INDIGNAÇÃO ESGOTADA
Pois é, a esmagadora maioria dos meus concidadãos indigna-se com umas coisitas e, depois, tão cansados ficam que passam meses e por vezes anos sem se indignarem.
É um das características de muitos milhões de portugueses. Opinião pessoal, naturalmente. Mas, para continuar, deixem-me retratar para vós parte de um trecho de conversa na mesa ao lado da minha onde esta manhã calmamente tomava o meu café e, contrariamente ao observável em redor, sem stress de telemóvel. Circunstancialmente, eram quatro senhoras, bem vestidas, bem arranjadas, quase de certeza à volta dos 70.
….já viu que estão já identificadas várias infeções por esta variante da África do Sul?….
….mas tinham dito que não havia cá…..
….não podemos acreditar neles…..
….e eu que fui tomar a 3ª dose sei lá se me vai servir para alguma coisa, sei lá….
….a propósito, podemos marcar o almoço de Natal?…
Posso afiançar que esta parte da conversa teve mais uns apartes deste e de outros géneros sempre interessantes profundos e educativos. Mas também asseguro que além de prendas de Natal, encomendar o Perú e onde, a cor do carro da filha, não lhes ouvi uma palavra sobre assuntos prementes da nossa sociedade, sobre o futuro a médio prazo, etc. Os comentários acerca de Rui Rio e Paulo Rangel foram elucidativos e que me ajudam a compreender como é encarado o problema dos resultados das eleições dos últimos anos. Que, prevejo, não será muito alterado em 30 de Janeiro próximo.
Mas indignações para quê, pergunta-me ás vezes um bom amigo?
AC
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