quinta-feira, 5 de setembro de 2024

TAP, o COSTUME, os ALDRABÕES do COSTUME

E se fossem rigorosos?

O que sei disto, de tudo o que titula o texto que agora inicio?

Sobre a TAP sei muito pouco, e apenas o que consegui ir lendo ao longo dos anos, da comissão de inquérito mais ou menos recente, e do que fui ouvindo nas TV mas, neste aspecto, ainda sei menos pois vejo muito pouca TV.

O título bombástico que circula em alguns jornais tidos por de referência (???) fez-me logo desconfiar.

Como desconfiar me faz o tal relatório da IGF aparecer agora quando, creio, não traz nada de diferente do que antes se sabia, nem nada de novo. Tem linguagem que eu classifico de "redondinha", como convirá a uns quantos. É a minha opinião, naturalmente discutível, a respeitar.

A TAP teria sido comprada com o seu próprio dinheiro. No quadro das minhas limitações não consigo perceber como é possível alguém comprar seja o que for quando não tem dinheiro em casa, no banco, em offshore.
Penso que era o caso da TAP, pelo menos em 2014 e 2015 não tinha um chavo!

Depois fala-se ou melhor, tudo à esquerda do PSD e creio que à direita também gritam e esganiçam-se agarrados ao título - TAP comprada com o próprio dinheiro.

Uma coisa que não posso provar mas tenho a convicção de que é assim, o negócio da aviação (civil ou militar) é dos negócios onde mais vigora a corrupção. É o que penso.

E porquê?

Estou a lembrar-me do marido da rainha da Holanda que, aqui há muitos anos, esteve envolvido numa negociata escandalosa de compras de aviões americanos Hércules/ C130 de transporte. Estou mal recordado?

Estou a lembrar-me dum negócio de compra de helicópteros (5) em que basicamente terá sido assim (compra os meus que eu apoiarei a tua entrada no clube Europeu). Estou mal recordado? 

Voltando à TAP, o que circula e presumo verdadeiro mas na comissão de inquérito creio que nada de extraordinário foi concluído/ descoberto, é que antes do tal Neeleman aparecer a TAP tinha uma encomenda de aviões à Airbus, mas parece que o ir avançando com algum papel para a Airbus estava impossível de acontecer. Certo ou errado?

É que, creio, cada etapa, cada parcela, cada momento, cada passo jurídico e contratual desta telenovela devia ser escalpelizado com rigor, sem ideologias, sem o histerismo da certas patéticas criaturas que primeiro se deviam olhar ao espelho.

Pessoalmente sempre me pareceu esquisito que o PSD com governo em gestão assinasse um contrato com o tal de Neeleman. Indiscutivelmente afigura-se muito estranho, no mínimo, porque não está explicado Tintin por Tintin porque teve de ser feito/ assinado assim e naquela altura de governo em gestão de assuntos correntes.

Outra questão interessante, para mim naturalmente, é desde há muitos anos, o que é que honestamente vale a TAP no mundo da aviação e, quem é que estará de facto na disposição ou com interesse em comprar esta treta que, umas vezes uns pindérico querem vender, outras vezes outros pindéricos querem privatizar, outras vezes os vários pindéricos mudam facilmente de opinião. Deplorável.

Ua coisa que parece certa é que negociatas porcas ou mais ou menos limpas estavam e estão com a Airbus.

Do que se foi dizendo ao longo dos anos o tal de Neeleman terá convencido a Airbus a fazer uma negociata, com anulação da encomenda anterior e substituída por nova encomenda de aviões mais pequenos! Daí a tal maquia dos 217 milhões!

Bom, a TAP não tinha um chavo. Com uma injeção de 217 mesmo sem o guito entrar nas contas formais, pode dizer-se que os 217 eram então da TAP? Não faço a mais pálida ideia se isto juridicamente é assim ou não, mas estou certo de que daqui a quinze anos e num processo extremamente rápido, os tribunais administrativos mais o seu supremo explicarão Tintin por Tintim toda esta telenovela.

Pessoalmente, esta história do tal de Neeleman levar um projecto à Airbus remete-me para um parágrafo acima.

Depois, a sempre eterna empresa de bandeira, a sempre eterna empresa indispensável ao país, quando se fala de sustentabilidade, têm respaldo onde?

Fundos Airbus, fundos sempre, mas o que sempre me parece é que há sempre gentalha a ganhar com fundos, e muitas empresas e pessoas a irem ao fundo!

Os tribunais administrativos mais o respectivo supremo esclarecerão daqui a quinze anos o que eram acções, dinheiro próprio, contractos, empréstimos etc. Podemos estar descansados.

Outra coisa que querem que fique como mais sólida que aço é que a Airbus tinha confiança absoluta no tal de Neeleman. Pois.

Ah, e anda aí a esgrimir-se com o tal código das sociedades comerciais. Temos portanto questões jurídicas, relevantíssimas, que por isso mesmo, daqui a quinze anos os tribunais administrativos mais o respectivo supremo esclarecerão.

Do muito pouco que sei, é que esta telenovela TAP, mais uns quantos políticos e sobretudo os mais arrogantes, para além do tal de Neeleman  seus parceiros no negócio (???) e administradores seus antecessores, todos emprestam a esta "coisa" um cheiro putrefacto que qualquer jovem urso polar detecta aqui em Portugal e França.

De certeza que os gabarolas vão continuar, na exacta medida em que Portugal se equivale à torre em Pisa: todos os anos se afunda um bocadinho, por mais injecções de cimento que espremam para os alicerces.

António Cabral (AC)

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