sexta-feira, 19 de março de 2021

TER um BLOGUE ? PORQUÊ ?
Porquê ter um blogue? Partilhar opinião.
Opinião, divulgá-la. Muitos o fazem também em outras redes sociais, Facebook, Twitter, Instagram, por exemplo. Respeito, mas essas não quero.
Respeitando a opinião e entendimento alheios, sempre, nessas redes onde não quero ter conta, tenho a sensação de que a superficialidade é muito maior a maioria das vezes.
Teoricamente, para o cidadão comum está igualmente disponível escrever para os orgãos de comunicação social, e para começar tipo cartas ao director. Mas, para lá delas, é difícil e mesmo quase impossível o acesso aos OCS se não integrar, de certas formas, o "sistema". Ter lá amigos ou pelo menos conhecidos de antanho. E se tiver cartão colorido melhor, é então muito fácil. Vê-se isso com paisanos e militares, muitos que se reclamam de não ser filiados. Pois.

Aqui, tento fazer alguma coisa e, se falho, e tenho falhado algumas vezes, e falharei ainda certamente, pelo menos fico melhor de certeza do que aqueles que tentam nada fazer e conseguem-no plenamente. Já abordei isto no passado. Volto ao tema.

Ter um blogue, opinar e, adicionalmente, tentar não ser cerceado na informação, lendo cá dentro e lá fora, lendo, pesquisando.
Bom, já me disseram, escreve cartas aos directores de jornais e revistas, ao PM, ao Presidente da República.
Pois, pode ser, mas a minha experiência nesse campo (OCS) mostra bem como vamos de jornalismo, e fico-me por aqui, além do já referido supra. Arranjam-se as desculpas as mais idiotas como a de que o artigo tem caracteres a mais mas, depois, vai-se a ver, os jornais estão cheios de "lençóis" dos habituais comentadores encartados. Quanto ao PR, sei o que escrevi e registo o ensurdecedor silêncio.

Isto dito, não me parece que o - Chapéus há muitos - possa ser rotulado de ""alinhado"" seja com o que for.
Sou alinhado sim, na procura do rigor embora admita ter falhado aqui ou ali, na procura do esclarecimento factual, porfiando a isenção, sempre sem intolerância, e reconhecendo quando erro. 
Tenho coluna vertebral.
E alinhado com preocupações pela minha sociedade, não me isolando da envolvente interna e externa. Alinhado com a instituição a que me prezo de pertencer agora como reformado, não deixando de muito lamentar o que alguns fizeram de prejudicial ao longo de anos.
Digo quando concordo, digo quando discordo. E chateia-me muito, sempre me chateou muito, o respeitinho serôdio que está a voltar.
Respeitando sempre outrem. Haver troca de ideias era bom mas, infelizmente, a maioria escolhe ficar calado,  não se pronunciar, não comentar. Respeito a postura, mas é pena. 

Dou a mão à palmatória sempre que me é demonstrado com educação  de que não vi bem uma coisa, que me enganei, que me precipitei, que mesmo sem o desejar quase possa ter agredido. Mas irrita-me muito os preconceituosos.
Tenho a noção perfeita de que ter um blogue, opinar, desabafar, mostrar indignação, colocar à consideração dos outros perspectivas pessoais, nada no imediato resolve na realidade que nos cerca, na chamada envolvente. Não tenho sobre isto a menor dúvida.
Mas, ao mesmo tempo, lembro-me do ratinho que, mijando no 
oceano dizia - qualquer bocadinho pode ajudar.

A liberdade, e designadamente a de expressão, é porventura o primeiro mandamento da nossa convivência democrática.
Como referido no dia da minha emancipação bloguista em 11 de Dezembro 2013 (porque fui sempre muito bem acolhido num blogue de um bom amigo durante vários anos antes), decidi-me a criar um blogue muito motivado, também, pela minha amadora devoção à fotografia. Adicionalmente, fico mais à vontade no que pondero e escrevo. Aqui e ali tento divagar por temas variados e até reproduzir graçolas ou abordar assuntos de culinária e doçaria.

