CONFINAMENTO e,.... OUTRAS COISAS
Com as sucessivas clausuras aumentaram as conversas telefónicas familiares para tentar minimizar as ausências e a falta de confraternização. No nosso caso, há semanas e semanas que não estamos com os netos mais velhos e respetivos pais, pois a probabilidade de involuntariamente nos pegarem sarilhos "covidianos" é muito razoável". Já houve aliás "problemas", aparente e felizmente sem sequelas.
Como aumentaram as conversas telefónicas com os amigos.
Mantenho com muita regularidade, todas as semanas, e mais do que uma vez por semana, conversas com os meus dois melhores amigos civis e com o meu melhor amigo militar.
Ontem, num desabafo, depois de ele (o militar) encontrar mais um escrito de um conhecido "protagonista útil" desses que se colaram a certos grupos de pressão, e reconhecendo embora que, como acontece com todas as pessoas, esse protagonista útil tece no seu escrito alguns argumentos/ críticas com uma clara correspondência a certas realidades esquecendo-se (??) contudo de certos aspectos, acabou por me dizer umas coisas básicas com que concordo e de que reproduzo uma delas:
" Um militar digno está subordinado, sabe e tem bem interiorizado o que é subordinação. Mas não aceita submissão, subserviência. E um militar coerente, não se insurge contra políticos depois de com eles ter pactuado, ou com eles pactuar estando na reforma, seja directamente com políticos partidários e portanto com cartão ou, com os que disfarçam a cor não tendo cartão do partido ". Bem visto, creio. E disse-me outra coisa.
Sabe de experiência própria que, por vezes, na instituição militar (como certa e obviamente também em muitos outros sectores da chamada máquina do Estado), algumas pessoas são incorrecta e injustamente tratadas com óbvios reflexos negativos na carreira respectiva. Acontece que, muitos dos que o meu amigo classifica de "zangados", e em que vários têm mais do que razões para assim se sentirem, quando deixam a vida activa no fim da carreira ou saírem antes por vontade própria e exactamente por "zangados", dedicam-se depois a zurzir a instituição que serviram. A cada um a opinião acerca disto.
Eu concordo com o meu amigo, a cada um sua opinião, não formulamos comentários moralistas. Registamos, concordamos umas vezes, outras não.
Numa coisa o meu amigo militar me parece que agiu correctamente. Não sendo daqueles que foi maltratado na instituição, teve aliás uma carreira digna ocupando cargos muito relevantes e chegando ao topo da hierarquia, teve ainda assim dois períodos na carreira onde alguns procederam para com ele com pouco cuidado e mal informados ou emprenhados de ouvido, para ser benevolente, segundo as suas palavras. Concretamente, no final da carreira houve (foi a pior) uma atitude para com ele muito lamentável, a roçar a indignidade. Mas, contrariamente a outros, continua a ter muita honra em ter servido o País na instituição que abraçou bem novinho. E, relativamente à sua instituição, reconhece as partes boas e as menos boas. E, como quem não se sente não é filho de boa gente, o meu amigo militar encerrou o que estava pendente com certas pessoas, concretamente duas, de maneira formal, clara, dura. E o assunto ficou, da parte dele, arrumado para o resto da vida.
AC
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