sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

JORNALISTAS
Quem tem a gentileza de me ler desde os tempos em que escrevia num blogue que me acolheu durante anos, o blogue de quem tem por mim consideração, sabe que independentemente de por vezes o fazer de uma forma menos feliz, nas minhas ás vezes desajeitadas palavras sempre procurei (e isso continuo a porfiar, não querendo dizer que já não erro) ser isento nas minhas opiniões. Sempre dentro do meu lema - "Se tentaste fazer algum coisa e falhaste, estás bem melhor se tentaste nada fazer e conseguiste."
Uma democracia para ser equilibrada, sadia, consolidada, civilizada, ocidental, não pode deixar de ter órgãos de comunicação social livres e independentes, não pode deixar de ter partidos políticos, não pode deixar de ter liberdade de expressão e de opinião, não pode deixar de ter separação de poderes efectiva, não sobreviverá sem um sistema de justiça eficaz e célere que faça doer a sério a quem quer que seja que não cumpra a Lei (é o que está a acontecer, não é?).
Algumas vezes fui amigavelmente questionado sobre se não serei por vezes cáustico, azedo, etc.
Certamente que algumas vezes o fui já, provavelmente continuarei no futuro a ser aqui ou ali menos feliz em algumas apreciações mas, diz-me o tempo que vai decorrendo, não me tenho enganado assim tanto.
Nunca fui de consensos pastosos, e tenho a certeza que na carreira nunca fui, por exemplo, desbocado, desabrido, desleal, desligado da procura do rigor, creio que nunca me esqueci do que é subordinação mas nunca fui submisso, e com a ajuda amiga de alguns lutei sempre por me melhorar nos defeitos e deficiências, não deixando de ter uma atitude proactiva e assertiva.
Vem tudo isto a propósito dos jornalistas, dos "media/ OCS".
Estou-me borrifando para se lá fora é a mesma coisa ou mesmo pior. Interessa-me cá dentro.
E cá dentro, seja a propósito do que quiserem, muita culpa tem a esmagadora maioria dos jornalistas em tudo o que de mau persiste no nosso País. 
E para o voltar a demonstrar não é preciso recorrer aos arquivos e ás poucas vergonhas, basta só olhar aos exemplos de agora. 
Reparar em confissões deste calibre- "......Sim, nós jornalistas poderíamos ter investigado todas as consequências daquela mudança da lei. Era o que se teria feito num tempo em que os cidadãos em geral estavam dispostos a pagar pela informação. Este é um exemplo de como a falta de dinheiro e, por causa dele, a falta de tempo no jornalismo deixa que algumas notícias só cheguem à luz do dia pela voz de quem não é jornalista o que está longe de garantir a defesa dos cidadãos).
Ou reparar ainda naquele jornalista que uns dizem ser especialista em assuntos militares e que prima por uma gritante ausência de rigor, como se vê no texto em que noticiava que o governo já se decidiu quanto ao futuro comandante da Marinha. 
Ou reparar nas subserviências de outros que, constante e conscientemente servem projectos pessoais de certos políticos sempre semi-mascarados com a chancela do serviço a Portugal.
Só de facto destas prendas, muitos mais nada são que tristes pés de microfone, que sempre servem políticos e militares. Diz o povo "dá cá o meu".
Que Justificação para isto?
Talvez colagénio a mais nas costas, notícias encomendadas, demasiadas conferências, "vernissages" com DDTs e quejandos, desprezo obstinado pelas regras deontológicas/ profissionais.
Mas, naturalmente, posso estar completamente enganado.
Ah, e já agora, é como aquela outra situação, quando se fala com um funcionário nosso conhecido de uma certa instituição muito poderosa no País - é pá, ......sabemos tudo,......mas não pode ir para a frente,.......a investigação tem que ficar congelada......sabe como é!
AC

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