sábado, 6 de dezembro de 2025

CULTURA 
. . . . . .
Paio Vaz - 
    Onde deixas a boiada
    e as vacas, Mofina Mendes?

Mofina - 
    Mas que cuidado vós tendes
    de me pagar a soldada,
    que há tanto que me retendes?

Paio Vaz - 
    Mofina, dá-me conta tu
    onde fica o gado meu.
. . . . . . . . 
(Gil Vivente - "Mofina Mendes")

AC


 AC

Republicando texto antigo

E S T A D O

Tivemos o deplorável estado a que tinha chegado o Estado.

Tivemos a promessa de Estado diferente. E está diferente, felizmente, e para melhor. Opinião pessoal, naturalmente.

Mas o estado actual do Estado não é brilhante, em várias questões, em vários aspectos, o Estado está doente.

Ou melhor, e recordando os ex e actuais titulares de órgãos de soberania que estão sempre a arrotar com o Estado para aqui e para acolá, o Estado acabamos por ser nós, sobretudo, e muitos de nós dos cidadãos comuns, é que padecemos de vários problemas. Os titulares dos órgãos de soberania estão sempre na maior. 

Quem antes de mais corporiza o Estado são os órgãos de soberania.

E por isso me recordo de várias coisas.

Para começar, as promessas constantes nisto que há dias aqui relembrei num longo escrito acerca sobretudo do 25 de Novembro de 1975, o Programa do movimento das Forças Armadas.

Se de mais exemplos precisássemos, bastaria olhar para as posturas de Marcelo Rebelo de Sousa e para certas coisas que aparecem no pouco afamado "sitio" de Belém, ou para o sistema de justiça. 


Olhar para o sistema de justiça em que quer relativamente ao MP quer a certos juízes, há muito a lastimar. 
Um MP que leva já seis meses às voltas de uma preventiva sobre o PM, incapaz de decidir (ou é de propósito?) se avança para inquérito ou arquiva para, de repente, a cinco dias de eleições, saírem notícias fabricadas, pois a PGR já desmentiu.

Olhar aos juízes, alguns com processos às costas que se arrastam, outro/ s com anos de investigações sigilosas que o próprio desconhece. Se este caso (Ivo Rosa) não é violência de Estado não sei o que é.

Mas olhar também ao que se passa quanto à assistência na saúde em que, opinião pessoal naturalmente, para lá de críticas justas que se podem e devem apontar ao governo, não me fica nenhuma dúvida que a classe médica sobretudo mas também enfermeiros, têm muitas culpas no que vem acontecendo. 

Basta olhar para as chamadas ordens profissionais, basta ver o corporativismo exacerbado, e o sindicalismo por exemplo de uma certa senhora (???). 
E olhar para quando e com quem começou a pouca vergonha dos tarefeiros.

Olhar ao problema da habitação, problema que existe, mas está (creio) distorcido se olharmos a todo o território.

Olhar ao ensino. Acabar com a falta de respeito para com os professores.

Olhar às Forças Armadas. Passaram 51 anos e temos uma criatura a dizer que somos os melhores dos melhores, e não passa destas vacuidades.
Adora ele e muitos mais as paradas militares, e adoram estar debaixo de tribunas enormes a assistir á coisa. 
Tribunas enormes pois é necessário albergar o dobro de lugares, pois os séquitos são sempre enormes e levam têm de levar consortes.

Nós é que estamos com pouca sorte, em ter de aturar isto tudo e ver o desperdício de dinheiro. 
Eles e elas adoram andar constantemente nos Falcon da Força Aérea, para acorrer às reuniões internacionais, constantes, e acorrer às constantes passeatas para as sempre combinadas visitas de Estado. 
E nós a pagar.

Forças Armadas que obviamente necessitamos de ter, basta olhar para a nossa geografia e particularmente para a massa oceânica brutal sobre a qual temos jurisdição. 
Temos de ter Forças Armadas, mas passados 51 anos já era tempo de ter definido quais, quantas, de que tipo. 
As guerras contemporâneas obrigam (se por cá houvesse cá gente séria e capaz) a que se olhasse para as alterações brutais do actual  "fazer a guerra", e se deixassem de batalhões e brigadas e etc.

Olhar ao abandono do interior.

