sábado, 9 de abril de 2016

DRAGHI, Conselheiro de Estado!!
Como há pouco tempo escrevi, gostei globalmente dos discursos de Marcelo Rebelo de Sousa, quando anunciou a candidatura, na noite de vitória na Faculdade de Direito, na cerimónia em que foi empossado PR, e nas palavras que dirigiu a todos os funcionários da Presidência da República.
É natural que, dentro das competências de cada cargo, cada pessoa imprima um estilo diferente e, por isso mesmo, se conclua muitas vezes que, fulano nunca beliscou as suas competências mas deu frescura ao desempenho de funções enquanto, outras vezes, ficamos com a certeza de termos tido perante nós um servidor público com um pau nas costas, e sempre alguém a beliscar-lhe o traseiro tão hirto aparecia sempre à frente das câmaras.
Vem isto a propósito ao estilo do actual PR.
De uma coisa estou convicto, como verifiquei numa gravação para que me chamaram à atenção, num evento na Microsoft. O actual PR mostra-se descontraído, explica elegantemente as coisas, dá o seu ponto de vista sem aquele ar de fastio e professoral do século XIX típico do seu antecessor.
Isto dito, ocorreram alguns factos que me suscitam discordância.
Para o 1º Conselho de Estado convidou Draghi e ainda o governador do Banco de Portugal.
Pode o PR convidar para conversar com ele quem muito bem entende?
Pessoalmente não vejo nenhum obstáculo formal, constitucional.
Como teria eu feito?
Se pensasse ouvir Draghi ou outro estrangeiro, convida-lo-ia sempre que me apetecesse.
Almoçaria com ele sempre que me apetecesse. Pediria pelo menos ao PM para me acompanhar no repasto e na conversa.
Nunca o sentaria na sala do Conselho de Estado.
Mas transmitiria aos conselheiros de Estado a minha convicção sobre os assuntos, não sem antes lhes transmitir os pareceres/ sugestões/ recomendações de Draghi.
O Estado, o estado da Nação, os problemas do País, nunca os discutiria num órgão do Estado misturando nacionais com estrangeiros.
Podem chamar-me conservador, antiquado, formalista, o que entenderem.
Para ajudar a formar opinião, ouvir tudo e todos, ler tudo a favor e contra, mas respeitar regras, preservar o brio nacional apesar dos nossos podres.
Até para não me sujeitar a ter na NET um resumo da discursata que viria mais tarde a ouvir na reunião formal do Conselho de Estado.
Como aconteceu, senhor Presidente da República.
Lamentável, creio bem.
AC

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