Tenho opinião sobre o lá de fora, mas é este que me interessa agora.
Durante semanas, antes do deplorável 24 de Fevereiro passado que marcou o início da execrável invasão da Rússia, fui massacrado com o Putin para aqui, Putin para ali, o mesmo com o Zelensky e etc.
A pandemia e os nossos problemas internos desapareceram como que por encanto.
Mas o meu ponto não é sobre isso.
Fui massacrado durante semanas sobre Macron, sobre a loira Le Pen, sobre ela e Macron, ai se ela ganha, ai que na 1ª volta ela está mais perto que nunca, ai Jesus o que vai ser da Europa se a loira Le Pen ganha.
Lá ganhou Macron, e lá o mostraram a caminhar com a sua querida mulher a caminho do palco para o discurso de vitória. Curto e chocho!
E o meu ponto é que foram semanas e semanas sobre França, Macron, ai a Europa se, a mulher de Macron alvo de piadas nas redes sociais, a loira Le Pen amiga de Putin, e etc.
E tanta coisa mais, pelo menos igualmente importante, se foi passando em Portugal, na Europa e no mundo.
E volto ao título.
Como me sinto com este jornalismo caseiro?
Sinto-me cada vez mais desgostoso.
E nem me refiro às lavagens ao cérebro diárias que me tentam fazer a propósito dos puros e virgens ofendidas decorrentes da horrível agressão militar Russa.
Quero concretamente referir-me à eleição na Eslovénia acerca da qual, mas posso ter estado muito distraído, não vi nada comparável ao que dedicaram a várias coisas como as que acima referi.
E pergunto:
Não foi formalmente muito importante o resultado das eleições ocorridas na Eslovénia?
Não foi teórica e formalmente muito importante para o campo democrático?
O PM Janez Jansa que se julgava de pedra e cal foi corrido.
Não é uma reviravolta que se estima muito importante?
É como estamos.
Como sempre, admito poder estar a avaliar mal as coisas.
Mas, de facto, seriamente, o jornalismo em Portugal (repito, é este que agora me interessa) não deixou há muito de o ser, ser jornalismo isento, informando com rigor e tendo em jornais revistas rádio e TV, secções e paginas de opinião bem identificada?
Vejo é cada vez mais arrogantes vários a tentar educar-me aliás, a querer mesmo educar-me e a querer definir os meus gostos, e a impor-me as verdades verdadinhas, e a policiar-me a mente e a opinião.
Ou não?
AC
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