A escrever estas verdades, esta Sra sub-directora do DN não vai longe.
António Cabral
Meio ano a trabalhar para pagar os delírios de Costa e Medina
Joana Petiz 10 Abril 2023
A realidade não é nova: a remuneração do trabalho dos portugueses é das mais baixas da Europa. Mas ninguém parece muito interessado em pôr o dedo na ferida. Basta olhar para o recibo de ordenado e é muito fácil perceber quem está a ficar com o seu dinheiro.
São os impostos e as contribuições sociais pagos por trabalhadores e empresas que impedem os salários de subir em Portugal. Num bruto de mil euros, o Estado predador leva-lhe logo 221 euros e vai exigir à empresa outro tanto, fazendo subir o seu custo em igual proporção. Ou seja, o patrão paga 1200 euros, o empregado não recebe nem 780.
A piorar há três anos consecutivos - incluindo os tempos de geringonça, portanto -, a carga fiscal sobre o trabalho dos portugueses tomou lugar entre as dez mais pesadas da OCDE. Para um trabalhador solteiro e sem filhos - onde se incluem muitos dos tais jovens que não conseguem arrendar, constituir família ou sequer sair da casa dos pais -, isto significa que quase 42% do que a empresa paga pelo que produzem vai direitinho para os cofres de Costa e Medina (a média do grupo de 38 países é inferior a 30%).
Simplificando, equivale a dizer que cada português trabalha de 1 de janeiro e 3 de junho só para pagar impostos. Em média, claro - há quem deva muito mais dias ao insaciável monstro fiscal.
Significa também que não é por má vontade ou por "apenas perseguirem o lucro", como se ouve à esquerda que nos governa há oito anos, que as empresas não aumentam os seus funcionários. É por real incapacidade. Para o trabalhador levar mais dinheiro para casa ao fim do mês, o empregador tem de entregar uma renda infinitamente maior ao Estado.
Se um salário de mil euros fosse duplicado, o trabalhador só levaria metade do aumento para casa. Já o seu empregador teria de desembolsar mais 1275 euros do que antes, com o Estado a receber, no fim de cada mês, praticamente o mesmo que quem faz o trabalho (1113 contra 1360 euros).
A verdade é portanto bem simples: o governo que põe sobre as empresas o ónus da subida de salários é o mesmo que penaliza as que pagam melhor e as que promovem aumentos, metendo ao bolso quase tanto dinheiro quanto o que chega ao trabalhador.
Nas ruas, porém, só se encontra ira contra os "patrões exploradores", sem se exigir mudanças aos verdadeiros culpados pela miséria dos revoltosos. No Parlamento, raras vozes interpelam o governo sobre a sua responsabilidade neste verdadeiro roubo fiscal e na estagnação salarial de um país em que só o salário mínimo evolui, empurrando cada vez mais trabalhadores qualificados para fora e com o grupo dos que ganham pela fasquia mínima a expandir-se a uma velocidade assustadora - menos de metade dos portugueses consegue chegar aos 1000 euros por mês e entre os jovens essa proporção é de apenas um em cada três.
Joana Petiz 10 Abril 2023
A realidade não é nova: a remuneração do trabalho dos portugueses é das mais baixas da Europa. Mas ninguém parece muito interessado em pôr o dedo na ferida. Basta olhar para o recibo de ordenado e é muito fácil perceber quem está a ficar com o seu dinheiro.
São os impostos e as contribuições sociais pagos por trabalhadores e empresas que impedem os salários de subir em Portugal. Num bruto de mil euros, o Estado predador leva-lhe logo 221 euros e vai exigir à empresa outro tanto, fazendo subir o seu custo em igual proporção. Ou seja, o patrão paga 1200 euros, o empregado não recebe nem 780.
A piorar há três anos consecutivos - incluindo os tempos de geringonça, portanto -, a carga fiscal sobre o trabalho dos portugueses tomou lugar entre as dez mais pesadas da OCDE. Para um trabalhador solteiro e sem filhos - onde se incluem muitos dos tais jovens que não conseguem arrendar, constituir família ou sequer sair da casa dos pais -, isto significa que quase 42% do que a empresa paga pelo que produzem vai direitinho para os cofres de Costa e Medina (a média do grupo de 38 países é inferior a 30%).
Simplificando, equivale a dizer que cada português trabalha de 1 de janeiro e 3 de junho só para pagar impostos. Em média, claro - há quem deva muito mais dias ao insaciável monstro fiscal.
Significa também que não é por má vontade ou por "apenas perseguirem o lucro", como se ouve à esquerda que nos governa há oito anos, que as empresas não aumentam os seus funcionários. É por real incapacidade. Para o trabalhador levar mais dinheiro para casa ao fim do mês, o empregador tem de entregar uma renda infinitamente maior ao Estado.
Se um salário de mil euros fosse duplicado, o trabalhador só levaria metade do aumento para casa. Já o seu empregador teria de desembolsar mais 1275 euros do que antes, com o Estado a receber, no fim de cada mês, praticamente o mesmo que quem faz o trabalho (1113 contra 1360 euros).
A verdade é portanto bem simples: o governo que põe sobre as empresas o ónus da subida de salários é o mesmo que penaliza as que pagam melhor e as que promovem aumentos, metendo ao bolso quase tanto dinheiro quanto o que chega ao trabalhador.
Nas ruas, porém, só se encontra ira contra os "patrões exploradores", sem se exigir mudanças aos verdadeiros culpados pela miséria dos revoltosos. No Parlamento, raras vozes interpelam o governo sobre a sua responsabilidade neste verdadeiro roubo fiscal e na estagnação salarial de um país em que só o salário mínimo evolui, empurrando cada vez mais trabalhadores qualificados para fora e com o grupo dos que ganham pela fasquia mínima a expandir-se a uma velocidade assustadora - menos de metade dos portugueses consegue chegar aos 1000 euros por mês e entre os jovens essa proporção é de apenas um em cada três.
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