Olhar ao despovoamento.

Olhar à completa falta de manutenção de muitos equipamentos e casas no interior, designadamente no Portugal Continental.

Olhar ao problema dos incêndios.

Olhar às questões da água/ da falta dela. Centrais desssalinizadoras já deviam estar a ser construídas particularmente no litoral Alentejano e Algarve.

Olhar à organização territorial. 
É mais que anacrónico chamar cidades a locais com 4 a no máximo 6000 habitantes, quanto há várias freguesias das 4 maiores cidades com muito mais do que isso.

Olhar aos desperdícios de dinheiros públicos, olhar aos sugadores de dinheiros públicos, como são a maioria das fundações e observatórios.

Olhar à cultura nas suas diversas vertentes.

Olhar ao ambiente, não só o ar que respiramos, mas ao lixo nas cidades vilas e aldeias, campos e florestas.

Olhar à legislação tributária, olhar à legislação na justiça com o excessivo (opinião pessoal) tempo e número de contestações jurídicas. 

Olhar à imigração descontrolada.

Olhar às crianças e aos idosos.

Olhar à economia que, sustentada em turismo e dinheiros da segurança social, não augura nada de bom.

Enfim, olhar a tanta coisa . . . . 

Há problemas, alguns bem graves.
Mas o estado do Estado é bem melhor do que o do anterior Estado.

António Cabral (AC)
Celebração dos 50 anos da Diocese de Setúbal
Aqui há semanas, concretamente em 26 de Outubro passado, assinalaram-se cinco décadas passadas sobre a ordenação do 1.º Bispo de Setúbal, 
D. Manuel da Silva Martins.

Teve então lugar na Sé Catedral de Setúbal a Eucaristia de Celebração Solene dos 50 anos da Diocese de Setúbal - Jubileu Diocesano, que foi presidida pelo actual e sempre muito mexido Bispo de Setúbal, Cardeal D. Américo Aguiar.

Marcelo Rebelo de Sousa  esteve presente nessa celebração.

Estou a recordar isto a propósito da participação do PR na dita celebração porque um conhecido ortodoxo que se converteu às delícias do fausto e corredores do poder e que sempre se indignou contra os atropelos ao que a CRP estabelece quanto ao Estado e a fé e muito justamente critica Marcelo amiúde, não se dignou responder
à minha pergunta sobre o assunto.

Pessoalmente considero que Marcelo tem tido pouco ou nenhum cuidado ou está-se borrifando para a dita norma Constitucional, embora se deva ter presente que o cidadão Marcelo é católico praticante e tem direito a actuar correspondentemente.

Quanto ao ortodoxo, nada me espanta. Umas vezes comenta outras não.

Não faço ideia da razão do silêncio e naturalmente que está no seu direito de nada comentar desta vez contrariamente ao que no passado fez comigo.

Quanto a D. Manuel Martins, na minha opinião estupidamente alcunhado Bispo Vermelho, e ainda que eu possa ser considerado suspeito pois conheço muito bem o distrito de Setúbal desde 1969 e nele vivo numa das suas cidades desde 1 Março de 1974, considerei-o um extraordinário humanista e homem decente, atento às desigualdades e ao sofrimento dos seus concidadãos.

Considero pois justa qualquer homenagem que lhe seja feita como justo recordar a sua luta no distrito de Setúbal e não só.

AC
6  DEZEMBRO  2025
> 1185 - Faleceu D. Afonso Henriques
> 1865 - EUA, formalmente abolida a escravatura
> 1884 - EUA, nasce o Washington Post
> 1896 - Nasce Ira Gershwin
> 1897 - Londres é a primeira cidade com táxis licenciados
> 1910 - Portugal, reconhecido o direito à greve
> 1920 - Nasce Dave Brubeck
> 1925 - Alves dos Reis é preso
> 1978 - Constituição espanhola aprovada em referendo
AC

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

 FOTOGRAFIA

AC

DROGA
EM 1997 ERA BASICAMENTE ASSIM

Em 1997, as redes de distribuição de droga eram como está representado. Isto no caso das Américas.

No presente as rotas quer pelo Pacífico quer pelo Atlântico rumo aos EUA e ao Canadá não devem estar muito diferentes.