Não faço, não tenho que fazer, e não farei combate político. Mas não me calo mesmo que alguns francamente não gostem, achem de mau tom. 
Interessa-me a vida, a minha, a dos meus, a dos meus concidadãos, as ideias, os princípios e os valores. Preocupa-me a infelicidade de milhões mas a começar nos portugueses cá dentro e os da diáspora. Preocupa-me, as desigualdades gritantes e muitas persistem em Portugal, a ineficácia de instituições como por exemplo o sistema de justiça nacional cujo desfecho é, a mais das vezes, muito caricato, deplorável mesmo. Ainda hoje aquela criatura que se julga ministra da justiça veio perorar sobre a aprovação do pacote de combate à corrupção; detalhe curioso, para não dizer pornograficamente escandaloso, o enriquecimento ilícito fica de fora desse combate. 
E os reguladores que pouco ou nada regulam, e estão sempre muito atentos à posteriori? E as informações de preços de combustíveis 8 Km antes de cada estação de serviço, sempre surpreendendo-nos com preços iguais? 

Estou completamente farto de tanta pouca vergonha, de que o que se passa com a EDP no presente é um dos múltiplos exemplos da podridão que prossegue. Farto de tanta demagogia destas pandilhas que só se sentam à mesa do OE e aconselham os negócios aos amigos, muitos desde idade tenrinha. Farto de cada vez mais Estado, dos gritos de demagogia e das mentiras, para depois jantarem com os cachorros num qualquer bom restaurante da capital.

Não aceito os abusos, a demagogia, o cinismo, a desfaçatez, e menos ainda que uns quantos dadas as suas importantes mas temporárias funções na sociedade sejam tidos como devendo estar acima da LEI.
Todos têm que se explicar, prestar contas, explicar as decisões com frontalidade e transparência. Coisa que não se vê.

A democracia tem regras que, sempre que as coisas desagradam a certa gentinha, fazem por esquecer. Como anda acontecendo, outra vez e outra vez. Infelizmente, são imensos desses que dominam nas instâncias de poder, aliados a escritórios e "donozinhos" disto e daquilo. Existem umas quantas honrosas excepções, mas são bastante menos que a maioria bafienta.

Preocupa-me muito a vida e futuro dos das faixas etárias que actualmente têm entre 10 e 20 como os meus netos, os de 30, 40 e 50 anos. Quase todos nascidos depois do 25 de Abril. 
Preocupa-me que muitos, presumo mas não devo estar muito errado, não se revejam em nenhum partido actual. 
Preocupa-me, e eu senti-o, que não consigam participar efectivamente a não ser que se metam em "jotas" ou em certas áreas nas autarquias, ou em certas organizações capturadas. 
Preocupa-me o simplismo que hoje se vê muito, o - és por mim ou estás contra mim -, ou só subirem aqueles que dizem "amém" aos chefes!

Continuarei a acompanhar o que se passa no mundo, darei a minha opinião, tentarei continuar assertivo e o mais rigoroso possível, e mesmo com as "SS" e as "LL" ás vezes a reclamarem, não me dobro nem me sento. Tenho coluna vertebral sem deformações melhor, algumas vértebras têm mazelas, mas são ÓSSEAS!
Subordinado aos ditames da nossa CRP, nunca submisso nem politicamente correcto. Só sou conservador nos valores e princípios, cada vez me repugna mais a narrativa oficial que vai escondendo muita coisa. Não me incomodam as mudanças mas incomodam-me as modas e as banalidades e a desonestidade intelectual. 
Como bem assinalado, "Recomeça..........se puderes, sem angústia e sem pressa, e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcançares não descanses, de nenhum fruto queiras só metade." (MIGUEL TORGA)
Isto dito, nada mais,..............pintassilgos não são pardais.
Afinal, apenas mais isto.
Um blogue, escrevendo com assiduidade, acompanhando de perto a envolvente interna e externa, partilhando opiniões, à luz do que acima referi. E chapéus há.............. muitos. Mas, também há muitos barretes.
E eu não gosto nada que me tentem enfiar barretes.
Barretes enfia quem quiser. Depois queixem-se. Este chapéu abaixo, fotografado em 2011 em Ilhéus, Brasil, terra dos coronéis, e Vasco Santana, inspiraram-me para o nome do blogue.
António Cabral (AC)

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