terça-feira, 5 de novembro de 2024

AUTARQUIAS, GOVERNOS CENTRAIS, ELEIÇÕES
Aconteceu em Espanha uma tragédia de proporções avassaladores.
Oficialmente, mortos ultrapassam pouco mais de duas centenas.
Dizem que os desaparecidos poderão chegar aos dois mil.
Se é já um drama quando morre tragicamente uma única pessoa, 
se este trágico número se vier a confirmar estaremos perante uma monstruosidade de vítimas. 

O que se passou em Espanha, o que se está a passar em Espanha,  foi despontado pela mãe natureza, e a mãe natureza sabe que pode contar, SEMPRE, com a demagogia, corrupção, incompetência, compadrio, nepotismo, mentira, manipulação, ocultação de realidades,  de políticos e decisores.
 
A televisão mostra zonas destruídas, escombros por todo o lado, infra-estruturas arrasadas, lama, desespero das pessoas.
As imagens televisivas mostram o resultado da força da mãe natureza exercendo a sua fúria sobre superfícies onde, provavelmente, nunca devia ter sido autorizada construção.

A televisão mostra aquilo que nos legitima pensar na e duvidar da qualidade de sistemas, de várias instituições, de organização, local e estatal.
A televisão mostra-nos um horror e eu penso que de tudo o que vi ficou à vista o resultado da miséria moral de muitos na Espanha das autonomias, das comunidades, dos nacionalismos, das brutais desigualdades.

A televisão mostra-me - sem os visualizar - os políticos que vivem nas suas bolhas. A começar pelo socialista Sanchez.
A televisão mostra-me a ausência de decência nos palradores que discursam à distância.

Mas o que tem sido observado em Espanha na sequência do iniciado pela mãe natureza, não é monopólio de Espanha.

Em minha opinião, está dormente em muitos países, em muitas sociedades, a revolta das populações.
Um evento da natureza, uma tragédia como um gravíssimo incêndio, uma catástrofe industrial, despontarão a ira pois os problemas das pessoas não são resolvidos, de facto.

Passam os anos e trabalham para as eleições, para a manutenção no poder, a todo o custo.
Mas as populações, iradas, têm fraca pontaria.

O rei espanhol, que me parece uma pessoa decente (veja-se as suas posições para com o pai e restante família embrulhada em porcaria) tem muito pouca culpa.

Contrariamente a uma criatura ansiosa por morar em apartamentos caros, eu não vejo culpas da tragédia em Espanha exclusivamente num lado das barricadas políticas.

Posso estar enganado, mas o que a mãe natureza pôs ao léu foi uma Espanha podre, que os principais partidos espanhóis foram construindo ao longo dos anos, o PP e o PSOE.

Junte-se a isto os nacionalismos, e os ódios e está aí um caldinho que vai dar mau resultado.
Pessoalmente, creio que o PSOE do Pedrinho espanhol tem mais responsabilidades na Espanha do presente, a Espanha que se esboroa, a Espanha dos que tudo fazem para se manterem no poder, mas dizendo-nos sempre - somos os mais democratas de todos.
A seguir.
AC 

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