sexta-feira, 29 de março de 2024

FORÇAS   ARMADAS   em   PORTUGAL
"Estamos a trabalhar para encontrar soluções".
Esta é uma das frases costumeiras da inarrável ex-ministra da formal e usualmente designada defesa nacional (DN). Para todos os problemas. 

Por exemplo, terá encomendado estudo para perceber as razões da falta de atractividade das carreiras militares. 
Mais um estudozinho. 
Até porque há por aí uma "madrassa" sempre pronta a fazer esses estudos para os amigalhaços!

A história mostra que a senhora, a tal mais bem preparada de sempre (???) e tal como todos os seus antecessores apenas tutelou os militares das Forças Armadas (FA). 
Sendo a opinião livre, por mim a senhora desempenhou o cargo como muitos dos seus antecessores, lamentavelmente!

O jornalista Vitor Matos do Expresso é recorrente em artigos sobre as FA, seja sobre os recursos humanos das FA com foco nas saídas das fileiras cada vez em maior número, sejam olhando aos aspectos de material, equipamentos e infra-estruturas, seja acerca das pouca vergonhas envolvendo políticos e altos funcionários do dito ministério, de onde exalam e de há muito, crescentes fumos de corrupção.
A má qualidade de algumas instalações e equipamentos ou a  sobrecarga de trabalho e a falta de perspectivas são outros temas recorrentes. 

Não é novidade nenhuma uma série de coisas, de há muito anos.
Mas a tralha política (os sucessivos governantes, deputados e Presidentes da República (PR)) tece loas periódicas, discursa vacuidades, finge ao longo dos anos que nada sucedeu/ sucede, como por exemplo, 
- a gradual estagnação dos vencimentos dos militares das FA,
- a degradação da condição militar, que a legislação define o que é e que direitos lhe são agregados, mas que para os poderes públicos gradualmente desfiguraram para não dizer pior (a minha idosa vizinha na aldeia diria - limpam o rabo com essa legislação), 
- a persistente indefinição quanto a que FA o país teve ter.  

Estão quase passados 50 anos e o melhor que sabem fazer, particularmente a partir de 1995, é o conhecido e crescente garrote financeiro e a politização do processo de escolha das chefias militares.

O boneco supra diz que já não há tropa para um dado exercício.
Mas a realidade demonstra que os Falcon nunca faltam, voam ininterruptamente para transportar várias sumidades (???), e nomeadamente os inquilinos em Belém e em S.Bento.

Mas ficam muito contentes e avançam - “Outros países estão a enfrentar situações semelhantes

Não só a carreira militar foi deixando de ser atrativa para os jovens como as Forças Armadas perderam a capacidade de manter os que lá estão, sobretudo técnicos altamente treinados e especializados. 
Foi noticiado e não desmentido - os números do Exército e da Marinha são os mais elevados desde 2018. Este nível de “saídas extemporâneas” corresponde a 10,5% do total de militares a prestar serviço nos três ramos das Forças Armadas. Entre saídas e entradas, o resultado líquido de 2022 materializa-se numa redução de 7,2% dos militares em serviço efetivo (ou seja, sem contar com os que estão na reserva)

As consequências da falta de pessoal refletem-se a todos os níveis, nos  três ramos. Missões são efectuadas com uma obviamente e crescente sobrecarga do pessoal existente. 

O diferencial de vencimentos dos militares para as forças de segurança é muito relevante.
As carências em pessoal prosseguem. 
Não se consegue estancar a sangria. 
A pirâmide de pessoal há muito que deixou de ser pirâmide, é um aborto. Até se desculparam com a pandemia.

As vacuidades e incompetência chegaram ao ponto de se desculparem com idênticas crises de vocações militares a nível internacional. 

Particularmente depois de 1995, com crescentes garrotes financeiros, desrespeito por leis vigentes, manipulação diversa, incompetência, desprezo absoluto pela instituição militar, estão agora à espera que tudo se resolva por um governo que obteve uma vitória de Pirro?

Infelizmente parece haver muitos que acreditam nisso, seja em entrevistas, seja em apresentação de reclamações, aliás bem justas.
Mas milagres de Fátima há muito que não há.
António Cabral (AC)

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