CONDECORAÇÕES
O Presidente da República, na senda dos seus antecessores, TODOS, condecora a metro ou ao Kilo.
A propósito das comemorações dos 50 anos passados sobre o 25 de Abril de 1974, que terão certamente o seu ponto alto em 2024, de acordo com os OCS e nada desmentido, o PR vai superar em muito as milhares de condecorações de todos os seus antecessores. Fica-me até a dúvida se Marcelo quer apenas ficar como o que mais condecorou de todos os PR do regime democrático ou, quer condecorar mais do que o somatório de condecorações dadas por todos os anteriores inquilinos de Belém.
No meio de mais uma telenovela em que Marcelo sempre se deleita, e depois de insinuações surgidas nos OCS de que Marcelo assinava de cruz a lista de pessoas a serem condecoradas elaborada Vasco Lourenço, surgiu a notícia de que Marcelo concordando com Vasco Lourenço queria condecorar os falecidos, Almirante Rosa Coutinho, General António de Spínola e General Costa Gomes.
Creio que pouco demorou a sair notícia complementar ao assunto em que, não, não seriam condecorados só esses mas, toda a Junta de Salvação Nacional (JSN), cujos rostos nos entraram em casa pelos televisores logo que consumada a revolta militar que abriu caminho à Democracia.
Como sempre acontece, haverá quem esteja contra estas condecorações e haverá quem com elas concorde.
Uma parte da "trupe" que com assiduidade dá prova de vida seja sobre o que for mas querem é dizer que estão vivos, veio agora dar à luz do dia mais uma das suas cartas. Esta, para se insurgir contra a intenção de Marcelo querer condecorar todos os membros da dita JSN e designadamente condecorar Spínola.
Nessa condenação recordam factos imputáveis ao General Spínola como, não teria querido a libertação imediata de todos os presos políticos, aparentemente não teria querido acabar de imediato com a PIDE, teria algumas reservas ao fim imediato da guerra em África. Tanto quanto julgo saber, factos com suporte na realidade e a que se podem juntar outros, como a cena MDLP.
Pessoalmente não dou para este peditório das condecorações. Mas não tenho nenhumas dúvidas de que justiça devia ter sido feita em devido tempo a muitos militares envolvidos no 25 de Abril de 1974, julgando que parte do que por aí se noticia agora tem um pouco a ver com uma justiça tardia. Mas 5000............
Voltando à carta da "trupe", mais uma vez me delicio com a coerência desta gente. Que eu saiba, vários dos signatários tiveram uma proximidade pessoal e política muito grande com o falecido Presidente da República Mário Soares.
Será que se revoltaram junto do então PR para que ele não designasse Spínola Chanceler das Ordens Honoríficas?
Será que também se revoltaram para que o então PR não promovesse discretamente junto do governo de então o regresso à vida militar e a alto cargo de um anterior candidato presidencial ?
Ou, será que se revoltaram nos dois casos mas o então PR, na sua sabedoria, lhes explicou o sentido dessas suas decisões, que seriam passos mais para a pacificação da sociedade portuguesa? Estas criaturas continuam a não perceber certas coisas. Sinceramente, é o que me parece.
Continuo com a convicção de que, se Mário Soares não tem escrito o seu livro, e Spínola não tem também publicado o seu, a revolta militar demoraria mais tempo a chegar. Nunca se saberá.
AC
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