quinta-feira, 23 de julho de 2015

Gravidez. Interrupção voluntária da gravidez (IVG).
É complicado formular juízos acerca de qualquer matéria ou assunto sem conhecer em profundidade todos os parâmetros relacionados.
É o meu caso acerca da gravidez, do aborto voluntário. Tenho dois filhos e dois netos.
Assisti a várias gravidezes, testemunhei o horror do sofrimento quando as coisas correram muito mal, infelizmente.
Não tenho, portanto, qualquer dúvida, de que uma mulher grávida passa automaticamente para a situação de ser frágil durante muitos meses e ás vezes até depois do nascimento da criança.
Por outro lado, a maioria das mulheres engravida dentro dos seus planos familiares, ás vezes lá vem um bebé fora de tempo (aquilo que usualmente se chama o quase neto), mas há certamente mulheres que engravidam em circunstâncias adversas da vida (desemprego, desavenças conjugais, etc) e infelizmente algumas porque foram brutalizadas.
Creio bem que a decisão de uma interrupção de gravidez deve estar em primeiro lugar na cabeça da mulher. E que uma IVG deve ser executada com os adequados apoios médicos.
E haverá certamente muitos casos em que a mulher terá poucos recursos para resolver a sua situação perante a decisão de uma IVG. Creio inaceitável que o sistema de saúde do País se possa alhear disto.
Mas isto dito, também se me afigura inaceitável que toda e qualquer situação de IVG fique isenta de alguma contribuição pecuniária.
Até por questões de equidade social, e apesar dos berros e histerismo de algumas criaturas que sempre se consideram superiores aos outros. Designadamente dentro da AR.
Porque convenhamos, se uma idosa de 90 anos, com a pensão de 392 euros e poucos cêntimos mais, está isenta de taxas moderadoras sempre que é ( e bem) atendida no SNS, querem-me convencer que todas as mulheres que até hoje foram fazer a IVG à borla no SNS, têm todas este tipo de recursos?
Vão fraturar para o diabo que as carregue.
Trate-se como não pode deixar de ser quem necessita e está em situação difícil na sua vida privada. Mas deixem-se de demagogias e de pouca vergonha.
AC

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