quarta-feira, 3 de março de 2021

EXACTAMENTE
EU, que conheço muito bem Lisboa, concordo em absoluto com esta apreciação. A primeira vez que me deparei com o arquitecto Salgado, foi ao vivo, nos Açores, S. Miguel, Ponta Delgada, 2006, não recordo o dia certo, durante uma espalhafatosa apresentação do projecto do futuro terminal de cruzeiros em Ponta Delgada (e hoje já construído). Quem mandava por lá? Exactamente, esse em que está a pensar, Carlos César, PS pois claro. Como dizia o outro, isto anda tudo ligado, há anos e anos. Os tipos do PSD cada vez mais se mostram uns meninos de coro ao pé destes profissionais. E esperem agora pelos fundos "Bazuca" ou "vitaminas", para verem como eles são uns verdadeiros artistas.
"Vai para catorze anos que a Câmara de Lisboa está nas mãos do PS, e dos seus aliados pseudo-independentes, todos oriundos da Esquerda. Costa largou a Câmara a 1 de Abril de 2015 para se dedicar à conquista do poder central com os resultados que se conhecem. Permaneceu nos Paços do Concelho, como segundo quase primeiro, o arquitecto Manuel Salgado que vicissitudes judiciais recentes obrigaram a demitir-se da vereação. Os mandatos de Costa e de Medina não teriam sido os mesmos sem Salgado. E Salgado não teria sido o que foi sem a caução política do actual primeiro-ministro e de Medina. São catorze anos de desprezo pela vida comum dos lisboetas, ao serviço de floreados e da imagem para terceiros verem. Os lisboetas foram expulsos do centro de Lisboa, andem de carro, a pé ou de bicicleta. Fizeram-se alterações no terreno quase exclusivamente a pensar no turismo. Na Baixa, em cada quatro edifícios, três são hotéis ou equivalentes. A obsessão estúpida por ciclovias e pilaretes tornou a cidade infrequentável. A Polícia Municipal é um sorvedouro indirecto de receita municipal, sempre à cata de possibilidades de reboque por dá cá aquela palha. Já a CML, “elefantizada” por todo o lado, constitui um formoso centro de emprego socialista. E dos muitos complacentes da falsa oposição que por lá se arrastam. São todos primos e primas políticos, socialistas ou não. Não lhes ocorre outro desígnio ou destino que estar e ficar. Não tenho nada contra uma cidade virada para fora e cosmopolita. Tenho tudo contra uma edilidade que trata os munícipes como atrasados mentais em nome de interesses transversais e da pura farsa". (João Gonçalves, Jornal de Notícias)
António Cabral (AC)

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