MITRA....e......VELHOS......e.....miséria........
Apeteceu-me titular assim o texto que se segue.
De propósito.
E a propósito das muitas enormidades e declaradas ausências de vergonha na cara que por aí se vê.
Por parte de um lado e de outro das diferentes barricadas.
Como a esmagadora maioria das pessoas, sendo excepções Cavaco Silva, António Costa, João Galamba, José Sócrates, Durão Barroso e várias dezenas de outros do género (mortos e vivos), não sou detentor da verdade absoluta, engano-me por vezes, reconheço erros, procuro ser rigoroso, e tento ser intelectualmente honesto acreditando que o demonstro amiúde.
Começando pela MITRA.
Não me estou aqui a referir ao chapéu de desenho peculiar usado pelos mais altos dignitários da igreja católica em cerimónias religiosas.
Não me estou aqui a referir ao chapéu de desenho peculiar usado pelos mais altos dignitários da igreja católica em cerimónias religiosas.
Estou a referir-me ao albergue da Mitra, que existiu durante décadas e décadas na zona do Beato, e vinha do tempo da outra senhora.
Estou a referir-me à instituição que existiu, de combate (??) à mendicidade, e para onde recolhiam vários sem abrigo, pobres, doentes mentais, vadios, tudo gente desgraçada que em grande número deambulava por Lisboa. Não convinha, havia que disfarçar.
Instituição que até há poucos anos era gerida creio que pela segurança social e não há muito passou para a alçada da Misericórdia de Lisboa e que, creio, foi modificada para "apoio social aberto à comunidade", seja lá o que isto for. Recentemente, Santana Lopes escreveu umas linhas onde abordou superficialmente a MITRA e escreveu que quando viu aquilo mandou limpar, comprar coisas novas etc. Imaginem portanto como seria coisa!
Bom, eu sei o que é a MITRA, correção, o que era, mas com rigor, não sei, mas ouvi muito falar de coisas concretas. Um horror, que se manteve décadas.
Eu teria 5 a 6 anos creio, e ouvia nessa altura falar várias vezes sobre isto, em casa dos meus avós maternos. A minha bisavó materna, que ainda conheci e faleceu creio que tinha eu quase 10 anos, morou sempre no Poço do Bispo e, por razões que não interessam agora, sabia bem o que era a MITRA. E falava disso. E contava. Fico por aqui.
Estou a referir-me à instituição que existiu, de combate (??) à mendicidade, e para onde recolhiam vários sem abrigo, pobres, doentes mentais, vadios, tudo gente desgraçada que em grande número deambulava por Lisboa. Não convinha, havia que disfarçar.
Instituição que até há poucos anos era gerida creio que pela segurança social e não há muito passou para a alçada da Misericórdia de Lisboa e que, creio, foi modificada para "apoio social aberto à comunidade", seja lá o que isto for. Recentemente, Santana Lopes escreveu umas linhas onde abordou superficialmente a MITRA e escreveu que quando viu aquilo mandou limpar, comprar coisas novas etc. Imaginem portanto como seria coisa!
Bom, eu sei o que é a MITRA, correção, o que era, mas com rigor, não sei, mas ouvi muito falar de coisas concretas. Um horror, que se manteve décadas.
Eu teria 5 a 6 anos creio, e ouvia nessa altura falar várias vezes sobre isto, em casa dos meus avós maternos. A minha bisavó materna, que ainda conheci e faleceu creio que tinha eu quase 10 anos, morou sempre no Poço do Bispo e, por razões que não interessam agora, sabia bem o que era a MITRA. E falava disso. E contava. Fico por aqui.
Do dicionário,
VELHO - que tem muita idade, antiquado, antigo, muito usado.
VELHO - que tem muita idade, antiquado, antigo, muito usado.
IDOSO - que tem muita idade, velho.
Pois salvo melhor opinião, que sempre respeito, a avaliação da saúde de uma sociedade também se deve fazer olhando a como o Estado ou seja os poderes públicos e concretamente a começar nos governos, tratam das crianças e dos idosos.
Que políticas sociais, a questão dos lares, as instituições de saúde, a segurança social, os cuidados médicos e outros em fim de vida.
Que políticas sociais, a questão dos lares, as instituições de saúde, a segurança social, os cuidados médicos e outros em fim de vida.
Não creio que na Europa, Canadá, Austrália, EUA, Nova Zelândia, exista um único país que não tenha algum "sem abrigo”, alguma pobreza.
Mas em Portugal as coisas não estão bem, e o "cancro" vem de muito mas muito antes do 25 de Abril. Só que depois do 25 Abril muita promessa, alguns melhoramentos, mas...................
Ferro Rodrigues há dias parece que desabafou alto e bom som sobre a questão dos lares. O inefável Costa e a inenarrável Godinho não devem ter apreciado. Mas como no passado, ele deve estar-se a c**** para a eventual incomodidade dessas criaturas.
O que são os lares?
Superficialmente, digo eu, deviam ser infra-estruturas onde os idosos ainda bem de saúde mental ou já não, pudessem ser acolhidos acarinhados e acompanhados em todos os planos que não apenas os de saúde. Infra-estruturas e instituições privadas ou associativas, mas todas fiscalizadas pelos executivos.
Mas perguntem ao padre Lino Maia e ao sr Manuel Lemos que estão há décadas a chefiar este tipo de "casas" que eles explicam melhor.
Com a pandemia mais a nu ficou este tema, mais evidente ficou o muito que há décadas se esconde.
