FORÇAS  ARMADAS

FUTURO ?

A Democracia tem também muito de simbologia, muito cerimonial e, às vezes, aqui e ali e particularmente por culpa de alguns titulares de órgãos de soberania inchados de vaidade e soberba e sem continência verbal, quase nos parece em algumas ocasiões haver uma recuperação dos séquitos reais. 

Estamos numa fase muito complicada, muito complexa, de incertezas várias, na nossa vida, na nossa sociedade, na sociedade mundial.

Se não bastasse já tudo o mais, a maldita invasão da Rússia sobre a Ucrânia, a meu ver está a confirmar o que se suspeitava quanto à Rússia mas, também, quanto aos países mais poderosos e quanto à tal famosa unidade da UE.

A propósito da cerimónia de há dias por ocasião da batalha de La Lys, onde as Forças Armadas (FA) portuguesas tiveram baixas tremendas, lá ouvi arengas similares ao passado mas que agora, à conta da Ucrânia, foram mais empolgadas, vibrantes, vigorosas, tudo ao conhecido estilo - agora é que vai ser.

Marcelo agradeceu a tudo e a todos, referiu as forças nacionais destacadas que sempre marcham depois de importantes reuniões do Conselho Superior de Defesa Nacional. Referiu e bem, o envolvimento dos militares no âmbito da proteção civil e na pandemia Covid.

Quer rever as nossas fronteiras (!?) e, depois, quer ele quer a Sra Ministra desataram num blá blá blá há anos ouvido/ conhecido. Sempre as mesmas tiradas, basicamente tudo inconsequente.

Inteligentemente, avançam com o anúncio da necessidade de rever o Conceito Estratégico de Defesa Nacional (CEDN). Certamente quererão esperar pelas "bússolas" (!?) da NATO/OTAN e UE para depois adaptar a legislação interna. Faz sentido, e até dá um jeitão para fazer escorrer o calendário, e logo se vê.

Marcelo comove-se muito. Não faço ideia se os que o estavam a ouvir perfilados se comoveram um segundo sequer com as balelas habituais. Dele e sequazes políticos e não só. Não faço ideia quantos militares no activo se comovem com as balelas inconsequentes em que esta gente porfia.

Alguns, ficarão muito contentes ao ouvir - dar mais força às FA, modernizar equipamento, dignificar carreiras, atrair os jovens, etc.

É mesmo muito blá, blá, blá. Os melhores dos melhores ficaram entusiasmados?

Marcelo tem certezas. Uau! Uma delas é - com certeza rever a Lei de Programação Militar (LPM). 

Isto está no discurso que lhe escreveram. Quem lho escreveu, contou-lhe detalhadamente a história da LPM? Ou não a sabe?

E será que não se esqueceu de uma outra lei mais fresca, sobre as infra-estruturas?

A Sra Ministra, para alguns a pessoa mais bem preparada de sempre para o cargo (com esta frase reconhecem que por lá quase só têm passado cromos) também indicou certezas várias. 

Quer apostas em coisas de duplo uso, programas de efeito multiplicador e que criem riqueza para a economia nacional. Uau!

Uma das que mais gostei foi - diálogo com a sociedade. 

Terá reparado como carimbou o passado? Os académicos e conferencistas "versus" realidades. Esqueceu-se do diálogo com o ministro das finanças e de que o PM faz por nada se passar com ele, ficam sempre as dificuldades para os ministros. Esquece os detalhes e obrigações Constitucionais e faz sempre bons números.

Creio que perguntou o Comandante Supremo das FA - apostar nas FA ou, periodicamente, comovermo-nos? 

Ponho as minhas fichas quase todas nas emoções, nas comoções, nas tiradas grandiloquentes. Continuaremos os melhores dos melhores.

Ah, anda para aí em alguns OCS, que o governo já se comprometeu em aumentar a despesa com a defesa! Pois!

As dificuldades das FA, de toda a ordem, e de há décadas, são conhecidas nos palácios, em Belém e em S.Bento (Parlamento e residência do PM). Há décadas.

Perguntem a sério aos jovens o que os atrai. Logo verão as respostas.

Perguntem aos portugueses no tal diálogo com a sociedade, se acham mesmo que é um imperativo aumentar a despesa pública com as forças armadas.

Perguntem quanto mais podem tirar ao que é preciso para, assistência social, para desemprego, para cuidados continuados, para obras nos hospitais e centros de saúde, etc.

Ou será que vão deixar de enterrar mais dinheiro na TAP dados os magníficos resultados agora anunciados?

A propósito da TAP, o adorador de Porsche escondido dizia em 2020 que com ele a música passaria a ser outra.

Pois aposto que com este Comandantezinho Supremo, com este PM e com esta ministra da dita defesa nacional a música pode parecer diferente, mas o "cabaret" é o mesmo de sempre.

No autêntico "Cabaret" da Coxa" e com o desvelo do seu militarão, tratarão de elaborar uma gorda e exaustiva LPM, que há-de ser cumprida/ executada logo que em Sines existam não uma mas duas AutoEuropas! O governo compromete-se!

AC