Estive a jantar ou melhor, foi um lanche ajantarado, iniciado às 1840, em casa de uns bons amigos.
Camarões grandes, queijo, presunto extraordinário, pão, e um bom vinho branco fresquinho.
O melhor do jantar, a companhia deles, a amizade. E conversámos.
Entre muita laracha, entre alguma análise política, entre sobretudo coisas da vida, numa coisa estivemos de acordo, a pouca vergonha que impera um pouco por todo o lado.
Lembrando-me dos bons momentos poucas horas atrás, dou comigo a matutar na riqueza da nossa língua.
E, para sintetizar muitas das poucas vergonhas da vida nacional, vem-me à cabeça alguns dos muitos termos aplicáveis à cambada: abandalhamento, "avacalhamento", desfaçatez, ordinarice, ausência de escrúpulos, descarada ausência de vergonha na cara.
E há mais, até do vernáculo!
Quando se verifica haver safardanas que usam as instituições para fazer política em nome próprio, não é legítimo descarregar a nossa zanga em vocabulário bem português?
Creio que é legítimo, e bem merecem ser apodados violentamente.
AC
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