domingo, 28 de outubro de 2018

VERBA VOLANT,  SCRIPTA MANENT *
É isto que vai explicar o encerramento do caso/ telenovela Tancos, a bem de todos, a bem do regime, a bem das instituições, a bem da Nação (ups)
Posso enganar-me, mas..........
A encenação está montada, para que o desfecho seja, o desejado pela necessidade política de estabilidade, o desejado pelo Presidente da República que tem porfiado em dizer periódica e enfaticamente - investigue-se, investigue-se, averigue-se, apurem-se os factos e as responsabilidades, doa a quem doer.
Bem, nos últimos dias ele tem confessado que sempre teve umas IMPRESSÕES.........
Como digo, a coisa está montada, está apurada, averiguada, esclarecida. Repito, a bem da Nação (ups)

É assim:
> a PJM através dos directos intervenientes no caso, parece que efectivamente reuniu com o ex-chefe de gabinete do ex-ministro Azeredo Lopes,
> o ex-chefe de gabinete parece que já confirmou ter informado o então ministro, e até lhe ter entregue papelada sobre o tal encobrimento,
> parece que Azeredo Lopes já confessou que afinal sim, foi informado, recebeu papel, mas não valorizou a coisa, ou não percebeu completamente,
> provavelmente, Azeredo Lopes, que desvalorizou a coisa, informou António Costa mas dizendo-lhe, provavelmente, que não lhe parecia ser nada de especial, 
> António Costa, ao ouvir Azeredo dizer-lhe que não seria nada de especial, nada valorizou a coisa, ainda por cima não recebendo documento algum, só palavras vagas, que voam para longe,
> António Costa, leal como sempre para com o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, informou-o superficialmente sobre o que Azeredo lhe contara mas dizendo que o ministro da tropa não valorizara a questão, portanto não devia ser nada importante, nem havia qualquer documento sobre o assunto,
> Marcelo Rebelo de Sousa, nada recebendo formalmente, quer de António Costa, quer de Azeredo Lopes, e ainda por cima tendo-lhe sido dito que nada de importante havia, ficou com a impressão de que nenhum sabia efectivamente nada de concreto e importante sobre o material aparecido na Chamusca,
> o actual ministro da defesa nacional, já afirmou que se vai registar as lições aprendidas de tudo o que se tem passado.
Como o seu antecessor, não esclareceu quem está a fazer auditoria à PJM.

A conclusão é muito simples: os oficiais da PJM envolvidos no encobrimento sobre o caso Chamusca, não souberam escrever as coisas como deve ser, não alertaram com vigor e rigor o então ministro da defesa nacional sobre a gravidade do que se tinha passado e sobre a gravidade dos seus actos, e desta maneira, o ex-ministro da defesa nacional nunca se poderia ter apercebido da gravidade de todos os factos e, em consequência, obviamente que não valorizou uma coisa tão mal explicada, e ficou assim impedido de informar com rigor o PM António Costa que, por sua vez, se viu assim impedido de correctamente informar o Presidente da República.

Haverá em tempo útil uma declaração de António Costa a explicar a sequência do que acima indico como plausível, declaração que será obviamente consertada com Marcelo, que depois fará a sua.
Em suma, os da PJM sofrerão as consequências, dos seus actos e da falta de rigor a escrever documentos, Azeredo também oferece a cabeça, e assim Costa e Marcelo ficam chamuscados mas por agora salvam-se.
E ficam as lições aprendidas. Até uma próxima telenovela.
António Cabral (AC)

* - As palavras voam, mas permanecem quando escritas; 
se quiserem, as palavras faladas, os comentários aos microfones dos jornalistas no meio da rua voam para longe, enquanto as palavras escritas permanecem.

Ps: e duvido que alguma vez a chamem, queiram ouvir Joana Marques Vidal, não fosse ela complicar a coisa com as suas revelações

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