Mas será que as autoridades do México, da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Panamá, da Bolívia e mesmo as do Brasil não têm interesse nenhum num certo fechar de olhos a este deplorável panorama de décadas e décadas?

Noutra perspectiva, interrogo-me porque é que os EUA e designadamente a sua poderosa força armada, mais DEA, mais NSA, mais as diversas secretas que por lá existem, APARENTEMENTE, nunca se preocuparam com o que passava pelas Caraíbas por exemplo, como agora está a acontecer, com destruição consecutiva de embarcações velozes carregadas de droga ?

Por outro lado, as atrocidades que estão a ser noticiadas OU EU ESTOU A VER MAL ISTO TUDO, onde é que isso encaixa no direito internacional, na carta das Nações Unidas, na legislação da IMO, na doutrina social da igreja, em qualquer código, ou na jurisprudência do tribunal Internacional de Haia ?

Enfim, como diz a minha muito idosa mãe (100 em 8 Julho passado) - oh Toninho, anda tudo doido não anda?

Bom dia, tenham uma boa 6ª feira. Bom início de fim de semana.
Saúde e boa sorte.

António Cabral (AC)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

 ALERTA

AC

ISTO  É  O  PÃO  NOSSO  DE  CADA  DIA

Mas a GNR faz anúncios pomposos de fiscalização de uma semana disto ou daquilo, ou operação Natal, ou outra parvoíce, coisas que repetem há décadas. 

AC

Boa noite e boa sorte

A  GNR, o costume . . . . 

A Guarda Nacional Republicana (GNR) anunciou há dias uma operação de uma semana de fiscalização dos veículos automóveis pesados de transporte de mercadorias e de passageiros, os vulgarmente conhecidos autocarros de passageiros e camionagem de maior ou menos tonelagem.

O propósito anunciado - “garantir o cumprimento da legislação europeia, as condições de segurança no transporte de pessoas e mercadorias e a deteção de infrações tendo em vista um ambiente rodoviário mais seguro“, e assim prevenir “acidentes”.

A GNR especificou que há “quatro áreas de atuação prioritárias no âmbito da segurança rodoviária: as estradas, os carros, os utilizadores e a velocidade”.


Magnífico.

Continuamos como sempre.

Aquilo que devia ser rotina constante, por todo o país, sobre autocarros de passageiros e camionagem de maior ou menos tonelagem, sobre automóveis e motociclos e motorizadas, não é concretizado.

Anuncia-se semana disto e daquilo, anuncia-se operação férias de imigrantes, operação Natal, operação Páscoa, operação Carnaval, operação tolerância zero, e outras parvoíces.
Dizem que é para informar!

Basta entrar no quartel do Carmo (que conheço) e contactar aquela malta com botas altas para perceber o porquê disto tudo.
AC
5   DEZEMBRO  2025
DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO
> 1492 - Ilha Hispaniola descoberta por Colombo
> 1891 - Faleceu D.Pedro II do Brasil, filho de D. Pedro IV de Portugal
> 1901 - Nasce Walt Disney
> 1917 - Dezembrismo, movimento iniciado e comandado por Sidónio Pais, que ao fim de três dias estava no poder
> 1932 - Abertura ao público da maternidade Alfredo da Costa
> 1933 - Franklin Roosevelt revoga a "Lei Seca"
> 1973 - MFA, reunião da Costa da Caparica
> 1984 - Fundação da AMI (Assistência Médica Internacional) por Fernando Nobre
> 1996 - Centro histórico do Porto passa a Património Cultural da Humanidade
> 2012 - Faleceu Dave Brubeck
AC

A  PROPÓSITO  DE  PRESIDENCIAIS  2026

Um amigo chamou-me à atenção para algumas "manobras" de alguns dos candidatos à corrida a Belém.

As conhecidas, pois outras haverá fora dos holofotes públicos.

Confessei num outro texto que desconhecia haver mandatários para várias coisas. Verifico agora por indicação do meu amigo que a minha ignorância nesta matéria é de facto grande.

Alguns estão a recorrer à mais execrável postura do politicamente correcto. Nada de espantar ou melhor, nada que me espante.

Ignorante que sou nestes importantes (???) assuntos questionei-me há pouco depois da chamada do meu amigo se não devia haver uma listagem global para podermos apreciar cada candidato não pelos debates televisivos que me recuso ver nem declarações públicas.