Registaram-se as mortes que surpreenderam muitos, registaram-se as cronologias de Reguengos e de outros locais, etc. Agora surgiu o Montepio, e mais haverá..............
Somou-se a isto uma enorme algazarra política e corporativa, a esmagadora maioria sem um pingo de vergonha na cara.
Com a pandemia mais a nu está o panorama em causa. À mostra, escancarada, a vergonha nacional.
Pode escrever-se que existem dois tipos de cemitérios, os dos vivos e os dos mortos. Pode escrever-se o que quiserem. E todos arrotam com as dificuldades do Estado, com o fechar de olhos por parte do Estado.
Pode escrever-se que existem dois tipos de cemitérios, os dos vivos e os dos mortos. Pode escrever-se o que quiserem. E todos arrotam com as dificuldades do Estado, com o fechar de olhos por parte do Estado.
NÃO, os sucessivos primeiros ministros, de todos os partidos, os sucessivos governantes de todos os partidos, os sucessivos deputados de todos os partidos, os sucessivos presidentes da República, os sucessivos autarcas, são esses, é essa canalha que não liga há anos a este assunto e agora se espanta com Reguengos ou com o Montepio no Norte.
E não tem havido mais, não há mais, que não é noticiado?
Demitem-se de fazer o que deviam, de cuidar do que deviam, mas nunca se demitem dos poleiros.
Sim há um país clandestino nesta área.
Como já vi escrito e concordo, o ministério da saúde ignora os lares por configurarem uma situação social específica. O da chamada solidariedade e segurança social ignora os lares por representarem uma condição específica da saúde pública.
Como já vi escrito e concordo, o ministério da saúde ignora os lares por configurarem uma situação social específica. O da chamada solidariedade e segurança social ignora os lares por representarem uma condição específica da saúde pública.
E, portanto, digo eu, temos pelo país fora lares ilegais/ clandestinos em que alguns de vez em quando são descobertos, lares legais com condições confrangedoras, lares legais com condições razoáveis ou mesmo boas. E temos, portanto, lares numa vivenda pequena onde se amontoam idosos, lares em ruas conhecidas das avenidas em Lisboa com escassos utentes e preços carotes, lares em edifícios de 3 ou 4 andares com perto de 100 idosos, etc. Teremos, provavelmente, mensalidades de 700, de 1000, de 1350, de 1500, de 3500 €.
O que são os lares?
O meu conhecimento nesta matéria advém da experiência de uma prima que teve a irmã num lar aceitável em Lisboa durante 14 anos e onde minha mãe esteve também um ano. Lar que conheço bem.
A minha experiência directa, a 100%, tem portanto uma fita temporal de ano e meio, mas tenho bem presente as dificuldades e as questões vividas por familiares.
Há lares de misericórdias, e etc., não vou maçar com isso. Em muitos casos ligações mais ou menos vincadas à igreja.
Um lar terá uma direcção. Um lar pode ter uma directora tonta ou uma eficaz que não delega na enfermeira chefe as suas responsabilidades directas.
Um lar terá uma direcção. Um lar pode ter uma directora tonta ou uma eficaz que não delega na enfermeira chefe as suas responsabilidades directas.
Deve ter apoio médico dedicado, há normas para isso.
Fornece alimentação, havendo quem a confeciona dentro da casa, e quem a receba de "catering".
Deve ter serviço de limpeza.
Lares há que têm certos entretenimentos semanais, apoio psicológico, educação física/ ginástica apropriada para idosos, ocupação de tempo livres. Muitos não terão nada disso. Alguns terão agregadas umas instalações para cuidados continuados.
Há associações integrando lares que dão apoio na comunidade onde se inserem.
Isto dito, que dificuldades, que problemas?
Não vou continuar a falar dos governos.
Olhe-se a coisa concretas.
Para perceber melhor, atente-se em quem cozinha, à idade e à cor da pele, e à nacionalidade.
Atente-se no pessoal de enfermagem, à idade.
Atente-se no pessoal administrativo.
Que formação?
E quanto lhes pagam?
Como resolvem os problemas logísticos e de manutenção de equipamentos?
Quando um alarve indica que os lares não são do Estado está tudo dito quanto ao estado actual desta área da sociedade.
Quem elabora as normas? As leis? Os enquadramentos legais?
Quem tem o dever da fiscalização?
Quem não preenche quadros de ministérios para controlar as áreas sociais?
A somar a tudo isto temos depois algumas pessoas usando o seu poder funcional, pessoas estúpidas que nem com cartas registadas com aviso de recepção arrepiam caminho.
A somar a isto tudo, temos doutoras da mula russa que nem educação suficiente têm para saber que devem responder a perguntas directas e educadas dos familiares.
Dirão, resta-te a queixa formal. Eu sei, mas tudo isto é desgastante e muitos têm a noção de que existe impunidade, incompetência, e o continuado fechar de olhos.
Mas a publicidade com o presidente da câmara mais a presidente da concelhia e mais a presidenta da distrital do partido a dar loas a certo melhoramento, isso não faltou.
O assunto LARES é um assunto político.
Tem a ver com a falta de atenção de décadas com que os políticos vergonhosamente trataram este sector que abrange milhares de pessoas idosas.
Há muito malandro a ganhar dinheiro, vergonhosamente.
O enquadramento ao nível dos organismos e apoio social parece-me uma vergonha.
O cancro vem de longe, mas o manhoso continua a lavar as mãos, pior que Pilatos.
AC
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