segunda-feira, 27 de março de 2023

CARREIRA DIPLOMÁTICA. DIPLOMATAS.
Depois de casado passei a contactar com um diplomata, familiar do lado da minha mulher.
Homem notável, com carreira promissora, postos importantes no estrangeiro, um cargo elevadíssimo nas Necessidades. A madrasta da vida pela "mão" de doença galopante ceifou-o cedo.
Além desse, na família, existe um outro embaixador, hoje com os seus 91 anos, ainda com boa cabeça, mas o Francisco vai mostrando já fraca memória.

Ao longo da carreira cruzei-me com alguns diplomatas nacionais, na maioria dos casos relacionamentos breves, alguns mesmo basicamente circunstanciais.

Vem isto a propósito dos embaixadores com quem lidei um pouco mais, três, um nos EUA e dois na Holanda.

Vem isto a propósito exactamente de um que nos representava na  Holanda, o embaixador Francisco Moita, falecido há poucos dias.

Quando me nomearam para prestar serviço na Holanda em representação do nosso pais, apresentei-me na nossa embaixada em Haia no dia 12 de Março de 1991. Recebeu-me o embaixador Francisco Moita que me apresentou o nº 2 da embaixada, Manuel Lobo Antunes.

O embaixador Francisco Moita estava já próximo do ocaso na carreira, teria em princípio mais um posto pois estava a acabar a comissão de serviço em Haia. Confessou-me que não aceitaria o posto para onde o queriam nomear, acabaria em princípio a carreira muito em breve.

Dos contactos que com ele mantive mostrou-se sempre um homem formal, extremamente educado, muito interessado em saber coisas da minha profissão. 
Terá "engraçado" comigo pois, gradualmente, fomos conversando para lá das formalidades e deferências inerentes às nossas posições e recordo particularmente uma tarde na magnífica residência para onde me tinha convidado para jantar, em que comigo entabulou conversas sobre temas diversos quer sobre, o seu ministério (as famosas Necessidades), a carreira diplomática, relações internacionais, a situação do nosso país.

O agora falecido embaixador Francisco Moita foi sempre extremamente atencioso para comigo, e devo-lhe designadamente o ter-me ajudado numa alhada em que alguns em Lisboa estúpida e injustamente me queriam meter.
R.I.P.
AC

Ps: já quanto a quem lhe sucedeu em Haia . . . . . basta recordar a alcunha depreciativa com que era tratado em surdina!

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