Interrogo-me se não devia estar disponível e de forma transparente:

- quem está a pagar (e quanto) a campanha de cada candidato

- se de todos os que anunciaram candidatar-se o Tribunal Constitucional já recebeu as assinaturas proponentes e já confirmou que está tudo certinho; ou andam por aí "gabirus" que ainda nem sequer conseguiram as assinaturas e já andam nas TV?

- listagem completa das tais comissões de honra e outros apoios

- listagem completa dos tais mandatários

Quanto a mandatários eu sugeria pelo menos mais as seguintes áreas: puericultura, botânica. aeromodelismo, geriatria, multiculturismo, aconselhamento matrimonial, património imaterial.

AC

RECORDANDO

SNS
  versus  PPP
Em 2019 foi publicado este artigo, onde sublinho algumas partes.

REPITO foi em 2019. 

António Costa governava (??) desde o início de 2016; repito, 2016, 2017, 2018, e metade de 2019. 

Devia estar a preparar-se para virar as páginas sobre as carreiras dos médicos, dos enfermeiros, dos restantes funcionários no âmbito do SNS. 

Só para recordar, a pandemia apenas começou em Março de 2020. Todos em casa salvo erro a partir de 20 de Março.
Quantas páginas virou, quantas?

AC

A cegueira ideológica que o SNS não cura
• Paulo Ferreira
• 23 Junho 2019

Os hospitais PPP são só quatro, pesam 5% no orçamento do sector, são os melhores nos cuidados prestados, são os mais baratos para o Estado mas são a causa do estado em que está o SNS. É isso?

Quem assistir ao debate sobre a Saúde em Portugal que se tem desenvolvido nos últimos meses fica com duas ideias centrais.

A primeira, factual e objecto de notícias quase diárias, é que o Serviço Nacional de Saúde passa por inquestionáveis dificuldades de funcionamento, de meios, de organização e de qualidade e quantidade na prestação dos serviços à população. Ainda esta quinta-feira, o jornal Público nos relatava mais um episódio desse caos, desta vez dando conta de próximos encerramentos rotativos das urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais da Grande Lisboa – Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Santa Maria, Hospital de São Francisco Xavier e Hospital Amadora-Sintra.

É rara a semana em que não há mais um caso de serviços a funcionar a meio gás, de problemas de atendimento, de equipas clínicas e de gestão que se demitem alegando não ter condições para trabalhar, de serviços oncológicos em ruptura.

A segunda ideia, que resulta do debate partidário sobre a Lei de Bases da Saúde, quer fazer crer a população menos informada que tudo isto se deve essencialmente à existência de Parcerias Público-Privadas na Saúde. Porque se só se discutem as PPP – basicamente se devem ou não ser proibidas na nova lei – num sector fundamental que passa por enormes dificuldades, então é porque não haverá nada de mais importante para discutir, certo? Nada de mais errado.

Vejamos então do que estamos a falar.

O SNS tem 100 unidades com o estatuto de hospitais (excluindo, portanto, todas as outras centenas de unidades como centros de saúde, unidades de cuidados primários ou continuados, etc.).

Desta centena de unidades, quantas PPP temos? Quatro. Quatro hospitais em regime de parceria com privados: Hospital de Braga, Hospital de Loures, Hospital de Cascais e Hospital de Vila Franca de Xira.

Estamos, então, a falar de 4% do total de hospitais do SNS. É nessas unidades que, segundo alguns partidos da esquerda, radica o grande problema da saúde prestada pelo Estado.

E em termos de despesa? O custo do Estado com estas unidades pelos serviços que eles prestam foi, em 2017, de cerca de 450 milhões de euros por ano. O orçamento global da Saúde no Orçamento do Estado rondou os 8.450 milhões de euros e a dívida dos hospitais públicos está próxima de 750 milhões de euros. Temos, então, um peso de 4,9% das PPP no total do orçamento do SNS em Portugal.

E toda a discussão sobre a Lei de Bases está centrada nestes 4%, num sector manifestamente em crise no país que, dizem, virou a página da austeridade há quase quatro anos e teve dinheiro para, por exemplo, abdicar de 350 milhões por ano de IVA dos restaurantes.

