sexta-feira, 4 de setembro de 2020

PERCEBEM   MESMO ?
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Quem faz injúria vil e sem razão
Com forças e poder em que está posto,
não vence; que a vitória verdadeira,
é saber ter justiça, nua e inteira.
(Lusíadas, Canto décimo, LVIII)


Continuamos com a pouca vergonha do costume, com ilusões, mentiras, promessas, discursos. As substituições efectuadas no âmago da DGS são um exemplo talvez menor mas elucidativo. Os sete magníficos segundos de Costa e que bem o definem são outra “cereja”. Outra cereja as posturas e incoerências da DGS.

Será que percebem o significado deste pedacinho de Camões?
O que significa, o que impõe de mudança na sociedade, para se lutar a sério e não com discursos e consensos por baixo da mesa ou com ameaças que se vê mesmo, não passam de encenação, contra, a desigualdade, a iniquidade, a pobreza, a injustiça, o ostracismo, a corrupção, e determinar um rumo para no mais curto prazo possível vir a ter, de facto, no dia a dia, um Portugal com futuro, justo, e inteiro?

É que da parte dos palradores, dos vários palácios, basicamente o mesmo Portugal do costume, muita parra e, quanto a uvas, como se sabe, os granizos de há meses já destruíram muitas.
Estão aí os do costume, com a mesma pose e falsa modéstia e incoerente contenção cerimonial para dar cabo do resto, apregoando odes e promulgando afectos. Alguns fazendo ameaças patéticas.
Ainda que recomendando boas maneiras aos ministros.

Como se combatem e invertem as fragilidades da nossa sociedade?
Com prosas, odes, habilidades linguísticas dos bem falantes (???), que apenas adormecem o povo incauto e que essencialmente continua ignorante e a lutar por futilidades e a entreter-se com futilidades?

E se se deixassem de cálculos pessoais que apontam, e bem, apenas a outros?

Quanto mais tempo estes maus actores vão continuar com fingimentos? 
Quanto mais tempo a importância dos outros fica só no papel e na pompa e na circunstância?
Quanto mais tempo vão deixar de fingir que estão a dormir enquanto pedem que se acorde?

Quanto mais tempo vão continuar a ignorar o descalabro que cresce?
A palavra responsabilidade anda sempre e muito na boca dos políticos portugueses, nos titulares de orgãos de soberania mas, sinceramente, dá para desconfiar que se trata sobretudo de má-consciência.

Cada vez mais me lembro dele
Citação -Lamento as putas intelectuais que proliferam na vida pública. Eu sempre li as putas e os patrões dessas putas, tentando não ficar tão provinciano como elas. “Jorge de Sena
António Cabral (AC)

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