sábado, 3 de outubro de 2020

O QUE CHAMAR a ISTO ?
O QUE CHAMAR a ESTA GENTE ?

As últimas três semanas tem sido parcialmente ocupadas, em termos públicos, por mais uma parvoíce vindo do edifício ao Restelo que alberga, o formalmente chamado ministério da Defesa Nacional (MDNque na prática não o é nem nunca foi, pois defesa nacional é muito mais que o pilar militar), o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), e no outro lado da rua alberga não só mas nomeadamente a também muito conhecida Polícia Judiciária Militar (PJM).

Refiro-me concretamente a mais uma daquelas farsas orientadas pelo politicamente correcto e pela falta de noção seja do que for.

Quem mais tem dado a conhecer relativamente a esta farsa do reino do sr Cravinho Jr tem sido o DN.
Uma directiva sobre linguagem não discriminatória e outras tretas do mesmo (sem) jeito. A directiva, formalmente, saiu da cabeça do secretário-geral do MDN, ele a assinou, e remeteu aos chefes de gabinete dos políticos do MDN e aos chefes de gabinete dos 4 chefes militares.

Recapitulando, e de acordo com o que se vai lendo por aí, e cruzando com informações de militares "off the record”, a coisa desenvolveu-se assim:
> umas brilhantes cabecinhas entendem que nas Forças Armadas o tratamento dado ás militares do sexo feminino não está nada bem;
> vai daí produziram uma (depois de a ler) execrável directiva, assinada ao que parece e remetida às entidades militares em 18 Set passado; com vista à utilização de uma comunicação mais inclusiva”, e para lá das suas cabecinhas, basearam-se também em documentos estrangeiros e no Plano Setorial da Defesa Nacional para a Igualdade 2019-2021 “;
> claro que se deu um sururu que, com o passar dos dias, aumentou assustadoramente;
> ao que parece, o secretário-geral do MDN tratou de tentar emendar a mão e, parece, elaborou um ofício à pressa a pedir aos ramos (Marinha, Exército e Força Aérea) contributos para o documento de trabalho que lhes tinha enviado com a chancela de directiva;
> à boa moda do grande líder Costa, Cravinho Jr tratou de vir a público dizer (segundo o DN) - apesar de considerar as temáticas da igualdade de género e da promoção do acesso da mulher à carreira militar como "temas importantes" no âmbito da Defesa Nacional, não atribuía "a mínima relevância" ao documento em causa......acho que nós não devemos perder a noção da distinção entre aquilo que são os aspetos verdadeiramente importantes e aquilo que são uns meros faits divers”.
> naturalmente, o sururu não parou, e o sr Cravinho Jr, à boa maneira do seu grande líder, nunca assumindo que estão envolvidos nas coisas, veio a público CANCELAR o ditoso documento do seu secretário-geral, nestes termos, deixando implícito que é para nós acreditarmos, que nada teve a ver com o assunto:
 "Tomei conhecimento do envio pela secretaria-geral dos ofícios (...) com o título 'Diretiva sobre a utilização de linguagem não discriminatória', dirigido ao EMGFA, aos Ramos, e aos serviços centrais do ministério, suplementado posteriormente pelo ofício (...).Por carecer de aprovação superior e por se tratar de um documento de trabalho que não evidencia um estado de maturação adequado, devem considerar-se anulados os referidos ofícios”.

Tudo visto e ponderado, deixo aos meus estimados leitores/ visitantes/ amigos, ponderarem sobre a categoria destas e destes personagens, sobre a sua honestidade intelectual, sobre a sua dignidade enquanto políticos titulares de orgão de soberania, e ainda sobre a categoria de personagens que pululam a máquina do Estado, desde directores, secretários, chefes de gabinete (estou a lembrar-me de um que gostava muito da vista lá do alto do edifício, e quem sabe não terá inspirado a presidente de Almada), ou presidentes de CA (que não gostam de cumprir regras nem ser parados à entrada de portões, são demasiado importantes para essas coisas triviais de segurança).
Pensem nisso e no brilhante futuro que nos espera com gente desta.
AC

Ps: delicioso este sr Cravinho Jr, referindo que não devemos perder tempo com "faits divers”. Pois,......mas do que se sabe e vê, as coisas graves, importantes, decisivas, quanto à instituição militar, estão uma lástima e por resolver; recursos humanos, Arsenal do Alfeite, saúde militar, vencimentos (mas homens e mulheres ganham o mesmo em posto e cargo igual), etc.
Quanto a Defesa Nacional, este PM António Costa e o seu ministro Cravinho Jr, exactamente como todos os antecessores de ambos, continuam não saber que Defesa Nacional é muito mais que tropas.

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