Vai por aí uma onda de indignação acerca de Cavaco Silva, concretamente sobre mais um livro de memórias.
Indignação "à esquerda", ainda que muitos de outras áreas incluindo actuais titulares de orgãos de soberania venham a ler o livro e o considerem desprezível, livro e autor.
Do que superficialmente vejo, atiram-lhe com falta de sentido de Estado e outros mimos.
Antes de continuar, um alerta em jeito de nota prévia para os meus ilustres visitantes e amigos que possam não ter a noção genérica do que penso sobre o senhor.
Desde que me iniciei na "bloga", há mais de 9 anos se a memória não me falha, começando por escrever num blogue que, por inesquecível consideração, acolhia algumas coisas razoáveis que eu ia escrevendo e também muitas outras coisas provavelmente a roçar o disparate, desde essa altura que muitas vezes me atirei ao então Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas. E daí para cá periodicamente continuei a zurzir!.
Como pessoa, como cidadão, nunca me despertou simpatia.
Como cidadão eu continuo a considerar que ele fez muitas coisas meritórias pelo nosso País enquanto primeiro ministro, mas bem podia ter feito melhor, pois para isso teve tempo, oportunidade e dinheiro. Para em grande parte resolver por exemplo o problema da interioridade mas não, foi um dos que puxou para o litoral. Outros se lhe seguiram, designadamente vários socialistas.
Mas ao longo da sua vida profissional e política fez também várias coisas que me repugnam.
Só para lembrar, como cidadão eu continuarei a ter as maiores dúvidas sobre, a legalidade das suas casas e obras no Algarve, as aventuras de compra e venda de acções não cotadas em bolsa. Eu, imaginando que as quereria ter comprado, não o podia ter feito.
Mas ao longo da sua vida profissional e política fez também várias coisas que me repugnam.
Só para lembrar, como cidadão eu continuarei a ter as maiores dúvidas sobre, a legalidade das suas casas e obras no Algarve, as aventuras de compra e venda de acções não cotadas em bolsa. Eu, imaginando que as quereria ter comprado, não o podia ter feito.
Só para lembrar, continuarei a manter as maiores dúvidas do porquê dos seus relacionamentos com certos dos seus antigos colaboradores como ministros e secretários de Estado ou com certos pantomineiros ligados à esfera BPN e banditagem correlacionada.
Voltando ao folclore do momento, e à revolta dos socialistas proeminentes que por aí circulam.
O que se lê e é capaz de corresponder à realidade, parece que vários dirigentes socialistas se manifestaram de diversas formas, e são unânimes em criticar a "falta de sentido de Estado" do antigo Presidente da República pelas considerações negativas que faz dos políticos com quem privou nos seus mandatos presidenciais.
Fica desde logo a pergunta: se fossem positivas ficavam caladinhos, ou diriam na mesma, que não devia estar a escrever sobre os políticos com quem privou? Adiante.
Não comprei o livro ou livros anteriores deste autor, nem vou comprar o que é agora comentado, não perco tempo a ler certas coisas.
Pelo que se lê nos OCS, parece que Cavaco Silva tem no livro "mimos" como - António Costa, é um "hábil profissional da política", "um artista da arte" que empurra os problemas de fundo da economia para a frente.
Mas, não me digam que afinal é mentira?
Ah e que - o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes era pessoa desagradável.
Pessoalmente não o conheço, mas pelas aparições, postura e declarações nas diversas vezes que foi chamado à AR as quais fui seguindo pela TV, não me parece que Azeredo Lopes seja de facto criatura simpática. Adiante.
Deve haver respeito nas relações institucionais, dizem que Edite Estrela assim terá comentado.
É coisa com que concordo, e até recordo as excelentes relações institucionais que, dizem, sempre existiram entre o então presidente Mário Soares e o "gajo", perdão, o então PM Cavaco Silva.
Edite Estrela, é uma daquelas criaturas que periodicamente defende bons princípios, mas só de vez em quando, para não maçar as pessoas.
Quando dizem que Cavaco Silva se manifesta de forma pouco elegante, eu concordo INTEIRAMENTE e mais, até acho que se é condescendente ao dizer só isso. E neste caso não estou a fazer ironia, é mesmo o que penso.
Mas o que mais me vai deliciando são as críticas vindas de Carlos César.
Fala por ele, apenas, mas também pelo seu amigo de Faculdade?
Nunca será confessado - Conversas privadas, sobretudo envolvendo titulares de órgãos de soberania e líderes partidários, não devem ser trazidas a público.
Mas uma das maiores delícias das indignações de Carlos César, a fazer fé nos OCS, é a referência que faz ao actual Presidente da República, lembrando que ele (PR) já disse que não escreverá este tipo de livros - com revelações dessa índole e com comentários dessa natureza e estaríamos numa situação muito difícil. Os mais altos dignatários do Estado, os primeiros-ministros ou líderes partidários, nunca mais poderiam falar com um Presidente da República sobre assuntos que considerassem do mais elevado interesse nacional, porque seriam objeto da devassa e da delação presidencial. Veneno Puro, à César.