Acresce que nada, nas narrativas do Bloco de Esquerda e do PCP – mas sobretudo do primeiro – é sustentado pelos factos, essa coisa aborrecida que teima em contrariar a ideologia.

Não só as PPP têm um peso muito reduzido em todo o orçamento e estrutura do SNS como são comprovadamente as unidades mais eficientes e com mais qualidade na prestação de serviços.
Quem o diz é alguma consultora suspeita de querer beneficiar os grupos privados? Algum braço armado da ideologia liberal? Não, este é o resultado continuado das avaliações feitas pela Entidade Reguladora da Saúde, a unidade do Estado responsável pela supervisão do sector.

Entre outras notícias, podemos ficar apenas com esta: “Os melhores hospitais do país? São três PPP” (DN), e com esta: “Só três hospitais têm nota máxima no tratamento do AVC e são todos PPP” (Público).

Bom, está bem. Os hospitais PPP têm um peso insignificante no SNS e são, por regra, os que prestam o melhor serviço aos cidadãos que a eles recorrem. Mas, ainda assim, torturemos o modelo. Será que não consomem dinheiro a mais para os serviços que prestam? Os mesmos 450 milhões de euros, se fossem geridos directamente pelo Estado, não dariam mais resultados?

Responde o Tribunal de Contas numa auditoria realizada ao Hospital de Braga (que vai deixar de ser uma PPP a partir de Agosto) publicada no final de 2016:

“O novo Hospital de Braga em regime de PPP, que substituiu o antigo Hospital de São Marcos, em 2009, aumentou a oferta de cuidados de saúde à população: as consultas externas aumentaram cerca de 99% (entre 2009 e 2015) e a atividade do internamento e cirurgia de ambulatório mais do que duplicou face às previsões iniciais.

A gestão do Hospital de Braga tem sido eficiente na utilização dos recursos:

• O custo operacional por doente padrão foi, em 2015, de € 2.158, o mais baixo entre todos os hospitais do SNS.

• O financiamento atribuído pelo Estado ao Hospital de Braga, por doente padrão, foi em 2015 de € 2.084, o mais baixo entre os hospitais de gestão pública selecionados para comparação”.

Portanto, são muito poucos, pesam 5% no orçamento do sector, são os melhores nos cuidados prestados aos utentes, são os mais baratos para o Estado, mas ainda assim são a causa do estado em que está o SNS e são um problema que urge resolver. É isso?

Indo ao terreno, deve haver alguma coisa que nos escapa e que motiva a sanha contra as PPP da saúde.

Têm então a palavra os autarcas, que estão mais próximos das populações e até utilizam as unidades de que se fala. E o que dizem os autarcas?

Pegue-se no recente exemplo da PPP de Vila Franca de Xira, que não será renovada em 2021 por decisão do Governo. Cinco autarcas de municípios servidos pelo hospital – quatro do PS e um da CDU – saíram imediatamente em defesa do modelo afirmando que “a resposta que o hospital tem dado às populações é muito positiva e que os munícipes estão satisfeitos com os cuidados de saúde prestados” e recordando que a unidade tem vindo a ser “reconhecida por diversas entidades como um dos melhores do país”.

Mas esqueçam todas a evidências e todos os factos. As PPP na saúde são más porque o Bloco de Esquerda e o PCP não gostam delas. Porque são operadas pelo sector privado. E por isso querem proibi-las de vez.

Sim, porque é isso, e apenas isso, que está em causa. O facto de a Lei de Bases da Saúde continuar a permiti-las nada obriga algum governo a fazê-las. Serão sempre decisões pontuais, em função de cada caso concreto, das necessidades de cada região e da decisão dos governos.

Foi isso que aconteceu até agora. Quatro PPP. Em breve passarão a três e depois a duas.
Mas esta possibilidade não é aceite pela extrema esquerda. Porquê? Por motivos de pura ideologia, por radicalismo económico.

Pensavam que a preocupação essencial do BE e do PCP era ver de que forma se pode prestar às populações os melhores cuidados de saúde possíveis aos melhores custos para os contribuintes?
Desenganem-se. Nada disso os preocupa. Nem isso nem o caos no SNS. A cegueira ideológica contra tudo o que é privado é mais importante. E essa não tem cura nem no melhor hospital do SNS, que é provavelmente uma PPP.

