quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Grande PARLAMENTO, grandes parlamentares
Grandes partidos Políticos
Quase tudo como no tempo de Eça

Ora a propósito de reformas e reformas recordo que por força das imposições da Troika, o processo liderado pelo inarrável então ministro Relvas fez o número de freguesias baixar das 4260 existentes em 2013 para 3092. Houve várias agregações.

Conheço concretamente os casos havidos no concelho de Idanha-a-Nova (IDN), sendo um dos exemplos a nova freguesia de Monsanto - Idanha-a-Velha.
Se vi bem  na recente decisão do parlamento sobre freguesias essas agregações em IDN não foram alteradas, não houve desagregações!

De salientar que existiam 4260 freguesias em Portugal, muitas delas com escassas centenas de habitantes. 

Provavelmente uma relevante parte do poder autárquico é/ continua ineficaz e custava/ custa imenso dinheiro e, talvez, envolvesse cargos que acabando por ser políticos seriam, quase certamente, desnecessários. 

A reforma sob a pressão da Troika foi feita nessa altura com contestações várias e nomeadamente contestada pelos pequenos (ou médios ou grandes?) interesses e por vários órgãos informativos.

Se a reforma era necessária, se o que foi feito foi correcto e adequado nada disso interessava. 
Interessava sim atacar Passos Coelho que, para lá de méritos qualidades e defeitos como todos nós era e é, basicamente uma pessoa decente. 
Mas, creio, não controlou devidamente alguns dos seus ministros.

E como no passado aqui escrevi, e porque era o PM, ele foi o responsável primeiro por várias parvoíces, por algumas medidas estúpidas (opinião pessoal naturalmente), e por algumas afirmações que, no mínimo, se devem qualificar como lastimáveis.

Nos tempos recentes a questão das freguesias voltou ªa baila".
Não faço ideia se a vida das populações melhorou nos locais onde houve fusões. Tal como agora com algumas desagregações. 

E isto dá bem a medida do elevado índice de incompetência arrogância e imbecilidade (opinião pessoal, naturalmente) de muitos parlamentares.

Sim, inicialmente pressão da Troika.
Mas, depois, que estudos sérios?
Que ponderação?
A agregação do tempo da Troika e as recentes desagregações nada tiveram a ver com conluios partidários, com votantes?
Não se tinha em mente o clientelismo?

Se não estou enganado houve bastante mais de uma centena de recentes desagregações de freguesias.
Que benefícios concretos se visualizavam para as populações envolvidas?

Entre as várias coisas espantosas e se vi bem, o PSD que promoveu a "reforma" por sobretudo imposição da Troika, na recente contra-alteração esteve na linha da frente. Brilhante.
Nada como uma boa coerência!

Portugal continua prenhe de certas personagens, de muitos fregueses, de imensos sacripantas, todos com uma descarada ausência de vergonha na cara e ausência de quase tudo.

Desgraçados de nós cidadãos comuns.

Nesta questão organizacional se vê sem margem para dúvidas a choldra que predomina na política nacional.

Com ou sem imposição da Troika entretêm-se a brincar com estes arranjos e re-arranjos.

Ponderar a questão de forma profunda, isenta, sem ideologias e clientelismos isso é que não.
Mais ou menos freguesias é que importa.

Olhar seriamente para a organização administrativa do país?
Ui, nem pensar, olha lá os poderes instalados, o clientelismo, as zonas de influência.

Que importância tem que por exemplo Portalegre, Penamacor e outras há, sejam cidades com uma população numericamente ridícula, comparativamente com as freguesias de Lisboa Porto, Setúbal, Almada etc.?
Este é apenas um exemplo da trágica (opinião pessoal naturalmente) organização administrativa do país. E da tragédia que vagueia pelo poder formal.
Enfim.

AC

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