A terminar, e já gastei tempo demais com o autor criticado e com estes politiqueiros indignados que nenhuma consideração suscitam, por esse mundo fora o que conheço é políticos escreverem memórias e deixarem correspondência e documentos vários que mais tarde contribuam para a clarificação da história dos respectivos países. E por isso Torre do Tombo, Bibliotecas e arquivos nacionais por esse mundo fora.
Como não conheço nem virei a conhecer o todo do livro e dos anteriores, desconheço se Cavaco Silva escreveu e escreve sobretudo na perspectiva que atrás refiro. Duvido.
A última nota que deixo é que, concordando que quase de certeza a elegância não enforma o "escrito", por outro lado, a irritação de certos meninos agora muito indignados tem a ver com a brutalidade com que Cavaco Silva, provavelmente de acordo com o sangue de homem do povo de origem simples e modesta que lhe corre nas veias, imprime ás considerações negativas sobre vários pantomineiros, mas relativamente aos quais o cidadão comum ao olhar a vida nacional nomeadamente nos últimos 30 anos pensa, coçando a cabeça - o homem deve ter grande parte de razão no que diz deles.
Última frase - Cavaco devia, definitivamente, comprar um espelho lá para casa.
António Cabral (AC)
Voltando ao folclore do momento, e à revolta dos socialistas proeminentes que por aí circulam.
O que se lê e é capaz de corresponder à realidade, parece que vários dirigentes socialistas se manifestaram de diversas formas, e são unânimes em criticar a "falta de sentido de Estado" do antigo Presidente da República pelas considerações negativas que faz dos políticos com quem privou nos seus mandatos presidenciais.
Fica desde logo a pergunta: se fossem positivas ficavam caladinhos, ou diriam na mesma, que não devia estar a escrever sobre os políticos com quem privou? Adiante.
Não comprei o livro ou livros anteriores deste autor, nem vou comprar o que é agora comentado, não perco tempo a ler certas coisas.
Pelo que se lê nos OCS, parece que Cavaco Silva tem no livro "mimos" como - António Costa, é um "hábil profissional da política", "um artista da arte" que empurra os problemas de fundo da economia para a frente.
Mas, não me digam que afinal é mentira?
Ah e que - o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes era pessoa desagradável.
Pessoalmente não o conheço, mas pelas aparições, postura e declarações nas diversas vezes que foi chamado à AR as quais fui seguindo pela TV, não me parece que Azeredo Lopes seja de facto criatura simpática. Adiante.
Deve haver respeito nas relações institucionais, dizem que Edite Estrela assim terá comentado.
É coisa com que concordo, e até recordo as excelentes relações institucionais que, dizem, sempre existiram entre o então presidente Mário Soares e o "gajo", perdão, o então PM Cavaco Silva.
Edite Estrela, é uma daquelas criaturas que periodicamente defende bons princípios, mas só de vez em quando, para não maçar as pessoas.
Quando dizem que Cavaco Silva se manifesta de forma pouco elegante, eu concordo INTEIRAMENTE e mais, até acho que se é condescendente ao dizer só isso. E neste caso não estou a fazer ironia, é mesmo o que penso.
Mas o que mais me vai deliciando são as críticas vindas de Carlos César.
Fala por ele, apenas, mas também pelo seu amigo de Faculdade?
Nunca será confessado - Conversas privadas, sobretudo envolvendo titulares de órgãos de soberania e líderes partidários, não devem ser trazidas a público.
Mas uma das maiores delícias das indignações de Carlos César, a fazer fé nos OCS, é a referência que faz ao actual Presidente da República, lembrando que ele (PR) já disse que não escreverá este tipo de livros - com revelações dessa índole e com comentários dessa natureza e estaríamos numa situação muito difícil. Os mais altos dignatários do Estado, os primeiros-ministros ou líderes partidários, nunca mais poderiam falar com um Presidente da República sobre assuntos que considerassem do mais elevado interesse nacional, porque seriam objeto da devassa e da delação presidencial. Veneno Puro, à César.
A terminar, e já gastei tempo demais com o autor criticado e com estes politiqueiros indignados que nenhuma consideração suscitam, por esse mundo fora o que conheço é políticos escreverem memórias e deixarem correspondência e documentos vários que mais tarde contribuam para a clarificação da história dos respectivos países. E por isso Torre do Tombo, Bibliotecas e arquivos nacionais por esse mundo fora.
Como não conheço nem virei a conhecer o todo do livro e dos anteriores, desconheço se Cavaco Silva escreveu e escreve sobretudo na perspectiva que atrás refiro. Duvido.
A última nota que deixo é que, concordando que quase de certeza a elegância não enforma o "escrito", por outro lado, a irritação de certos meninos agora muito indignados tem a ver com a brutalidade com que Cavaco Silva, provavelmente de acordo com o sangue de homem do povo de origem simples e modesta que lhe corre nas veias, imprime ás considerações negativas sobre vários pantomineiros, mas relativamente aos quais o cidadão comum ao olhar a vida nacional nomeadamente nos últimos 30 anos pensa, coçando a cabeça - o homem deve ter grande parte de razão no que diz deles.
Última frase - Cavaco devia, definitivamente, comprar um espelho lá para casa.
António Cabral (AC)
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