A  CAMINHO  DO  CASTELO

AC

Recordando


segunda-feira, 30 de novembro de 2020

LI  COM  GOSTO  e  GOZO
O Chega, afinal, é frequentável para o Governo e o PS. Só depende da ocasião. Parafraseando Groucho Marx, Costa tem princípios e "linhas vermelhas". Se não servirem, arranja outros e muda de linha. (João Gonçalves, JN)
AC

Bom dia 
Tenham uma boa 5ª Feira
Saúde e boa sorte
CULTURA

…. tenho elementos espirituais de boémio, desses que deixam a vida ir como uma coisa que se escapa das mãos e a tal hora em que o gesto de a obter dorme na mera ideia de fazê-lo…..


(Livro do Desassossego, página 276, Fernando Pessoa)

AC
Grande PARLAMENTO, grandes parlamentares
Grandes partidos Políticos
Quase tudo como no tempo de Eça

Ora a propósito de reformas e reformas recordo que por força das imposições da Troika, o processo liderado pelo inarrável então ministro Relvas fez o número de freguesias baixar das 4260 existentes em 2013 para 3092. Houve várias agregações.

Conheço concretamente os casos havidos no concelho de Idanha-a-Nova (IDN), sendo um dos exemplos a nova freguesia de Monsanto - Idanha-a-Velha.
Se vi bem  na recente decisão do parlamento sobre freguesias essas agregações em IDN não foram alteradas, não houve desagregações!

De salientar que existiam 4260 freguesias em Portugal, muitas delas com escassas centenas de habitantes. 

Provavelmente uma relevante parte do poder autárquico é/ continua ineficaz e custava/ custa imenso dinheiro e, talvez, envolvesse cargos que acabando por ser políticos seriam, quase certamente, desnecessários. 

A reforma sob a pressão da Troika foi feita nessa altura com contestações várias e nomeadamente contestada pelos pequenos (ou médios ou grandes?) interesses e por vários órgãos informativos.

Se a reforma era necessária, se o que foi feito foi correcto e adequado nada disso interessava. 
Interessava sim atacar Passos Coelho que, para lá de méritos qualidades e defeitos como todos nós era e é, basicamente uma pessoa decente. 
Mas, creio, não controlou devidamente alguns dos seus ministros.

E como no passado aqui escrevi, e porque era o PM, ele foi o responsável primeiro por várias parvoíces, por algumas medidas estúpidas (opinião pessoal naturalmente), e por algumas afirmações que, no mínimo, se devem qualificar como lastimáveis.

Nos tempos recentes a questão das freguesias voltou ªa baila".
Não faço ideia se a vida das populações melhorou nos locais onde houve fusões. Tal como agora com algumas desagregações. 

E isto dá bem a medida do elevado índice de incompetência arrogância e imbecilidade (opinião pessoal, naturalmente) de muitos parlamentares.

Sim, inicialmente pressão da Troika.
Mas, depois, que estudos sérios?
Que ponderação?
A agregação do tempo da Troika e as recentes desagregações nada tiveram a ver com conluios partidários, com votantes?
Não se tinha em mente o clientelismo?

Se não estou enganado houve bastante mais de uma centena de recentes desagregações de freguesias.
Que benefícios concretos se visualizavam para as populações envolvidas?

Entre as várias coisas espantosas e se vi bem, o PSD que promoveu a "reforma" por sobretudo imposição da Troika, na recente contra-alteração esteve na linha da frente. Brilhante.
Nada como uma boa coerência!

Portugal continua prenhe de certas personagens, de muitos fregueses, de imensos sacripantas, todos com uma descarada ausência de vergonha na cara e ausência de quase tudo.

Desgraçados de nós cidadãos comuns.

Nesta questão organizacional se vê sem margem para dúvidas a choldra que predomina na política nacional.

Com ou sem imposição da Troika entretêm-se a brincar com estes arranjos e re-arranjos.

Ponderar a questão de forma profunda, isenta, sem ideologias e clientelismos isso é que não.
Mais ou menos freguesias é que importa.

Olhar seriamente para a organização administrativa do país?
Ui, nem pensar, olha lá os poderes instalados, o clientelismo, as zonas de influência.

