sábado, 13 de outubro de 2018

PUMM !!! (3)
Azeredo Lopes já não é formalmente ministro, desde esta sexta-feira 12 de Outubro, que deve ter parecido uma sexta-feira 13.
António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, que se pelam pelo rigor, dizem que a apresentação da carta de demissão, aceite com grande pesar (!!), foi da tarde de 12 de Outubro. Adiante.
Saiu o ministro mas nada está resolvido.
Apesar de ter havido já alguns a falar nos ladrões não há ladrões identificados em em relação a outra fase, se conhece publicamente uma tal avó; tudo indica ter havido pois uma trapaça inacreditável na cena do aparecimento de material na Chamusca.

A minha velhota vizinha na aldeia, a "tia Celeste", perguntou-me (convencida que sei mais do que sei de facto destas coisas) - "Oh sr António, como é que a gente pode acreditar nestes malandros todos"?
E é de facto isto.
O que souberam todos eles, desde o nº 1 da hierarquia Constitucional?
Começaram, muito tarde, a imolar-se alguns, para ver se os portugueses não se venham a aperceber como tudo isto anda podre, podridão que não é de agora.
Demitiu-se mas, que confiança podem inspirar certos outros responsáveis, militares e civis, que por aí continuam ?
Não me venham dizer que isto é um ataque às instituições.

Falta vir a ser confirmado, provado, com rigor jurídico mas, se de facto preto no branco, a história de memorandos ou relatórios, ou reuniões que houve mas que sim mas talvez não também, mostrarem um cheiro nauseabundo, que confiança merecem esses intervenientes?
Ou, por serem generais do Exército e titulares de orgãos de soberania, automaticamente é tudo "palavra sagrada", à António Costa?
 Gostava de ser mosca para observar a angústia que provavelmente assalta pessoas ilustres e dignas como os Exmos generais do  Ramalho Eanes ou Loureiro dos Santos, só para citar dois.
Quando um advogado diz publicamente coisas óbvias e aponta dúvidas e escândalos acerca de um envolvido na telenovela, provavelmente à maioria das pessoas não ocorre o que acontece muitas vezes.

Basta que uma reunião não fique registada num determinado gabinete ou assessoria, para formalmente se poder dizer que não aconteceu.
Basta que um documento não seja registado nos circuitos administrativos legais para alguém pode dizer que não teve conhecimento de nada. Só tem conhecimento do que formalmente lhe chega.
À justiça o papel de deslindar estas coisas.
Como há muitas décadas sei que os bebés não chegam de Paris no bico da cegonha, quando nestas coisas vêm a público grandes proclamações institucionais, grandes defesas de instituições clamando a necessidade imperiosa do respeito que lhes é devido (e muito bem sem margem para dúvidas), fico logo de pé atrás, muito desconfiado, e com a certeza que a malandragem já está em modo de controlo de danos senão mesmo em estado de emergência.

No caso, desconfio que possa ter havido ao longo do tempo frases destas - "sabe, aquela coisa está uma grande embrulhada" - "sabe, temos que aguardar, para não causar mais alarme" - "sabe, apesar do segredo de justiça, parece que eles andavam a não cumprir a lei, e o pior é que sempre foi assim que faziam, corporativismos, sabe" - "temos que aguardar, a ver se chega ao fim do mandato", "sabe, estou a tentar tudo por tudo para o aguentar", "sabe, no plano legal e jurídico isto entra por zonas terríveis, crimes vários, e está já incontrolável, vai seguir para a frente"

Demitiu-se, porque, como é costume em Portugal, a norma é não  ser o de cima que corre com o debaixo, porque é chato, é o porreirismo nacional. É a treta de sair do palácio acompanhando o condenado há horas sentenciado. Qu nunca mais vai defender.
Com esta demissão, vão desejar em Belém e S.Bento que se tentem esquecer muitas coisas. Desejavelmente que já não doa a mais ninguém, porque é chato, chato para a estabilidade, chato porque se tinham de escolher outras chefias civis e militares. Há que evitar, até porque no limite não houve nada de muito especial no nosso País.
Até já andam aí alguns a escrever que houve pressão silenciosa dos militares para Azeredo sair. Não faço ideia. Embora haja quem se regozije com o regresso da responsabilização? O quê?
Escreve-se por aí que Azeredo saiu sem se saber se Marcelo agiu. 
Esta é boa, claro que não agiu, o ministro demitiu-se, nem Costa nem Marcelo queriam isso, NÉ ???

Escrevem alguns que a autoridade do Estado está de rastos.
Eu concordo em absoluto, mas é desde há muito tempo, como digo há muito tempo. Gostava de ver agora a cara de alguns que me diziam anos atrás - talvez não seja tanto assim como dizes.
Concretamente, o processo Tancos está por deslindar, o 2º processo do aparecimento/ encobrimento está igualmente por clarificar, embora existam indícios pestilentos.
Nada devia parar, como dizia Marcelo, mas aposto que querem que pare. Sabem que se abanam muito as árvores, cai muita fruta podre.
Vamos aguardar
AC
 

Sem comentários:

Enviar um comentário