domingo, 12 de fevereiro de 2023

DECLARAÇÃO  de  GUERRA

A declaração de guerra formaliza um estado de guerra entre países. É um acto formal de início de guerra. De país para país e não entre povos. As normas constitucionais quanto a quem em cada país pode declarar guerra a outro país variam muito.

Olhando à história, concretamente séculos XVII a XIX, verifica-se que a maioria das hostilidades não foram precedidas de qualquer declaração de guerra. Mas houve várias declarações de guerra.

Até à II GG a declaração de guerra foi um facto….. em algumas situações! Os contentores do lado do Eixo pouco a utilizaram. O Japão, mesmo antes de atacar os EUA em Pearl Harbour sem declaração de guerra, já tinha entrado pela Ásia dentro sem cerimónias. O Reino Unido e os EUA declararam guerra à Alemanha, ao Japão, à Itália. A Alemanha tinha feito um tratado com a Rússia e mais tarde avançou sem dar cavaco.

O direito internacional foi evoluindo e muitas vezes pouco ou nada respeitado. A Carta das Nações Unidas inclui a proibição da ameaça ou uso da força nas relações internacionais. POIS!

Depois do fim da II GG, entrou-se no período de paz! A paz bem conhecida de todos nós, não é verdade? Paz e sossego nas Coreias, nos antigos Vietnames, Birmânia, Tailândia, Malásia, Laos, Camboja, entre a Índia e a China, em praticamente toda a África, na América Central, Chile, Médio e Extremo Oriente, Alemanha (s), nas regiões da antiga URSS, etc.

Creio que a declaração formal de guerra caiu completamente em desuso. Nem estou a referir-me à caricata "operação militar especial Putinesca", uma invasão sem declaração de guerra. Estou a referir-me à realidade que parcialmente acima referi e à inoperância da ONU.

Durante a guerra fria, houve duas ou três alturas em que a crispação subiu muito e, porventura, a crise dos mísseis em Cuba terá sido senão a mais tensa uma das mais tensas.

As invasões americanas em países na América central ocorreram com formalidades. Estão no quintal do tio SAM. As invasões do Iraque idem (sim, eu sei, os mandatos da ONU). As invasões da Rússia a zonas da antiga URSS idem.

Mas, voltando à caricata "Putinesca operação militar especial" dentro da Ucrânia, onde não há qualquer dúvida sobre quem é que invadiu (embora tenha presente muitas estranhas cenas fomentadas dentro da Ucrânia já neste século), não houve declaração de guerra, como não houve quando a Rússia comeu a Crimeia e nessa altura a UE ficou queda e quase muda, com a Alemanha a continuar a mamar gás, petróleo e carvão Russos.

Mas olhando à realidade, o que se passa em concreto não é Rússia versus Ucrânia, é uma guerra entre a Rússia/ Federação Russa de um lado e do outro os EUA, a NATO e a UE Mas formalmente não estão em guerra. Esta é uma realidade. 

A Rússia começou. Mas a realidade actual é esta, não me venham dizer o contrário.

Começo a estar menos descansado pois estou a verificar progressivos lançamentos de gasolina para a fogueira, agora que estamos a dias de perfazer um ano que a barbárie naquela zona aumentou brutalmente.

Não há qualquer declaração de guerra, certo.

A Nato não está formalmente envolvida, certo. 

(com a devida vénia ao autor)
Mas:

> o marketing guerreiro aumenta alucinadamente do lado Ocidental,

> dinheiro continua a ser derretido para dentro da Ucrânia (entretanto, a corrupção deve ser tanto que Zelensky não tem parado nas demissões) dizendo-se que andará cerca dos 50 mil milhões de euros,

> as ajudas humanitárias são muitas, e muitas mais deviam ser, tal a catástrofe humanitária,

> a contra-informação Ocidental nomeadamente do lado do Reino Unido e EUA tal como a do lado Russo crescem dia para dia, ao ponto de Zelensky afirmar e explicar os planos de outras invasões Russas, 

> há um conflito por interesses, de geopolítica, de economia, de controlo da Eurásia, e cumulativamente tentar que fique apenas um rival sério dos EUA, a China. E por isso as inacreditáveis e sucessivas declarações do secretário da defesa americano.

A esta luz, olhando ao caso nunca clarificado/ confessado dos ataques terroristas aos gasodutos que ligavam/ ligam a Rússia à Alemanha,  também para o incremento de disponibilidade de armamento fornecido e a fornecer à Ucrânia, e por outro lado estando a assistir-se ao crescer da utilização de novos mísseis por parte da Rússia, pergunto-se se os fornecimentos de material de guerra à Ucrânia por parte dos diferentes países não acabam na prática por ser uma declaração de guerra.

O "democrata" Putin está certamente a anotar quem fornece o quê. 

Estou a imaginá-lo a olhar por exemplo para Portugal, e decidir retaliar ao fornecimento de 3 leopardozitos com "hackers" rebentando facilmente com uma série de coisas por cá. Oxalá eu esteja enganado.

AC

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