FRANÇA, teve vários protagonistas políticos, de cores diferentes, entre eles Charles de Gaulle (CG).
CG lutou desesperadamente para, durante a II GG, manter viva a ideia de liberdade em França, lutou pelo seu país, insurgiu-se cedo contra os ditos aliados que o menosprezavam. E não se esqueceu disso.
Depois da II GG saltou para o poder, as coisas correram-lhe mal, saiu, mas voltou mais tarde em força. A Argélia sofreu-o, mas acabou por largá-la creio que contra a vontade de vários políticos e muitos dos seus militares. Opôs-se ao Reino Unido, obrigou a mudar a sede da NATO.
Penso que a França progrediu, creio ser da sua responsabilidade a criação da "Force de Frappe", mostrando alguma ligeira independência face aos EUA. Saiu de cena quando a França viveu muita turbulência sindical e estudantil, e designadamente o Maio de 1968.
Quer a França quer o Reino Unido acabaram por ter submarinos de propulsão nuclear e porta mísseis.
No plano militar convencional desenvolveram carros de combate, navios de guerra e aviões. Na guerra israelo-árabe de 1967 os Mirage foram decisivos.
A criação da NATO poucos anos depois de 1945 teve vários objectivos mas, sobretudo, o que foi bem sintetizado na famosa frase que eu traduzo assim - os americanos dentro, os russos fora, a Alemanha submetida (down).
A par disto, os EUA através sobretudo mas não só do plano Marshall de recuperação da Europa no pós guerra, avançaram gradualmente com bases um pouco por toda a Europa Ocidental mas, particularmente, na Alemanha então dita federal (RFA) e Turquia.
Os anos passaram e viveram-se décadas de "MAD" assegurando a mútua destruição em caso de algum disparate da parte de algum dos lados, de algum dos blocos militares.
Tirando a França e o Reino Unido, com a sua "modesta" força nuclear que creio se pode dizer basicamente táctica, os mísseis inter continentais eram apenas possuídos pelos EUA e URSS. Para lá da dimensão de forças em homens, navios, aviões, logística, bases militares, sistemas orbitais, etc.
E vários acordos foram sendo celebrados a partir sobretudo da era Reagan, tendo em vista alguma redução dos arsenais nucleares, estando sempre presente a MAD.
Na Europa, esquerdas e não só, sempre protestaram contra o desvario nuclear. Sempre protestaram contra a existência dos mísseis americanos estacionados na Alemanha virados para a URSS.
O muro de Berlim caiu, a URSS implodiu e até, 2000, viveram-se confusões e aspirações idílicas, e até se realizaram exercícios sobretudo navais entre forças ocidentais e da Rússia.
A partir de 2000 tudo se foi alterando, iniciou-se a era do czar Putin do lado da Rússia, e do lado americano o Bush filho, o Obama e subiu à Casa Branca em 2016 o tresloucado Trump. Surgiram depois o senil Biden e agora em janeiro passado o ainda mais tresloucado Trump.
Do plano Marshall até ao presente, a Europa Ocidental criou a comunidade do carvão e do aço, criou a CEE e transformou-a depois na UE.
A Europa Ocidental foi basicamente obrigada a descolonizar África e Ásia. Bandung foi um marco.
O Reino Unido criou a Commonwealth que, em certos aspectos, conseguiu manter alguns laços no plano do desenvolvimento e dos negócios.
A França (la grandeur de la France) imaginou possível manter mãos de seda nas antigas colónias, mas foi humilhada na Ásia e tem-se dado mal em África, ainda hoje, Mali e etc.
Há pouco dias, à Europa Ocidental, e publicamente, foi recordado que não passa de um anão militar.
E, talvez pior, foi-lhe dito de forma directa e grosseira - tratem dos vossos problemas como por exemplo a guerra na Ucrânia.
Macron, patético e egocêntrico como sempre, não sei se por ter olhado para o retrato de CD na galeria dos seus antecessores, ou porque a velha Brigitte lhe nega favores, colocou-se em bicos de pés e chamou alguns "pares".
Os patéticos Costa, Ursula e Rutte acorreram nos seus aviõezinhos ao almocinho no Eliseu.
Houve quem não apreciasse a coisa, refilou, e há dois dias novo encontro, provavelmente com mais do bom champanhe francês.
Continua a desconhecer-se se vão escrever um livro branco, ou verde.
O que se está a verificar é que muitos dos que até ao presente vociferavam contra coisas militares, armamento, despesas militares, guerras, nuclear, aparecem agora verbalmente arvorados em belicistas.
Querem nos almocinhos armas de destruição maciça, tudo regado com o bom champanhe francês.
Que se seguirá nos próximos dias?
Revisão dos orçamento nacionais?
A UE abre o portão das apertadas regras orçamentais?
A UE avança para o nuclear?
Que se dá/ empresta à Ucrânia?
Ah, já agora, o estado social passa para terceiro plano?
A brutal dívida do BCE não é para aqui chamada?
Por cá, na Tugolândia, e por exemplo face ao que ouvi ontem à tarde em Lisboa, entre coisas com muito sentido, pareceu-me descortinar em alguns desejos de mais do mesmo de há 30 anos!
Aguardemos.
António Cabral (AC)
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