quinta-feira, 14 de maio de 2020

LAMENTÁVEL,  LASTIMÁVEL, DEPLORÁVEL,  INENARRÁVEL...
Ainda a telenovela recentíssima, com péssimos actores, com a gélida e violenta entrevista de Centeno, mais as suas duras e impiedosas declarações na comissão de orçamento e finanças na AR, ainda a inacreditável ingerência em assuntos governamentais por parte de Celinho durante a visita à Autoeuropa, telenovela rematada com o comunicado do gabinete do PM qual corolário da reunião de ontem de 3 horas em S.Bento porventura pedida por Centeno, a qual terá começado com a apresentação da sua demissão na sequência da desabrida oratória de Marcelo.
Se tudo isto por si só enforma uma das fases mais degradantes da vida política nacional dos últimos anos, fase tão mais degradante em que um farsante promete o que não pode e finge desconhecer o que certamente conhece para em seguida arranjar um patético caso tolo-mediático para desviar de si as atenções, eis que o presidente da República não bastando já as asneiras do dia anterior, decide na manhã desta quinta-feira telefonar ao ministro Ronaldo das Finanças pedindo-lhe desculpa pelas declarações ontem por si proferidas na Autoeuropa. 
Está na comunicação social, e não está desmentido na página da Presidência da República que houve esse telefonema.

Outro dia fez uma triste figura dizendo publicamente que tinha imaginado umas festividades do PCP=CGTP do 1º Maio diferentes quando se desconfia que até conversou com a Sra Camarinha sobre o assunto.
Hoje pede desculpa do que disse ontem.
Para qualquer cidadão, e Marcelo é um cidadão português, reconhecer erros releva de dignidade e humildade, deve registar-se.

Mas há aqui um pequeno senão, e daí o meu frontal e crescente desacordo com o PR em quem votei, é que cidadãos somos todos, mas todos temos responsabilidades diferentes na vida e no País.
Os titulares dos orgãos de soberania têm responsabilidades máximas e, no topo da pirâmide constitucional, está o Presidente da República.
Vai parecendo cada vez mais, infelizmente, não ter isto em conta em algumas das suas acções e posturas.
Muito triste.
António Cabral (AC)

ADENDA das 2345horas de 14 de Maio 2020
Mais uma cereja em cima de um bolo podre (sublinhados meus):
Nota da Presidência da República
O Presidente da República reitera a sua posição, ontem expressa, segundo a qual não é indiferente, em termos políticos, o Estado cumprir o que tem a cumprir em matéria de compromissos num banco, depois de conhecidas as conclusões da Auditoria cobrindo o período de 2018, que ele próprio tinha pedido há um ano, conclusões anunciadas para este mês de Maio, ou antes desse conhecimento. Sobretudo nestes tempos de acrescentados sacrifícios para os Portugueses.
Isto mesmo transmitiu ao Senhor Primeiro-Ministro e ao Senhor Ministro das Finanças. O Presidente da República não se pronunciou, nem tinha de se pronunciar, sobre questões internas do Governo, nomeadamente o que é matéria de competência do Primeiro-Ministro, a saber a confiança política nos membros do Governo a que preside
.


O Presidente continua ciente de que a maioria dos cidadãos não vai ver as páginas oficiais da Presidência, do Governo etc. etc. etc. e o que lá se coloca serve os do costume.
Adicionalmente, o presidente dá mostras claras de considerar que vários de nós somos tolos, e que só ele tem direito à interpretação.
A que propósito é que se pronuncia dizendo que o PM esteve muito bem? Mas isso não coloca neste seu lamentável (mais um) esclarecimento.
Esclarecimento é, para quem ainda precisasse de tirar dúvidas!

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