PLANO = previsão, em geral a mais de um ano, destinada a servir de guia para determinadas actividades, é um projecto, é um desígnio, um instrumento coordenador de uma dada política e orientação. Pode considerar-se também no caso do planeamento pessoal de alguns para atingir certos fins.
Se a memória não me falha, Estaline estabeleceu a rotina dos planos quinquenais. Conhecem-se os resultados!
Por cá, e para me focar apenas nos actuais titulares de órgãos de soberania dado que nos antecessores encontramos muitos "belos" exemplos semelhantes ao que aponto a seguir, começo pelo topo da pirâmide e penso ainda em elites outras.
Temos o desígnio de Marcelo de querer ver definido o assunto do novo aeroporto antes de ele nos deixar em paz como comentador diário em todos os telejornais.
Temos a previsão do jovem barbudo a indicar-nos (para nossa grande surpresa, não é verdade!) que a curto prazo serão precisos 34000 professores.
Temos o desígnio de outro barbudo de que a linha circular do Metro vai ser executada.
Temos o desígnio de outro barbudo de que agora é a vez da ferrovia mas, para já, a maioria dos avanços nessa matéria parece ir ficar parada até 2023.
Tínhamos o desígnio de Rangel de fixar os ministérios a haver nos governos!
Temos o desígnio de Rui Rio em fixar cabeças de lista para as eleições em Janeiro próximo, nada de boys e girls, e tudo lealdade.
Temos o desígnio de Catarina Martins em arrumar com o PS.
Temos o desígnio da Real em não mais entrar numa estufa nem mesmo num túnel, apenas talvez numa imobiliária ou no túnel do Marquês.
Temos a previsão do governador do Banco de Portugal de que a inflação é coisa passageira.
Tínhamos o desígnio da GNR e do MP (e conseguiram) em ter pronto o relatório e peritagem do atropelamento na A6 e a acusação ao motorista do passageiro Eduardo antes das próximas eleições legislativas.
Tínhamos o desígnio de chegar à final de hóquei em patins mas esqueceram-se de ganhar à França.
Tinha a criatura porventura o desígnio de ser um Nostradamus mas nem ver estrelas à noite consegue.
Temos os projectos de muitos que, logo de pequeninos queriam ser chefes.
Temos também, muitos, como é observável na sociedade, os que em pequeninos disseram à mãezinha - mamã quando for grande quero ser parvalhão. E não é que conseguiram?
Temos alguns que se licenciaram logo a seguir ao 25 de Abril sem se conseguir compreender como o conseguiram em tão pouco tempo, em tão menos tempo que outros.
Tem o desígnio de descobrir qual é a sua profissão, e não se riu.
Tivemos Sebastião perdido em Alcácer - Quibir, tivemos Sebastião nas vacinas, poderemos ter Sebastião na Marinha de Guerra.
Há o desígnio da robotização.
Há o desígnio de ter um governo mais curto e ágil. Será que a criatura não se aperceberá que, ao ter aberto assim a goela, confirma aquilo que se sabe sobre os últimos anos?
Há lideres que se querem, eles próprios, mais exigentes e nada laxistas.
Pois eu ando a pensar em Martin Luther King, há imenso tempo, e no seu famoso discurso em que confessou os seus sonhos (I have a dream).
Eu tenho o sonho de ainda em vida ver a sociedade portuguesa menos maltratada, e transformada numa democracia adulta, em que o combate às desigualdades sociais seja efectivo e dê resultados, em que todos sejam efectivamente iguais perante a lei, em que o sistema de justiça acabe com os alçapões!
O que agora aconteceu com João Rendeiro, é uma muito pequenina luzinha ao fundo do túnel e, por outro lado, demonstra aquilo que se sabe, a polícia e as investigadoras vão fazendo o seu trabalho, o problema está na máquina acima deles escudada nas teias legislativas.
Não é por acaso, pois não? Tenham um bom Domingo.
AC
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