Que importância tem que por exemplo Portalegre, Penamacor e outras há, sejam cidades com uma população numericamente ridícula, comparativamente com as freguesias de Lisboa Porto, Setúbal, Almada etc.?
Este é apenas um exemplo da trágica (opinião pessoal naturalmente) organização administrativa do país. E da tragédia que vagueia pelo poder formal.
Enfim.

AC

COISAS  de  ANTIGAMENTE

AC
4  DEZEMBRO  2025
DIA DE SANTA BÁRBARA
> 1580 - A Inquisição desenterra as ossadas de Garcia da Orta, que falecera em Goa, e queima-as em auto de fé pelo crime de judaísmo
> 1791 - Lançamento do jornal "Observer"
> 1918 - Proclamação do reino da Sérvia Croatas e Eslovenos
> 1943 - II GG, reunião do Cairo
> 1961 - Grupo de dirigentes comunistas evade-se da prisão de Caxias
> 1970 - Criação da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social)
> 1980 - Desastre de Camarate, o avião Cessna em que seguiam Sá Carneiro, Amaro da Costa e outros despenha-se, falecendo todos os ocupantes
AC

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

A  PROPÓSITO de PRESIDENCIAIS,
SOMBRAS, PASSADOS, REALIDADES, TRAPALHADAS

Tenho cumprido o que a mim mesmo prometi: não ver nenhum debate entre candidatos á corrida para Belém.

Mantenho-me relativamente informado. A minha mulher conta-me certos detalhes e vários amigos fazem o mesmo.
A somar a isso vejo diariamente as gordas noticiosas nos jornais, lendo o que é permitido a não assinantes.

Apercebi-me hoje de que, na sequência da reacção de Gouveia e Melo à menção de que havia um explícito e público apoio do insuportável  Sócrates à sua candidatura, um tal de Afonso Camões demitiu-se de continuar a ser mandatário regional por Castelo Branco e apoiante do almirante. Nem fazia ideia que havia mandatários vários. 
As coisas que eu não sei!

Do que consegui perceber Afonso Camões reagiu duro e desistiu a partir do momento em que alguns jornalistas e não sei se comentadores trouxeram a público certos dos seus passados.
Passados envolvendo Afonso Camões e o insuportável Sócrates. Passados, valha a verdade, que se afiguram pouco edificantes.

Independentemente de ser discutível a história das escutas, mas que creio deve continuar a ter um papel complementar nas investigações judiciais, em abstracto (nada a ver com Camões) parece-me que a realidade é esta:
* uma coisa são as escutas, 
* outra é no escutado não ter sido detectado nada de ilegal, ilegítimo, imoral, vergonhoso, escandaloso, criminoso, 
* outra coisa ainda é o escutado evidenciar na sua profissão ou nas suas actividades e relações ilegalidades, corrupção passiva que seja, nepotismo, fuga a impostos, posse ilegal de informação privilegiada ou reservada, actividade vergonhosa ou mesmo criminosa. 

Afonso Camões demitiu-se para não “embaraçar” Gouveia e Melo, na presunção de que algum do seu passado é tido por muitos (como eu) como muito discutível ou mesmo reprovável.

Disse-me um bom amigo que Afonso Camões reagiu violentamente ao terem repescado as suas ligações conluios e actividades passadas.
E que se atirou aos órgãos de comunicação social que recuperaram agora o seu "famoso"percurso com Sócrates. 

Afirmou que desenterraram uma ilegítima escuta telefónica com mais de 10 anos, e recordou um certo tipo de jornalismo. Aquilo que eu e outros muitas vezes crismamos de jornalixo.

Não é preciso ter mais do que a 4ª classe para perceber que a pergunta atirada em tempos a Gouveia e Melo sobre o apoio de Sócrates tal como agora reviver o discutível passado de Afonso Camões tem um objectivo único, claro: enterrar a candidatura do almirante.

É por esta razão que Afonso Camões decidiu sair da estrutura de campanha do almirante. Creio que fez bem.

Também não é preciso ter mais que a 4º classe para já ter percebido o esforço descarado de alguns canais de TV em favorecer um certo candidato.

Aguardemos, estou convencido que o jogo sujo ainda mal começou.
AC