo palavreado com o PCP e BE acerca da pancadaria na Ucrânia. Mas é basicamente folclore para "épater les Bourgeois".
Está lá longe.
Por cá o interesse pela guerra circunscreve-se a cometer 37 militares para um exercício NATO, a inarrável Helena Carreiras verbalizar contra Trump e anunciar um milhão para comprar umas munições (já lá chegaram os Leopard e os Kamov e as cuecas?), uns discursos pomposos e inócuos untados com umas vacuidades por parte de vários conhecidos palradores que disso não passam, e pouco mais.
Olhar-se para as coisas seriamente, com equidistância, com rigor, com a noção exacta das nossas carências, não significa que nos estejamos a preparar para ir para uma qualquer guerra.
Olhar-se para as coisas seriamente, com equidistância, com rigor, com a noção exacta das nossas carências, não significa que nos estejamos a preparar para ir para uma qualquer guerra.
Significa tão só ter sentido de Estado, noção das responsabilidades.
Pois se ontem era tarde, hoje e amanhã mais tarde será, para olhar seriamente para o pilar militar da defesa nacional. Olhar sem espírito de império, olhar com realismo, olhar para os pequenos passos que deveriam começar a ser dados.
Para vacuidades temos arrogantes que cheguem, civis e militares.
Mas as realidades mostram (opinião pessoal, naturalmente) que o que por cá vem acontecendo tem um significado e muito claro: a maioria dos palradores não tem um pingo de vergonha na cara.
Como os militares não se podem manifestar, está tudo bem no reino desta "desgraçada Dinamarca" em declinação lusa.
António Cabral (AC)
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