O Mondego comenta melhor
por José Mendonça da Cruz, em 28.03.23
... e, por fim, o Mondego saíu em missão, dizem que já reparado das avarias que não faziam mal. Saíu atrasado, porque o fumo negro que expelia prometia o pior. Saíu para uma curta viagem para as Ilhas Selvagens, destino bem mais inconsequente do que a vigilância de um vaso de guerra inimigo. E avariou. Redundantemente avariou. E, à falta de remos, foi rebocado de volta.
De maneira que os senhores comentadores podem agora largar a espuma: não tratem de revoltas de sargentos, nem deem corda aos braços do PC; não recordem os marinheiros da 1.ª república; não brandam legislação militar; não se ponham com choradinhoas de condenações na praça pública, mas também não promovam almirantes heroicos a apóstilos de disciplina e gestas navais em navios sem manutenção e risíveis.
Mas tratem dos temas principais, ou seja, que forças armadas são estas, cujos aviões não descolam, cujos navios e submarinos não funcionam e são rebocados quando tentam, cuja cavalaria dispõe a cada momento talvez de 1/2 tanque em cada 3? Que defesa nacional é esta? Que organização e orçamentação são estas? Que farsa, que vergonha, que irresponsabilidade, que desgoverno, que mentira?
Isto é tudo muito triste, muito triste.
António Cabral (AC)
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