segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

RECORDANDO
Um tolo (o comandante do fotografado) resolveu fazer uma curva com o barco junto à costa Norte da ilha do Faial, tal como se estivesse sentado num carro. Esqueceu-se do raio de giração, do vento e da ondulação, e do "escorregar".
Estampou-se nas rochas, naturalmente, rasgou o fundo do barco, e passou da fase "navegar" à fase "atracado aos rochedos" submersos, a partir de 9 de Dezembro de 2005.
Arranjou um trinta e um. Para ele, e para muitos.
E à conta deste acidente marítimo muitos portugueses e estrangeiros penaram meses e meses a fio.
Tenho um amigo que, por dever de ofício, esteve ininterruptamente na ilha do Faial de 10 de Dezembro de 2005 a 6 de Janeiro de 2006, lá celebrando o Natal e a passagem de ano juntamente com muitos mais que ali estavam também por dever de ofício.
Estar lá por dever de ofício, e estiverem, como lhes haviam ensinado, independentemente de tudo o mais, família distante, incomodidades, etc.
Um patetão em Lisboa ficou espantado por esse meu amigo não ter vindo para Lisboa para junto da família, para o Natal e para o bolo rei e rabanadas.
Com patetas assim não é por isso de espantar a progressiva degradação de certas instituições.
No dia 1 de Janeiro de 2006 o mar estava assim, calmo.
Mas até à sua remoção, em 20 de Setembro de 2006, quando o monstruoso rebocador Maersk Achiever finalmente o arrancou aos rochedos, a maior parte do tempo apanhou pancada grossa.
António Cabral

Sem comentários:

Enviar um comentário