Creio que se pode dizer que, desde 1800 e até 1910, o curso da nossa história foi demonstrando uma crescente decadência institucional, económica e financeira, um crescente deslaçar do tecido social português.
Por essas razões e outras onde sobressaía o ego de famílias políticas e de militares, creio que se pode dizer ter sido a política regenerativa essencialmente um crescente desastre, não se ligou designadamente à revolução industrial e ao necessário desenvolvimento estruturado da sociedade portuguesa, que ficou sempre relegado para prioridade a encarar um dia!
Cresceu a desordem crónica e a organização política foi quase sempre dominada por gente pouco ou nada escrupulosa, ávida de poder e de proventos e mordomias, dominando a seu bel-prazer.
O rotativismo dos dois grandes partidos do poder, o regenerador e o progressista, contribuiu apenas para criar clientelismos, servir interesses particulares, e o interesse nacional que fosse às favas!
O rotativismo dos dois grandes partidos do poder, o regenerador e o progressista, contribuiu apenas para criar clientelismos, servir interesses particulares, e o interesse nacional que fosse às favas!
A partir do final de 1800 foi sempre ou quase sempre um circo, mas um circo manhoso.
Os lugares nas instituições, enfim na pesada máquina do Estado, foram sempre abarbatados por gente sem escrúpulos, gente gananciosa.
Caiu a monarquia e a I República foi o que se viu.
O desbragar da I República, as violências sem fim, a formiga branca e os militares de caserna, facilitaram a implantação da ditadura militar.
A ditadura militar abriu caminho ao Estado Novo, Salazar sedimentou-o, Caetano não quis ou não soube retroceder.
O 25 de Abril de 1974 acabou, felizmente, com O Estado Novo mas onde não foi tudo mau embota tenha sido mau, dotámos-nos felizmente de uma Constituição gradualmente melhorada, opinião pessoal naturalmente.
Vivo felizmente neste regime de Estado de Direito Democrático.
Salvo melhor opinião, depois de 1991 várias coisas se começaram a complicar no país.
Entrou depois o Guterrismo, para nossa desgraça, opinião pessoal naturalmente.
Super inteligente, de cultura notável, Guterres esbanjou oportunidades. Creio que o saudoso Sousa Franco ainda deve dar saltos ao ouvir o nome Guterres!
Tivemos momentaneamente um inarrável à frente do governo que cedo se pirou para Bruxelas, e a que se seguiu um pesadelo.
Tivemos depois um inarrável animal feroz com os resultados brilhantes de uma bancarrota.
Seguiu-se Passos Coelho, que fez essencialmente o que nos foi imposto, mas devia ter-se abstido de fazer as asneiras que fez ou deixou fazer.
Ganhou depois, outra vez, eleições legislativas mas com maioria relativa e, jurídica e constitucionalmente de forma limpa, o manhoso saltou para PM apoiado na geringonça, e colocando o inarrável Ferro Rodrigues na AR.
Um período manhoso (opinião pessoal naturalmente) de um pouco mais de 8 anos.
Costa resolveu as carreiras, médicas, dos enfermeiros, das forças de segurança, dos professores, dos militares, dos oficiais de justiça, etc. etc. etc. etc. etc. etc., resolveu o sistema judicial, o SNS, a educação, etc. etc. etc. ? Não. Virou páginas.
Bateu largamente Sócrates em vigarice política.
Seguiu-se Montenegro.
Todos os dramáticos problemas da sociedade portuguesa começaram com ele. O país estava direitinho em todos os sectores antes de Abril de 2024.
Mas Montenegro insiste em dar tiros no pés.
Não saímos disto, nem do fundo das diferentes tabelas internacionais de avaliação.
Aguardemos.
AC
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